Beatrice Bottini - 25

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Alguns dias depois...

Esfrego minhas têmporas buscando concentração no que estou fazendo, ou pelo menos tentando fazer. A uma semana busco uma solução para alguns problemas na área da administração da empresa, os gráficos de renda mensal estão caindo e isso significa menos dinheiro e pagamento atrasado.

Coisa que tanto os funcionários quanto eu odiamos. Volto minha atenção a minha pequena barriga já crescendo, na verdade crescendo mais rápido do que pensei. Fiz exames com meu obstetra e o motivo de está crescendo assim é estou comendo muito.

Mais de dez refeições por dia, o dobro do que eu fazia antes, a preocupação com minha forma corporal é grande, mas a alegria em saber que serei mãe, - que estou construindo a família que eu sempre quis com um homem que realmente me ama - é bem maior.

Estendo minha mão para pegar o copo de café sobe minha mesa, e quando tomo um gole do líquido, sinto aquele leve enjôo, algo normal nessa fase, só espero que eu não seja mais uma dessas gestantes que passa a gravidez toda passando mal com enjôos.

Ouço batidas na porta e permito a entrada, mamãe adentra e pega o controle da minha mesa, aponta para a TV e liga o aparelho.

__ A parte final da audiência de Ana está passando ao vivo no canal seis. _ diz isso e sai me entregando um copo de suco natural, ordem de Vittorio.

Assisto o noticiário por alguns minutos, a câmera focando mais no rosto desfigurado de Ana enquanto seus olhos transmitiam o mais puro ódio que caíam em forma de lágrimas. Quando a câmera pegou a direção do Juíz, aumentei o volume e ouvi a sentença final.

Condenada a trinta e cinco anos em regime fechado, será levada para a penitenciária feminina no Alaska, cidade onde a família dela mora. Um alívio tomou conta do meu peito, desliguei a TV e virei a cadeira ficando de frente para a vista do andar, um céu bem azul.

Essa cor tem estado comigo desde sempre, é coisa de louco ter uma cor como definição própria, como diz Giulia, mas realmente, azul, em todos os tons, sempre esteve ao meu lado e o mais incrível é que essa é a cor mais amada por Vittorio, chega a ser bizarro.

__ Onde está minha gravidinha mais lindaaaaa? _ Mattia cantarola entrando na minha sala me fazendo sorrir __ Puta merda, estou tão feliz por ser tio novamente, lembro de quando faltei desmaiar quando Giorgia disse que estava grávida da Giulia.

__ Sim, também lembro que você deu um soco em Pedro, quando a ficha caiu que ele tinha metido um filho em Giorgia. _ digo divertida.

__ Eu nem me agradava daquele porra, nem me agrado ainda. _ ele balança a cabeça espantando os pensamentos __ Enfim, não é sobre isso que eu vim.

__ O que te trás aqui então mi fratello? _ pergunto me levantando com calma para não enjoar de novo.

__ Vim te levar para fazer a ultrassom para ver como meu sobrinho está e depois, te levar para a escola de Giulia.

__ Uhm, ok. Não é bom Vittorio ir junto...? Ele é pai e...

__ Ele irá te encontrar lá na escola. E eu sei que ele é o pai, mas meu cunhado está ocupado e eu sou o tiozão cuidadoso. Então, vamos.

Vou ao banheiro antes de ir, urinar mais uma vez, minha bixiga tem enchido bem mais rápido nos últimos dias e não estou nem com dois meses completos. Já no carro, Mattia questiona o motivo de não ser Giorgia e Pedro a irem ao evento de dias das mães na escola.

__ Você sabe, Giulia está crescendo e nessa altura já percebe o descaso de Giorgia, não podemos ir contra isso, lembra do problemão que teve quando ela deu a luz a Giulia?

Beatrice | Irmãos Bottini - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora