Quando os filhos decidem ser terapeutas

491 57 22
                                    

Jack observou a princesa andando ao lado de seu pai, com as mãos amarradas em frente ao corpo e uma mordaça na boca.

Ele sabia que provavelmente era a magia dela o afetando, mas não conseguia evitar ficar vidrado na pele exposta das lindas pernas dela, ou no movimento sútil que seus quadris faziam a cada passo. O rosto dela era bem desenhado e simplesmente lindo e os olhos...

"Por favor, não me diga que se apaixonou pela Succubus." Belphegor murmurou em sua mente e Jack desviou o olhar da garota, voltando a focar na estrada que seguiam. Infelizmente, seu silêncio foi resposta suficiente para Belphegor e ele gargalhou alto. "Ah não! Tá' de brincadeira com a minha cara? Sabe que se transar com ela eu vou ver tudo, não é?"

"Cala a boca, Belphegor!" Respondeu, irritado e envergonhado.

Sabia que nunca teria chances com ela e, mesmo se tivesse, seria unicamente para amarrar sua alma ao inferno.

Enquanto escoltava a princesa, Dean olhava vez ou outra para Castiel, dando passos raivosos a frente do grupo, guiando o caminho. Era visível seu ódio em sua expressão, visto que olhava para o chão como se estivesse olhando para um abusador de crianças.

Suspirou. Sabia que tinha magoado ele, mas isso tudo foi antes de iniciarem o relacionamento de fato, com exclusividade e declarações de amor. Fora que tinha tido seus motivos que, ironicamente, envolviam Castiel.

Ele mau se lembrava das coisas que aconteceram naquele andar do inferno e isso é o quão insignificante foi. Mas se lembrava perfeitamente de cada momento com Castiel.

A primeira vez que o viu sorrindo para si, a primeira vez que o beijou, quando dormiram juntos, tudo.

Pensou em como seria se os papéis estivessem invertidos e ele tivesse descoberto essas mesmas coisas sobre Castiel. E sim, ele tem certeza de que estaria morrendo de ódio também.

Cass estava no direito dele, mas Dean não queria o ver tão irritado consigo. Queria ver ele sorrindo como sempre.

Olhou para a princesa quando ouviu ela cuspir a mordaça. Com um sorriso irônico no rosto, ela lhe encarou, olhos verdes como pedras de esmeralda.

— E então, alguma chance de eu ser sua filha? É que, bom... Você transou com a minha mãe e a gente se parece um pouco.

Nesse momento, todo mundo parou. Castiel se virou tão rápido que alguma coisa no corpo dele estalou. Claire parecia enojada e Jack apavorado.

— O quê? Não. — respondeu, franzindo o cenho, calculando a idade que ela parecia ter. — Não, sua mãe já tinha você quando a conheci. — disse, se lembrando de algumas poucas vezes em que Amara falou sobre a menina. Geralmente, com muita frieza e desprezo. — Definitivamente não.

— Uma pena. — ela respondeu, sorrindo de canto e Dean sentiu um frio subir por sua espinha, porque era bastante parecido com seu próprio sorriso.

Mas demônios eram mestres em sorrisos sarcásticos, não entra em pânico, Dean! A garota só é loira de olhos verdes! Qualquer garota loira de olhos verdes é parecida com você!

Sem nenhuma palavra, Castiel voltou a andar e o grupo acompanhou. Pelo canto do olho, Dean viu Jack se aproximar, parecendo nervoso.

Ah, não. Só faltava essa agora.

— Então... — ele começou, ganhando a atenção da princesa. — qual seu nome?

— Trúkaquêkamôni.

— Sarah. — Jack traduziu, a fazendo franzir ligeiramente o cenho.

— Vocês conhecem o idioma antigo. — comentou, olhando de Jack para Claire. — Estou surpresa. Soube que não foram criados nem no céu nem no inferno.

O altar do ressurgir//DestielWhere stories live. Discover now