Um Pouquinho De Felicidade [COMPLETO]

Capítulo 7

SELIN

— Sabe te ajudar naquele dia me custou muito caro. —confesso após vários minutos de silêncio dentro do carro. — Eu e a minha irmã tivemos que voltar a pé porque um garçom me pegou até o meu último centavo para aceitar te dar aquele bilhete.

Théo ainda concentrado na estrada tenta disfarçar um sorriso que se forma no canto dos seus lábios.

— Acho que estou pagando a minha dívida agora. —retrucou ele me olhando de esgueira.

— Escuta, qual foi o desfecho daquela noite em? —questiono com curiosidade. — Você realmente seguiu ela?

— Segui. —responde enquanto solta um suspiro. — E ela realmente estava me traindo, então terminei o nosso relacionamento.

— Sinto muito, acho que eu até poderia perdoar uma traição mas de maneira alguma eu manteria um relacionamento com alguém que me traiu. —afirmei.

E aquilo era verdade, eu carregava comigo uma única certeza se você ama, você não trai. Muito simples.

Fomos o restante do caminho em silêncio, Théo não era muito de conversar e ele já havia deixado isso bem claro.

Deu para notar que ele é um homem muito reservado.

Sou tirada dos meus pensamentos quando consigo ver ao longe em frente ao prédio onde moro Norah sendo segurada pelo Chris.

— Para o carro! —grito em pânico.

— O quê? —Théo me olha confuso.

— PARA O  CARRO AGORA.

Ele me obedece, assim que LeBlanc para o carro tiro o cinto e abro a porta com incontável rapidez. Saio correndo ao encontro da minha irmã.

A medida que vou me aproximando consigo notar a sua cara de pânico enquanto o seu ex a segura pelos braços.

— Solta a minha irmã agora! —esbravejo, o empurrando e me pondo na frente da minha irmã.

— Não se mete nisso, Selin! —vocifera me encarando com os seus olhos escuros de raiva.

Já fazia um tempo que eu havia o visto, mas ele estava diferente. Chris havia cortado o cabelo deixando-o bastante curto, mesmo já tendo trinta anos ele age como um idiota escroto.

— Se você não for embora agora mesmo, eu vou chamar a polícia. —ameaço o olhando sériamente.

Percebo quando ele trinca os dentes com raiva.

— Falei para ficar fora disso! —esbravejou me surpreendendo com um empurrão que me faz cair no chão.

— Selin! —Norah vem ao meu encontro entre lágrimas. — Você está bem?

Não tenho tempo para respondê-la, pois no momento seguinte Théo surge e da um soco no rosto de Chris o fazendo cambalear para trás.

O meu ex cunhado olha para Théo com os olhos arregalados.

— Nos encontramos novamente seu desgraçado! —Théo grita dominado pela raiva.

Sem dar tempo de Chris processar o que estava acontecendo, Théo o golpeou no rosto mais uma vez dessa vez o fazendo cair no chão.

Socos e mais socos foram proferidos, me levanto do chão com a ajuda de Norah, procuro o porteiro mas o incompetente deve ter dado uma saidinha para se encontrar com a namorada. De novo.

Sem alternativa vou rapidamente na direção do senhor LeBlanc que a essa altura já está em cima de Chris com as mãos sujas de sangue.

— Pare. —peço e seguro o seu braço ele vira o seu rosto para me encarar, seus olhos estavam carregados de ódio. — Por favor pare ou você irá matá-lo.

Théo parece voltar em si e se levanta, ele está ofegante. Me arrisco a olhar para Chris que está no chão com o rosto todo machucado.

— Suma daqui agora mesmo. —digo, ele se levanta com dificuldade e nos encara.

— Isso não vai ficar assim. —alerta e vai embora.

Suspiro aliviada e me viro para trás.

— Meu Deus, o quê acabou de acontecer aqui? —pergunto encarando Théo que passa as mãos pelo rosto o sujando um pouco de sangue.

— Preciso voltar para casa. —muda de assunto e encara a minha irmã. — Vocês vão ficar bem?

Norah se aproxima de mim parecendo ainda estar em choque e assente enquanto seca as suas lágrimas.

— Sim, obrigada por ajudar. —respondeu ela.

O senhor LeBlanc não diz nada e vai embora nos deixando sozinhas.

— Vem, vamos entrar depois você me explica o quê aconteceu. —digo enquanto guio a minha irmã até o meu apartamento.

De frente para a porta percebo que esqueci a minha bolsa no carro, mas por sorte costumo deixar uma chave reserva debaixo do tapete.

Assim que entramos a minha irmã vai tomar banho para tentar relaxar enquanto eu fico na sala sentada no sofá me lembrando do que aconteceu agora pouco.

Lembro-me das palavras de Théo, "Nos encontramos novamente seu desgraçado! "

Mas de onde eles se conhecem? E de onde vinha tanto ódio?

— Você só faz essa cara quando está curiosa. —olho para trás ao ouvir a voz da minha irmã, à vejo vir até mim usando um dos meus pijamas.

Ela se senta ao meu lado e respira fundo.

— O papai deve ter te contado que depois do meu expediente na joalheria fui jantar com o Lucas.

— Contou. —confirmo.

— Bom, o jantar estava ótimo até o meu ex namorado invadir o restaurante e fazer a maior cena ao me ver com o Lucas. —ela suspira cansada. — Eles trocaram alguns socos quando Chris me ofendeu, então fomos expulsos do restaurante.

— Aquele filho da mãe! —praguejo irritada.

— Chris então nos deixou em paz, Lucas queria me levar para casa mas eu pedi para ele me trazer até aqui pois eu tinha chorado e eu tenho certeza que quando o nosso pai visse o meu estado iria me enxer de perguntas. —Norah sorri sem humor. — Só não achei que aquele idiota havia me seguido até aqui, será que ele nunca vai me deixar em paz Selin?

Puxo a minha irmã para um abraço apertado.

— Nunca vou deixar aquele idiota machucar a minha irmãzinha.

Ela desfaz o nosso abraço e sorri secando as suas lágrimas.

— Na verdade você é quem é a minha irmãozinha levando em conta que sou a mais velha. —desdenha, mas logo fica séria. — Obrigada por ter me ajudado.

— Eu sempre vou estar aqui por você. —assevero à abraçando outra vez.

Eu não imaginava que Chris voltaria para as nossas vidas, mas eu estava disposta a ajudar a minha irmã no que fosse preciso. Mas algo me diz que os nossos problemas só estão começando.