Cap.7

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Sentindo como se seu corpo e alma tivessem sido pisoteados por uma manada de elefantes furiosos,Steven muito lentamente despertou para a realidade de viver mais um dia. A luz cinzenta das primeiras horas da manhã entrando pela janela não faz muito para iluminar ou acalentar o apartamento. Só deixa tudo cheio de sombras e contornos escuros. Tão monótono e deprimente quanto o humor do bibliotecário.

Demora um pouco,mas quando ele finalmente acorda por completo, piscando antes de perceber onde está.

O colchão está embaixo de suas costas.

Coisa curiosa.

Em algum momento enquanto estava sentado no chão frio Steven tem certeza que desmaiou. De fraqueza ou estresse não importa. Mas ele recorda que depois de muito tempo abraçando seus joelhos contra o peito tentou levantar do piso, ação que fez sua cabeça ficar quente e a visão escurecer. Logo em seguida, ele estava acordando na cama. Sem lembranças de se arrastar para a cama.

Um pouco relutante,o bibliotecário senta na cama. Uma de suas mãos instantâneamente vai para seu abdômen sentindo o estômago revirar em clara ameaçada. Totalmente resignado com seu destino, tudo que o moreno pode fazer é rumar para o banheiro.

Depois de dar descarga ele vai até a pia, abre a torneira e com as mãos em concha junta um pouco de água para lavar um pouco do gosto repugnante em sua boca. Steven molha o rosto e a nuca tentando aliviar um pouco de seu desgaste. Segurando os lados da pia ele encara seu reflexo no espelho. Seus cabelos estão desgrenhados,seu rosto amassado e molhado,seus olhos estão opacos e incrivelmente cansados. Não é a melhor aparência  que ele já teve.

Suspirando,o bibliotecário pega a toalha de rosto e se seca. Seu estômago está reclamando depois de expelir exatos nadas além de ácido digestivo. Steven não tem sentido fome,não quando quase tudo parece podre para seu nariz,mas sabe que precisa comer. Especialmente agora. Quando a nutrição não é apenas para ele.

Apesar de já ter vomitado e saber que não vai acontecer novamente se não provocado, o enjôo seco ainda bate na boca do estômago de Steven piorando sua aversão a ideia de tentar forçar o consumo de qualquer comida.

Felizmente, Steven aprendeu sobre chás para enjôo.

Ele vai em direção a cozinha, porém para no meio do caminho. Sua cabeça vai diretamente para o local onde ele viu a caneca de Marc cair na noite passada. Seus olhos se estreitam para o local onde deveria haver cacos e uma mancha de café seca no piso,mas o local está totalmente limpo. Instantemente sua atenção vai para a mesa da cozinha onde a mochila de Marc devia estar. Na superfície da mesa estão apenas algumas velhas revisitas sobre museus.

Marc voltou para o apartamento em algum momento durante a noite anterior para pegar suas coisas?

Fazia sentido.

Explicava o chão limpo e Steven inconsciente ter sido movido de lugar.

No meio de seus pensamentos uma voz faz uma única pergunta: E se,dessa vez, Marc nunca mais voltar?

A questão faz Steven envolver os braços em volta de si mesmo. Suas mãos esfregam exatamente nos lugares onde o americano o agarrou na noite anterior. Ele ainda pode sentir a dor fantasma em seus músculos. Ainda lembra de como Marc o olhou.

Se ele não voltar mais,se Steven finalmente conseguiu afastar sua outra metade para sempre, Grant não vai se ressentir com o homem. O bibliotecário realmente não pode culpar Marc por querer estar longe de uma coisa estranha como ele.

Steven entende.

Ele entende,mas isso não muda o fato de que vai doer como o inferno.

Engolindo a vontade de chorar,o moreno respira fundo.

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