CAPÍTULO 01

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LUCY GONZALEZ

Nicole e Raquel tinham pensado em tudo. Haviam balões metalizados espalhados por toda a área da piscina, comida, bebida e um painel gigante escrito HAPPY BIRTHDAY LU. Claro que minha avó achava que Mia e eu estávamos dormindo na casa da Raquel, ela me mataria se soubesse que as meninas decidiram dar uma festa de aniversário pra mim. O poncho estava batizado, alguns fumavam maconha e eu acho que Mia e eu éramos as mais novas dali. Eu me encarei no espelho da sala enorme da casa de Nicole e sorri com o que vi. Saia vermelha quadriculada com correntes, blusa preta de gola alta, tênis rasteiros nos pés e meias até o fim da canela. Eu estava muito bonita, diferente do habitual. Deixei que Mia fizesse ondas nos meus cabelos longos, me permiti ousar na maquiagem. Se minha avó me visse, ela teria um infarto, mas o que os olhos não vêem o coração não sente, não é mesmo?

— Feliz aniversário, pestinha. — Letty sorriu ao me abraçar — Isso é meu e do Dom.

Pego o saquinho aveludado de sua mão e vejo uma medalhinha de São Cristóvão. Sorri.

— Ele já pode receber visita? — pergunto

— Não. — murmura — Mas tenho certeza que ele lembra do seu aniversário.

— Obrigada, Letty. — agradeço — É linda.

Prendo a medalhinha pelo alfinete na parte de dentro da gola da minha blusa.

— Eu prometo que não vou tirá-la de perto de mim.

— É bom mesmo. — Letty sorri — Ele vai te proteger. — beija minha bochecha

— Você vai ficar, não vai? — pergunto

— Ok, eu vou aturar um pouco desses babaquinhas por você. — ri — Vou me juntar com o Vince e o Jesse.

— Tá bom. — sorri animada

Fui puxada pela Nicole para tirar fotos, então precisei me dividir e dar atenção pra cada um ali. Consegui tempo pra trocar uns beijinhos com o Vince, com o James e com o Jason, mas terminei a noite com o Seth, um bobão do clube de luta, repetente, mas gente boa. O problema dele é beber demais.

— E se a gente esticasse a noite? — Seth me olha com as mãos na minha cintura, as costas encostadas em sua caminhonete

— Tá falando de que?

— Dirigir até Santa Monica, ficar namorando no carro. — beija meu pescoço — E ficar acordados até o nascer do sol lá no píer.

— Nem se eu tivesse drogada, eu entraria nesse carro com você dirigindo neste estado. — ri sentindo a cabeça anuviada pelo álcool — Eu tô bêbada, mas não estou maluca.

— Você é maluca, baby. — ele sorri ao falar enrolado — Vamos, por favor. Eu sou um ótimo motorista.

— Você é um motorista mediano.

— Mediano? — ele franze o cenho — Você é que tem padrões muito altos, quando o assunto é carro.

— Não posso evitar. — dou de ombros rindo

— Vem comigo, Lu. — morde meu pescoço — A gente pode dar um pulo no mar, nadar pelado.

— Nem sonhando. — ri batendo em seu ombro

— Vem, Lu! — ele faz uma dancinha ridícula, balançando os braços no alto — Vem!

Eu arregalo os olhos quando o vejo se afastar de mim e ir andando até a cabine do carro.

— Seth, eu não vou deixar você sair daqui bêbado desse jeito. — digo

— Você é outra bêbada. — ele ri

Redenção - Jakob TorettoWhere stories live. Discover now