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Lauren POV:

Senti minha garganta arder após o líquido verde e nojento sair por ela: eu estava vomitando. No meio de um bar de LA. Isso era, no mínimo desmotivador. Olhei para fora da cabine nojenta, estava sozinha. Senti minha pernas bambearem quando me levantei. Estava no fundo do poço. Perdi a conta de quantos copos de Wisky eu bebi. E por que? Por ela. Ela não saia da minha cabeça. Manti a internet do meu telefone desligada, consequencia de um passado assombroso. Eu não podia mais repetir meus antigos erros. Se eu fosse mandar mensagens, que ela não as visse. 

Mas claro, que isso não ia impedir que ela fosse ao mesmo bar que eu. E me encontrasse jogando água no meu rosto inúmeras vezes. 

"Lo?" Ela se aproximou de mim, seu perfume inundou minhas narinas e senti o cheiro nostálgico atingir meu cérebro sem consentimento algum. Procurei me segurar na pia. Okay, eu devo estar amando essa garota. 

"Sua voz é tão doce, sabia?" Que merda eu estava dizendo? Eu tenho problemas com bebida, isso está mais que claro. 

"Lo, estou preocupada contigo, você está bem? Precisa de uma carona?" Achei engraçado ela mencionar isso, eu de fato não conseguiria dirigir até minha casa. Não pela bebida, mas se eu encostasse em um volante provavelmente acabaria na portaria do apartamento dela. 

"Acho que sim." Não acho justo que ela saiba que sofro por ela. Muito menos que sou tão problemática ao ponto de beber depois de simplesmente abandona-la. 

"Vamos. Eu não sei dirigir, mas posso te chamar um Uber com certeza." Como eu era idiota. Era claro que não tinha nada a ver com o fato de que na noite anterior ela estava gemendo meu nome. Claro que só estava preocupada com o fato de eu acabar morta por um acidente de carro. 

Seus dedos tocaram meu antebraço com delicadeza, ela puxou levemente. 

"Venha, vou te deixar em casa." A onda de relaxamento atingiu um pico até que ridículo em meu consciente e sub. Não consegui mover meus pés.Eu precisava contar a ela. 

"Camz, olha." Senti meu estômago revirar com as frases que eu diria a ela. Mas que escolha eu tinha? Não poderia deixa-la ir. Doeria demais. Só o pensamento já doía. "Camz, eu sinto algo profundo por você. Mas, hm. Eu não sei explicar."

"Lo? É suficiente. Acho que fomos longe demais, eu já tenho um relacionamento, não posso te enfiar em um triângulo amoroso por que é divertido foder com você." As palavras foram tão fundo em meu peito, que senti arder. Novamente o líquido esverdeado se moveu dentro de mim. 


Fui estúpida, 

Talvez por acreditar que alguém tão doce como ela sentiria algo por alguém tão doentia como eu. 

Senti minhas pernas falharem. 

"Eu posso voltar com Zayn. Ele me deixa em casa. Tenha uma ótima noite." Virei minha direção que antes era para ela, agora para a porta. Eu não deixaria ninguém me machucar de novo. Já havia acontecido uma vez. Não teria outra. 

"Ele pediu que eu buscasse você." 

"E por que ele faria isso?" 

Ela deu de ombros, a resposta era clara. Ela era, além dele, a única pessoa que eu confiava. Claro que ele ligaria para ela se eu estivesse enrascada. Eu estava. Por que eu a amava. 

"Por favor, pare de ser tão egocêntrica e me deixe te levar."

"Egocêntrica? Por que você não para de agir como se você se importasse? Eu não vou amar, sem ser amada." 

"Lauren, mas eu também amo você" Senti o fel vir, minha cabeça girou. Eu não devia ter bebido tanto, não devia ter saído de casa. Talvez ela tenha dito tudo antes pelo dia de ontem, para se vingar. Talvez. Talvez. Não! 

Mas, e se sim?

E se talvez ela possa me amar. 

Não tive mais tempo para pensar, senti meu estômago despejar todas minhas emoções na pia mesmo. 


Call me Daddy •camren•Where stories live. Discover now