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S/n pov:

Viver sob o mesmo teto com a pessoa que destruiu sua vida é viver em conflito interno, cada passo que uma pessoa dá é um medo, viver sempre em alerta e esperando o pior, meu grito silencioso por ajuda está exposto em todo o meu rosto, meu olhar não é o mesmo, sinto meus olhos cansados, lágrimas correndo dentro de mim se afogando junto com minhas palavras.

Um oceano de emoções se forma dentro de mim levando qualquer tipo de esperança que estava em meu corpo, completamente inacabada.

Quando acabo de me vestir com ajuda da enfermeira, Sebastian entra no quarto com um sorriso largo no rosto

Sebastian: Já está tudo pronto? - ele se aproxima da cama e olha para enfermeira que força um sorriso pra ele

Enfermeira: Já sim - fala arrumando meu cabelo para trás da orelha - Boa sorte, minha querida - me abraça e sussurra no meu ouvido - lembre-se do que te falei - ela desvencilha dos meus braços pegando seu equipamento que está na mesa ao lado da minha cama e caminha lentamente até a porta, antes de sair ela me olha e sorri simpática

Sebastian: Está se esquecendo de algo? - seu tom de voz era de desprezo, olha para a Senhora com o cenho franzidos e as mãos cruzadas

Enfermeira: Não, Senhor! - fecha a porta lentamente, consigo escutar a respiração do Sebastian ficar pesada

Sebastian: Ótimo - solta assim que a enfermeira fecha a porta, caminha até mim ficando na minha frente

S/n: Precisava falar assim com ela? - ele segura meu rosto com as duas mãos

Sebastian: Meu amor, eu tratei ela como merecia - encosto seus lábios nos meus

S/n: Ela merecia mais do que isso - afastei suas mãos do meu rosto que pousaram em minhas pernas

Sebastian: Querida, você é médica - olhou em meus olhos

S/n: E dai? - olhava atentamente sua expressão, procurava enxergar alguma coisa do antigo Sebastian, mas não encontrava

Sebastian: Você é superior a ela - se inclina para frente - Por isso, vou me casar com você, Doutora - novamente ele me dá um selinho rápido, não tinha nenhuma reação, não conseguia pensar em nada, fico apenas olhando pra ele, tentando entender como ele se transformou nesse monstro, saio do meu transe quando alguém bate na porta

Derek: Com licença! - fala abrindo a porta devagar sem olhar para dentro do quarto

Sebastian: Entra - arrumou a postura

Derek: Só vim trazer a cadeira de rodas que o Senhor me pediu - ele abre mais a porta mostrando a cadeira do lado de fora do quarto

S/n: Eu consigo caminhar sozinha - tentei me levantar da cama, mas o Sebastian me assegurou pelo braço me impedindo de sair

Sebastian: Não seja teimosa - apertou levemente meu braço

Derek: Vai ser melhor, S/n - se aproximou com a cadeira, Sebastian me ajudou a me levantar, ele colocou sua mão em volta da minha cintura enquanto meu braço assegura seu pescoço

S/n: Até quando vou ter que usar ? - falo assim que me ajeito na cadeira de rodas

Sebastian: Isso vamos ver depois - encolhi meus ombros ao sentir a mão do Sebastian pousar nele

Derek: Já passei as instruções para o Sebastian, com a ajuda dele, você vai ficar melhor logo - ele colocou a mão dentro do bolso do jaleco, observei cada movimento que o Sebastian estava fazendo quando o Derek se aproximava de mim, suas expressões eram de nojo

Sebastian: Bom... - esfregou as mãos - Se estiver tudo bem para nós irmos, tenho um compromisso, marcado - confere o horário em seu relógio que estava no pulso do braço direito

Derek: Está tudo certo - fala caminhando até a porta abrindo a mesma para o Sebastian passar comigo, Sebastian empurra minha cadeira levemente saindo assim do quarto

Sebastian: Obrigado por tudo, Doutor! - aperta a mão do Derek que retribui com um aperto de mão firme e um sorriso simpático

Ele empurra a cadeira na mesma velocidade de sempre, a porta de saída parecia estar a quilômetros de distância, o mundo estava se movendo em câmera lenta, observei algumas pessoas sentadas esperando notícias de seus entes queridos, toda aquela angústia que eles expressam em seus rostos, me fez sentir como se estivesse diante de um espelho, eu tinha um pouco de cada pessoa e cada pessoa tinha um pouco de mim, isso me fez sentir uma pessoa normal, cujo a vida resolver punir.

Chegamos ao final do corredor, a sala de recepção está cheia, estávamos na frente da porta esperando os médicos passarem com uma maca, viro meu olhar para o lado antes de sair do hospital, vejo um rosto familiar no meio daquela multidão, meu coração começa a palpitar, mas em um piscar de olhos não havia mais ninguém naquele lugar além de duas senhoras idosas

Assim que saímos do hospital, sinto o vento frio da manhã bater no meu rosto, fecho os olhos para aproveitar a brisa, Sebastian para no lado do passageiro com a cadeira, abre a porta do carro e me leva com cuidado, me coloca no assento e coloca o cinto de segurança, ele dá a volta e fecha a cadeira de rodas colocando-o no banco de trás ao lado do motorista, fecha a porta e entra dentro do carro, olha para mim e pega na minha mão a levando para a boca dele, deposita um beijo.

Sebastian: Vai ficar tudo bem, meu amor -deu partida no carro, tirando do estacionamento

Sebastian: Vamos, meu amor - passa a mão direita na minha perna que estava coberta por uma calça jeans - Diga algo, vamos você consegue - aperta minha coxa

S/n: Preciso do meu celular - coloquei minha mão em cima da dele

Sebastian: Precisa? - sua boca se curvou num sorriso

S/n: Preciso saber como minha família está - argumentei firme enquanto observava pela janela do carro os outros fazerem ultrapassagem arriscadas

Sebastian: Pode ligar do meu - seus dedos batiam no volante

S/n: E se eu precisar de algo ou precisar pedir ajuda? - puxei um pedacinho de linha que estava solto na minha calça

Sebastian: Por isso contratei a Agatha! - Estufou o peito



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