CAPÍTULO 16

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Cais Abandonado - Porto de Los Angeles

LUCY GONZALEZ

A noite estava tranquila, exceto pelos ventos frios vindo do mar naquela área. Antes de descer do meu Camaro, eu agarrei as medalhas no cordão sobre o meu peito e respirei fundo, me acalmando. Jakob costumava dizer que em momentos difíceis a inteligência deve sobressair a emoção. É pensando nisso que eu desci do carro e segui caminhando pelos contêineres abandonados, vendo os guindastes enferrujados e sem utilidade. Segui as coordenadas que recebi no celular descartável e cheguei na beira do cais, onde o mar se agitava e batia contra o monumento. Estava escuro, apenas poucas lâmpadas amarelas iluminavam pobremente o local.

Apoiei a mão na arma que descansava em minha coxa, presa no coldre. O local era sombrio e, se tratando de Owen Shaw, eu esperava de tudo.

— Você veio, amor.

Na beira do cais, na outra ponta, de costas para mim, Owen estava de pé, com as mãos nos bolsos, observando a água. Ainda em silêncio, caminhei em sua direção com cautela e gelei quando ele ergueu o braço em minha direção e me abraçou pelos ombros. Imediatamente endureci.

— Você ainda fica tensa perto de mim. — comenta — Não gosto disso.

— Como queria que eu estivesse?

Ele suspira e vira para mim, segurando meu rosto com suas mãos levemente geladas. Seus polegares acariciam minhas bochechas e eu me mantenho olhando em seus olhos. Eu vejo tranquilidade, calmaria. Isso me enoja.

— Desculpa. — diz sério — Eu sei que os Toretto não interessam a você, mas a Letícia interessava. Durante um bom tempo, ela foi sua única amiga, não?

Trinco o maxilar. Ele sabe tudo sobre mim.

Me pergunto se sabe sobre Jakob também.

— Eu estava pronto pra te dizer a verdade sobre mim e te convidar a viver ao meu lado, no entanto as coisas saíram do controle e eu precisei agir rápido. — desabafa

— O que você quer dizer?

— Que eu aproveitei do seu antigo cargo, naquela época, para algumas informações importantes para os meus negócios.

— Você entregou a cabeça da Letty numa bandeja. — sinto meu sangue ferver

— Me desculpe. — aperta mais as mãos em meu maxilar — Mas acho que você pagou com a língua, não?

— Como assim? — franzo o cenho

— Não era você que dizia que nós não éramos namorados e que você não me amava? — ele sorri presunçoso — Entretanto, aqui está você. Ao meu lado.

— Não estou aqui porque eu amo você. — digo séria — Estou aqui porque quero vingança e só você pode me dar isso.

— Você quer vingança pelo que fizeram com a sua carreira. — murmura encostando sua testa na minha — Quer se vingar do departamento e, acredite, eu vou adorar te dar o que você quer.

Respiro fundo, fechando os olhos. Owen não é idiota, eu não podia fingir estar caída de amores por ele. Ele não acreditaria. É melhor que ele acredite que são apenas negócios.

— Depois que eu te der a sua vingança, o departamento vai se arrepender de ter jogado você pra escanteio. — diz e eu abro os olhos, encarando os seus — E aí eu vou mostrar pra você que ao meu lado você pode ter muito mais.

— Eu só quero a minha vingança, Owen.

— Agora é só o que quer. — diz seguro — Mas em breve eu vou fazer você me querer de novo. Juntos, seremos imbatíveis.

Redenção - Jakob TorettoWhere stories live. Discover now