O Algodão da Tua Pele [DEGUSTAÇÃO]

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Foi tão notável quanto poderia ser que nosso visitante queria desafiar-me. Tal me irritou ainda mais do que o modo como ele me olhou quando eu entrei na sala. Havia prometido para mim mesma que jamais deixaria que alguém fizesse com que eu me sentisse inferior por ser quem eu sou — se eu não permiti que as damas do velho continente e meu pai me subjugassem, não deixaria que ninguém mais o fizesse. Entretanto, este homem entra na minha casa e me olha como se eu fosse um animal. O pior foi que eu sofri por ser observada daquele modo. Devo admitir que não me comportei de modo adequado, bem como fui pega de surpresa. O que tenho certeza é que, apesar dos seus sorrisos e seus modos gentis, não gostei do Marquês e nem tenho nenhuma pretensão em apreciar sua presença nas redondezas ou sua companhia. Apenas mais um cínico dentre os vários que já conheci.

Meu pai insistiu para que a plantação fosse mostrada e nós deveremos fazê-lo depois de amanhã, antes que o sol esquente. Smith mostrou-se tão animado quanto eu para o passeio, mas bajulador como é de qualquer coisa que venha da Europa, duvido que ele deixe o Marquês sozinho por um segundo sequer. Talvez tenha medo que eu o ataque para fazer algum ritual. Pobre homem. Seria melhor que a coroa que ele tanto estima o levasse logo de volta para casa, ainda que eu ache que a corte já tenha demasiados tapetes para pisar de modo a se importar com este em especial. Eu sentiria saudades dos modos tímidos de Jane Smith e de sua sincera cortesia, mas isso não me impede de querer que eles se vão.

Meu comportamento de mais cedo foi devidamente punido. Mãe Nadi colocou um emplastro de ervas nas minhas costas e elas já não doem tanto, mas eu tentarei não as encostar nos encostos das cadeiras ou mesmo dormir de costas. As mãos de meu pai estão vacilantes e as cinco chibatadas não me deram a mesma dor que antes. Ou quem sabe eu me acostumei com a dor e a humilhação. Eu o odeio, e que Deus meu livre que ele o descubra.