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Sinto meus pés descalços tocarem em contato com a areia limpa e seca. Seguro meus tênis na mão enquanto caminho até uma pedra, aonde a areia já é molhada.

Sento-me na pedra gelada e observo o mar por alguns minutos. Observo as ondas quebrarem e o pôr do sol começar a surgir. Acendo meu celular quando o mesmo vibra notificando uma mensagem.

"Olhe para trás"

Olho por cima do ombro para encontrar um Conrad sorrindo para mim. Ele caminha até a pedra e senta ao meu lado.

- Esse é o seu jeito de dizer: "oi Anna, já
cheguei ."- O mesmo sorri e olha para o horizonte.

- Eu tenho um jeitinho único para tudo. Deveria saber.

- Não vou mais esquecer. - Olho para ele e sorrio.

Foi nessa mesma pedra que nos conhecemos pela primeira vez,na noite da fogueira. Eu tava sozinha e ele queria fumar longe de outras pessoas,eu falei que ele não passaria dos vinte e oito e a conversa começou a surgir.

Nos encontramos aqui quase todos dias. Tem sido assim desde que vim passar as férias de verão aqui em Cousins com meus avós e tios.

Quando eu era criança eu vinha aqui com os meus pais,mas depois que eles morreram eu nunca mais voltei. Meus tios,que hoje em dia tem a minha guarda acharam que depois de cinco anos seria bom eu voltar aqui para rever meus avós.

Não me leve a mal, é claro que eu queria vê meus avós, depois dos meus pais eles sempre foram as pessoas mais próximas à mim. Mas voltar aqui e lembrar de como eu era feliz e como tudo isso acabou por causa de um maldito acidente de carro não me faz muito bem.

Eu tentei avisar que não estava pronta para voltar aqui, mas eles estavam tão animados e já fizeram tanto por mim nesses cinco anos. Eu não poderia simplesmente negar. Então nessas últimas semanas eu tenho passado com Conrad,que foi a única pessoa que eu conheci aqui.

Eu sempre fui muito tímida, desde criança. Então quando eu vinha para cá eu só ficava em casa e não falava com ninguém que não fosse da minha família,por tanto não fiz nenhuma amizade.

- Então,vai ter uma outra festa da fogueira aqui hoje,você vem?- Connie pergunta e eu franzo o cenho.

- Eu não sei...

- Por favor! Eu não quero ficar sozinho.- Eu rio sem humor e o olho.

- Você não ficaria sozinho numa festa nem se quisesse. - Digo e ele revira os olhos.

- Mas a sua companhia é muito superior a deles. - Cerro os olhos e ele continua. - Só não pode contar para o Steven que eu disse isso.

- Nem sei quem é Steven.

- Mais um motivo para você ir. Quero te apresentar para meus amigos.

- Dispenso apresentações. - Escuto o garoto bufar ao meu lado e ignoro.

- Olha,vamos fazer um acordo. Você vai na festa e amanhã eu te trago alguns donuts.

Olho para Conrad enquanto penso. Donuts de graça? Me parece uma boa. Suspiro e concordo. Vejo um sorriso se formar no canto de seus lábios e dou um empurrão de ombro nele.

- Mas tem que ser o de cobertura de morango! Não aceito outro. - Eu aviso e ele assente.

- Eu vou me lembrar disso, não se preocupe. Você não vai se arrepender Anninha.

- Se me deixar sozinha, eu vou te matar no dia seguinte e depois vou embora com os meus donuts. E não me chame assim.

- Vou me lembrar disso também. - Ele diz antes de se deitar na pedra. - Sabe,você falando assim até parece que não é extremamente calma.

- Eu não sou calma. - Discordo do mesmo que nega.

- É sim,até de mais. O problema é que você não repara em si mesma.

- E você repara?- Pergunto.

- Em você? - Demoro um pouco antes de responder.

- É...

- Eu reparei no dia da fogueira.

- Você só queria fumar sua maconha!- Eu o acuso me deitando ao seu lado.

- Eu também queria falar com você!

-Foi eu que puxei assunto,Conrad.

- É, pra dizer que eu vou morrer cedo. - Ele retruca pegando um cigarro. Reviro os olhos.

- Eu só disse que você não passaria dos 28. E você é muito hipócrita. - Sento-me de volta.

- Só por que fumo?- Ignoro sua pergunta enquanto calço meus tênis. Saio de cima da pedra e pego meu celular.

- Que horas eu te encontro aqui?- Conrad senta na pedra e aponta para mim.

- Já vai? Não tem nem dez minutos que estamos aqui.

- Sim. Prometi voltar cedo hoje e ainda tenho que convencer minha tia a me deixar ir nessa festa.

- Quer que eu te leve?- Ele pergunta já levantando. O impeço antes que possa ficar de pé.

- Não precisa,obrigada. Eu gosto de caminhar. - Respondo e ele assente.

-Sei...Okay. Te encontro aqui às dez.- Arregalo os olhos e ele imita meu gesto brincando.

- Dez?!Conrad, minha tia nunca vai deixar eu vir. Se eu chegar aqui às dez que horas eu volto?

- Olha, se você não puder vir tudo bem.- Eu nego enquanto passo a mão pelo meu cabelo.

-Não, nós temos um acordo. Eu vou cumprir com ele. - Ele murmurra um "certo".- Mas você vai me levar de volta.

- Por mim tudo bem.- Connie de de ombros e traga de seu cigarro.

- Então tá, até mais tarde.

Pego o cigarro que estava entre seus lábios e corro. Escuto o mesmo gritar meu nome de longe e olho para trás. Ele levanta os dois dedos do meio para mim e eu nego enquanto rio.

Quando chego na rua jogo o cigarro no chão e piso nele,para logo o pegar de voltar e jogar na lixeira mais próxima que encontrei no caminho.






AVISO!

Nem tudo da fic vai ter a ver com a série/livro. A história e o desenvolvimento é toda criada por mim,até a personalidade dos personagens (mais ou menos).

Eu não sei se vou poder atualizar com frequência e os caps não serão muito grandes.

É isso! Espero que gostem! :)

Cruel Summer - Jeremiah Fisher Where stories live. Discover now