2 - O encontro

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𝑸𝒖𝒆𝒓𝒊𝒅𝒐 𝒅𝒊𝒂́𝒓𝒊𝒐,

Fazem exatamente 3 dias desde que conheci Logan, confesso que imaginei que ele seria mais rápido, mas eu estava errada.
Apesar do tempo, não conseguia tirar da cabeça aqueles olhos. Eles penetraram minha mente de um modo que eu nunca havia sentindo antes, fazendo com que lá no fundo, eu quissesse inconscientemente encontra-lo de novo.

No fim da tarde, Florence me abordou com mensagens propondo uma saída para espairecer. Ela também me intimou a ir com os cabelos soltos e batom vermelho, além de algumas outras coisas pouco previsíveis que poderiam parecer estranhas se vindas de qualquer outra pessoa, mas como partia de Florence não dei muita atenção.

Mais tarde, quando cheguei ao local combinado, observei o ambiente e pude perceber a meia luz e uma música suave que consequentemente me lembrava o mar.

— Florence? Está aí? — disse em um tom baixo e de hesitante.

— Você disse que se eu te encontrasse sairia comigo, ou estou errado? — O dono da voz grave porém suave soou por trás de mim. Por um momento pude sentir sua respiração em minha nuca, e seus dedos tocando em meus cabelos e descendo até os ombros.
Um sorriso acabou escapando em meu rosto.

— Foi exatamente oque eu disse. Apropósito, como me encontrou? –

Ele entrelaçou seus braços em meu corpo, encostando sua boca em meu ouvido, deixando sua voz sair como um sussurro.
— Você não disse que eu aparentava ser um mafioso? Aqui estou, tenho os meus meios de saber o que eu quero. — Seu sorriso de canto tomou conta de seu rosto.

— O senhor não esqueceu de nada...Eu devo ficar preocupada por estar sozinha com um possível mafioso em lugar com meia luz? — Me virei para ele com uma expressão de dúvida.

— Se estiver com medo de se apaixonar... Aposto que depois dessa noite a senhorita nunca irá me esquecer. — Disse enquanto estendendia o braço para que eu o acompanhasse até a mesa de jantar, coisa que eu não hesitei em fazer.

— Quanta auto confiança, o papai te deixou pegar o carro hoje? —

Ele me olhou de uma maneira diferente, me transmitia o sentimento de quem sabia o que queria e oque estava fazendo.
O jantar estava perfeito, em todos os sentidos eu sentia que teria sido o melhor encontro que ja tive em minha vida.
A conversa fluiu durante a noite toda de forma agradável, e em dado momento, chegamos no assunto "idade", algo que eu estava bastante curiosa para saber.

— Você tem vinte e cinco? Poderia jurar que tinha uns vinte e três. Errei por apena dois anos, estou magoada. — Dei um sorriso para ele enquanto bebericava o vinho que já estava quase no final da taça.

— Agradeço que tenha me dispensado dois anos, faz valer a pena todo o trabalho para manter esse rostinho o mais jovem possível. — Rimos juntos e eu pude escutar a risada dele, que era ainda mais bonita que seu olhar.

— Mas e você, Uh!? Uns vinte e um? — Lançou uma expressão de dúvida antes de tomar um pouco do vinho em sua taça.

— Eu te dei menos dois anos e você me adiciona mais dois? Agora sim estou extremamente magoada!
— Por um momento vi Logan engasgar com o líquido em sua boca, e logo depois me olhar com os olhos arregalados.

— Como assim a senhorita tem dezenove anos!? Quer dizer... Olha para você! — Dei risada da forma como o moreno reagiu.

— Devo entender isso como um elogio ou uma ofensa? — Soltei os talheres sob a mesa após terminar o jantar, que por sinal, estava incrível. Tal como todo o encontro.

— Claro que como um elogio! Você é deslumbrante, Fiorella. — Ele olhou no fundo dos meus olhos, e mais uma vez me encontrei perdida no seu olhar.

— Ella.
— Perdão?
— Meu apelido, Ella.

E então passamos mais um tempo conversando sobre nossas vidas, ele me contou sobre sua vida e sobre a pressão que havia para ele assumir os negócios da família, e eu o contei que saí da minha cidade natal para cursar a faculdade de direito. Demos boas risadas e por fim, ele insistiu para me levar até em casa.
Dentro do carro pairava um completo silêncio, estavamos somente aproveitando da companhia um do outro, éramos iluminados somente pelos faróis do carro na estrada vazia e no rádio tocava alguma música lenta que coincidentemente combinava com a situação.

Ao chegarmos na frente de casa, Logan saiu primeiro do carro e veio até o lado do passageiro abrir a porta para mim.

— Que gentileza! Não posso nem imaginar que você poderia ser um mafioso! — Desci do carro e olhei para o moreno, alguns centímetros mais alto que eu, mesmo com o salto em meus pés.

— Quem disse que pessoas educadas não podem ser mafiosos, uh!? Na verdade, são as mais propícias eu diria. — Logan disse com um sorriso presunçoso nos lábios, enquanto me fitava sem quebrar o contato dos nossos olhares.

Por um segundo o vi umidecer os lábios, assim como seus olhos, sua boca também me prendeu ali, no momento. E como um impulso, uma necessidade de tê-lo por um minuto esta noite, eu o beijei.
Senti Logan me agarrar pela cintura, seu toque era tão desesperado e ao mesmo tempo tão carinhoso e delicado. Eu alternava minhas mãos entre seus cabelos e sua nuca, ansiosa e desejando que nós durassemos para sempre naquele minuto.
Quando o ar se fez necessário, nos separamos, mas sem quebrar o contato. Juntamos nossas testas e não falamos nada. Não seria precisso falar, tudo que sentiamos, haviamos demontrado a alguns segundos atrás.
Senti os lábios de Logan em minha testa, deixando um beijo no local e ao nos olharmos de novo pude vê-lo com as bochechas coradas e os lábios avermelhados.
Ainda bem que podemos guardar memórias, de jeito nenhum eu iria querer esquecer sobre como foi me sentir verdadeiramente entregue a alguém.

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⏰ Last updated: Jun 19, 2022 ⏰

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