Carma

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Alex

     Estou ainda pensando no beijo que ela me negou, eu com certeza devo está longe do perfil de homem que ela deseja. Ela me descreveu tudo em nossa volta e eu juro que a única coisa que eu me concentrei foi no calor do seu corpo atrás de mim e em seu cheiro, eu prestei atenção em tudo o que me disse e foi incrível, mas só ela estava me interessado naquele momento, logo decidimos voltar para casa, então caminhamos em silêncio e pela primeira vez em muitos anos eu quis beijar novamente, eu quis beijar Cristal, eu sei que eu tô muito ferrado com isso.

   Eu cansei de evitar, de fugir, por isso eu aceitei ela de volta na fazenda, até por que se ela fosse embora, eu seria capaz de ir atrás dela assim como fiz no alojamento, não quero admitir, mas eu estou sim apaixonado por ela, estou apaixonado desde qeu sentir seu cheiro pela primeira vez, então melhor deixar acontecer, só espero que ela não escolha Iago para que eu não surte de vez, levou anos, mas agora me sinto vivo novamente, cansei agora que eu admitir para mim mesmo, agora eu a quero em minha vida, mesmo sabendo que minhas limitações pode impedir que ela me queira e que eu a mereça, droga! ela tem medo de voltar a dirigir e eu queria fazer algo por ela, mas sou um um cego idiota, isso acaba comigo, Deus como eu queria voltar a enxergar nesse momento de minha vida, eu queria muito vê-la.

   Chego no casarão com minha mente fervilhando em Crital, apesar de tudo o dia estava encerrado bem eu até havia me esquecido da víbora da minha tia, mas assim que abro a porta sentir um cheiro horrível em minha sala, droga ela está aqui, dou dois passo e acabo tropeçando em algo que tenho certeza que é sua mala, quase cai de cara, eu tenho certeza que ela faz isso de propósito, não é a primeira vez.

Alex- Que merda!- grito.

Eloisa- Olha o palavrão querido- ela está aqui, era óbvio queria ver minha queda por isso minha sala fede tanto.

Alex- já falei que quando a senhora vim aqui não deixe nada jogado no chão, aqui é proibido, atrapalha minha locomoção- saiu de perto da mala, dou a volta e vou até perto dela.

Eloisa- eu bem que avisei a sua empregadinha, mas ela me deu as costas e saiu andando- Sei que ela está falando de Magali, as duas não se suportam e claro que dou razão a Magali, Elisa é a pior entre meus tios.

Alex- Ela não é uma empregada e você sabe muito bem disso- ela dá uma gargalhada horrível.

Eloisa- De onde eu venho ela não só é uma empregadinha, como teria sido demitida na primeira desobediência-

Alex- nesse caso ainda bem que não vinhemos do mesmo lugar- ela bufa irritada.

Eloisa- Olha só Alex, estou cansada, a viajem foi longa, não vim aqui discutir sobre a empregadinha- ando pela sala e me sento na poltrona em sua frente, percebo o seu lugar pela sua voz.

Alex- Essa é o X da questão tia, por que a senhora veio? a última vez que esteve aqui me ameaçou, me chamou de inválido e disse que nunca mais colocaria seus pés aqui, que nos veríamos no tribunal, então o que trouxe aqui?-

Eloisa- Querido eu estava em um mal dia, não pode me julgar por aquele episódio- ela nunca me chamou tanto de querido assim antes, alguma coisa tem nessa história, sorriu com sarcasmo.

Alex- então por que episódio vou te julgar? Pelo dia que esteve aqui e ameaçou meu avô e o chamou de velho burro, aliás sempre que vinha aqui dizia isso para ele, o velho burro que cria o inválido, Ah! tivemos o episódio do enterro que você me expulsou do velório e disse para eu pegar minhas tralhas antes que você e seus irmãos voltassem do velório, queria que eu fossem embora, coisa que graças a Deus não fiz, se não alegaria abandono, Ah! teve também o episódio da leitura do testamento que você é seus irmãos falaram que eu roubei e falsifiquei a assinatura do meu avô, por que ele não deixaria as terras para um inválido, teve tantos episódios tia que eu acho que a senhora deve ser muito infeliz- falo e me ajeito na poltrona.

Elois- Está bem! eu nunca fui uma boa tia, mas em minha defesa meu pai sempre te criou da forma que nunca fez comigo- acabo rindo.

Alex- Deve ser por que você sempre odiou esse lugar, acho que nunca se quer gostou dele de verdade, basta ver a forma que o tratava, mas me diz logo o que você quer aqui?- escuto ela se mexer na cadeira.

Eloisa- vim te fazer uma ótima proposta- sei que não deve ser nada boa - conversei com meus irmãos e eles concordaram em fazer um acordo com você, pois queremos vender logo essa fazenda, iríamos dividir com você mesmo que não tenha direito, apenas em consideração ao nosso pai que te criou, dividiriam o valor da fazenda da seguinte forma, 10% para você e 30% para eu e meus outros dois irmão, que de fato detém o direito, é uma proposta irrecusável, já verificamos e essa terra vale uma fortuna, irá ganhar muito bem-

Alex- Vamos recapitular, a fazenda legalmente é minha, meu avô me deixou em sã consciência com assinatura de testemunhas ainda vivas e vocês querem que eu venda, fique com 10% e o resto para vocês dividirem entre si?- acabo gargalhando- Depois o cego e doido sou eu, isso nunca vai acontecer, se vocês conhecessem tão bem a fazenda como eu conheço, nunca me fariam uma oferta dessas- escuto ela esbravejar.

Elisa- Você é um homem sozinho, cego, inválido juiz nenhum vai deixar você tocar essa fazenda sozinho, já que não quer um acordo vamos para os tribunais- sorriu e jogo meu corpo em sua direção.

Alex- Até onde eu sei tia, já temos uma ação em andamento, está com medo de que? deixa acontecer- antes que ela responda escuto a porta da rua se abri, sinto o cheiro de Cristal e isso estranhamente me acalma.

Eloisa- Quem é essa daí? mais uma empregadinha?-

Cristal- Boa noite! para a senhora também! não eu não sou a empregadinha, sou veterinário e a namorada de Alex- puta que pariu, por essa eu não esperava, mas não posso desmentí-la agora, seria só mais um motivo para minha tia cair em cima de nos dois, Cristal senta no braço da cadeira e passa seu braço em volta do meus ombros e não vou mentir eu gosto disso.

Eloisa- Desde quando o inválido tem uma namorada, ainda mais uma bonita? deve ser uma interesseira achando que essa fazenda é sua- sinto Cristal apertar um pouco meu ombro e sei que ela está com raiva, merda isso não vai acabar bem.

Cristal- Sabe o que eu acho, a senhora não sabe o que é ser amada, por isso não reconhece o amor e prefere achar que sempre é interesse, mas isso é comprienssivo vindo de uma pessoa que prefere atacar as outras para talvez se sentir melhor com isso, porém não vai conseguir, por isso agora vou levar meu namorado lá para cima fazer amor com ele enquanto a senhora se engasga com o próprio veneno, tenho uma boa noite vibora- Cristal se levanta pega minha mão, entrelaçam nossos dedos e subimos as escadas, puta merda! foi a primeira vez que minha tia ficou sem palavras sorriu feliz, por que acho que com Cristal aqui, meu calvário pode não ser tão ruim assim.

Olhos selvagensDonde viven las historias. Descúbrelo ahora