capítulo 08

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KEVIN

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KEVIN.





   

   Eu não preciso dizer que acordei um trapo, não é? Gostaria de dizer que não lembro daquele sonho, mas está tão vivo na minha mente que parece ter sido real, e o pior: acordei todo melado de porra. O que é uma grande desgraça.

     Não vejo Wahlk em lugar nenhum, então pulo da cama e me limpo rapidamente com o pouco de água que encontro em uma das tigelas. Coloco a capa sobre os ombros e calços as botas logo em seguida, antes de ir até a entrada da caverna para tentar descobrir para onde ele foi.

    Avisto uma silhueta azul poucos metros abaixo na colina. Ela está sentado na neve, com os braços apoiados nos joelhos e o cabelo preto e longo esvoaçando na brisa gélida, enquanto observa atentamente o céu. Como ele está de costas para mim, consigo ver a enorme cicatriz que vai da omoplata até pouco acima da sua bunda, não chegando por pouco onde nasce a cauda longa.

    Tá, ele não é feio, mas preferiria comer vidro a dizer isso em voz alta, além de que isso não apaga o fato de que ele é um ALIEN. DE VERDADE!!

    Não querendo pensar mais nisso, desvio o olhar e encaro o céu. A princípio não vejo nada de diferente, mas então lembro-me de quase nunca ter visto nada nele a não ser um aglomerado imenso de nuvens cinzentas, a forma meio embaçada das luas e definitivamente nunca um céu tão limpo quando o de hoje.  Ainda há algumas nuvens, mas elas são escassas e deixam a mostra boa parte do céu, que tem um tom deslumbrante de dourado e rosa, onde as estrelas e  três luas e se destacam, mesmo que o dia esteja super claro.

    Isso é muito lindo.

    Muito lindo e assustador ao mesmo tempo. Parece aqueles wallpapers de universo que você encontra no Pinterest, mas esse aqui é muito real pro meu gosto.

    Wahlk olha por cima dos ombros e nota minha presença, então levanta e começa a subir a colina e vir na minha direção. Entro na caverna e tento encontrar alguma coisa para fazer, ou pelo menos fingir que estou fazendo.

    Noto os pedaços de carne assada cortados cuidadosamente e dispostos num prato grande de pedra. Wahlk provavelmente assou depois de acordou. Pego alguns pedaços e começo a comer, ciente de que ele já entrou na caverna e está vasculhando algumas coisas ali no canto.

    — por que o céu está daquele jeito?— pergunto, encarando minhas próprias mãos.

    — um eclipse está próximo. Precisamos encontrar outro abrigo em alguns dias.— explica ele, então confirmo levemente com a cabeça. Apesar de estar um pouco curioso sobre o porquê precisamos procurar outra caverna sendo que será apenas um simples eclipse, não quero perguntar e não estou com cabeça para isso agora.

     — Hey... Wahlk?— digo, fazendo-o olhar na minha direção. Embora a fogueira tenha apenas algumas brasas, os olhos azuis deles estão estranhamente fluorescentes como ontem, indicando que isso não é obra da luz amarelada do fogo, e sim o tom original que as íris assumem.

HÉLIX (COMPLETO)Where stories live. Discover now