Nosso Recomeço - Beauany

Capítulo 10

Josh Beauchamp

Falar desse assunto pra mim é complicado, pois toda vez eu acabo chorando, e lembrando do dia que quase perdi o meu filho, o meu Ravi, hoje não consigo imaginar a minha vida sem ele.

—Any: sinto muito Josh -fala me abraçando e eu choro ainda mais nos seus braços.

Ficamos um tempinho em silêncio, só se escutava o som do meu choro, enquanto a Any me abraçava forte, fazendo um carinho na minha costas, até eu começar a me acalmar.

—Any: tá melhor? -pergunta assim que nos afastamos.

— tô sim, e obrigado pelo carinho -sorri- esse assunto é delicado pra mim, fico muito mal

—Any: eu imagino, como mãe sei a dor que deve ter sido pra você, não quis falar nada, pois não tenho palavras pra descrever essa dor, mas sei que as vezes tudo oque precisamos é de um abraço, um ombro amigo pra chorar, e jogar pra fora toda a dor que nos faz mal -sorrir.

— isso é muito lindo, obrigado

—Any: não precisa agradecer, e sempre que você quiser conversar, desabafar -ela segura nas minhas mãos- eu tô aqui, pode contar comigo

— valeu, é bom ouvir isso -sorrimos- tenho muitos conhecidos e colegas, mas amigos de verdade, que estavam comigo quando eu mais precisei foi o Krys e meus pais

—Any: sei como é, mas olha pelo lado bom, você teve seus pais, eu nem isso tenho, hoje em dia as únicas pessoas que sei que fazem de tudo por mim, são a Hina e os meus ex-sogros

— é, nossa situação não é uma das melhores -rimos- pelo menos no trabalho estamos bem

—Any: é né, alguma coisa tinha que dar certo na nossas vidas -rimos ainda mais- pensando bem, a única diferença entre nós, é que querendo ou não, o Breno é um ótimo pai pra Luna, me ajuda nas despesas dela, tenta ser o mais presente possível, apesar de morarmos em cidades diferentes, como pai eu não posso reclamar dele, quando a Luna fica doente, mesmo sendo uma simples gripe, ele larga tudo lá, e vem correndo pra ficar com ela -suspira- mas pra você deve ter sido difícil ser pai solteiro, né!?

— olha, no começo foi sim, principalmente no período da gravidez, pois tive que morar no mesmo local que aquela louca -respiro fundo- porque naquele dia, assim que ela entrou na clínica, minha mãe foi atrás, elas brigaram e a minha mãe obrigou ela a me esperar chegar lá. Assim que cheguei nós brigamos feio, disse que ela não podia fazer isso, pois o filho também era meu, e sabe oque ela respondeu!? -ela nega- disse que não queria aquela criança, pois iria "estragar" o corpo dela, não queria aturar bebê chorando, e que nunca quis ter uma família, e muito menos comigo

—Any: que idiota -fala irritada.

— então, pra salvar o meu filho eu fiz uma proposta com ela, falei que ela iria morar na minha casa durante a gravidez, que eu pagaria todos os gastos dela durante a gravidez, e como eu sabia que isso seria pouco pra ela, a ofereci dinheiro pra me livrar dela depois do parto, e que pagaria até mesmo as suas cirurgias estéticas, ela aceitou na hora, sem pensar duas vezes, e foi ali que percebi que ela nunca me amou mesmo, ela não passava de uma interesseira

—Any: desculpa, mas essa mulher é uma louca, vadia, idiota, você teve sorte de perceber a tempo, e ainda bem que no final deu tudo certo pra você, o Ravi tem muita sorte de ter um pai maravilhoso como você -sorrir.

— obrigado Any -sorri- as vezes eu só queria ser mais presente na vida dele, sabe o Ravi é muito tímido, a Luna é a primeira amiguinha dele, na outra escolinha que ele ia, ele só ficava triste, pra baixo, não queria fazer amizades, e eu sempre me senti mal por isso, sempre me achei um péssimo pai, até o levei no médico pra saber o porquê dele ser assim, se tinha algum problema, mas o médico explicou que cada criança tem o seu jeitinho, e que logo o Ravi iria perder essa timidez. Mas sei lá, as vezes não me acho bom o suficiente pra ele, sabe!?

—Any: te entendo perfeitamente -sorrir.

— sério? -fico surpreso.

—Any: claro Josh, eu também sou assim, acho que todos os pais de primeira viagem, que cuida dos seus filhos sozinhos se sentem assim. Estamos sempre achando que nossos filhos precisa de mais atenção, que estamos sempre trabalhando muito, e tendo pouco tempo pra eles, mas no fim oque fazemos é por eles, nós trabalhamos duro pra dar um futuro melhor pro nossos filhos, sei as vezes nos sentimos mal por chegarmos cansados, e não conseguimos dar a atenção necessária pra eles, mas com o tempo aprendi que isso não me faz uma mãe ruim, ao contrário, estou sendo a melhor mãe possível pra Luna, e tudo oque faço é por ela, e eu aposto que tudo oque você faz é pelo Ravi

— nossa, isso me descreveu bem -rimos- você me ajudou muito Any, de verdade mesmo, eu já tive essa conversa com o Krys, com os meus pais, mas nenhum deles conseguiu me passar essa mensagem que você me passou agora, isso vai me ajudar muito, então muito obrigado por me ouvir, por me ajudar e por me entender tão bem -sorri.

—Any: imagina, eu que agradeço por você ter me contado sobre a história do Ravi, e quero que saiba que se precisar de mais algum conselho ou dicas, que eu souber ajudar, será um prazer, e como eu já disse, se só quiser conversar ou desabafar pode me ligar a qualquer hora, será um prazer conversar com você -sorrir.

— obrigado, eu tô gostando muito... -sou interrompido pela porta abrindo e vemos o Krys.

—Krys: tô atrapalhando!? -nós negamos- vocês estão aqui desda aquela hora?

— sim, por que? -ele nos olha desconfiado.

—Krys: nada, é que já faz uma hora que vocês estão aqui conversando -ficamos surpresos- fui te procurar na sua sala agora, e a secretária avisou que vocês ainda estavam aqui, e só vim te procurar, porque queria falar sobre assuntos de trabalho, não queria atrapalhar vocês

—Any: não atrapalhou não Krys, e me desculpa Josh por tomar tanto tempo seu -fala sem graça.

— que isso, não tem problema, e também não foi só você, nossa conversa que foi fluindo, e nem percebemos que passou tanto tempo assim

—Any: pois é, então eu já vou, não quero tomar mais o seu tempo, e nem atrapalhar o trabalho de vocês, tchau Josh -ela se afasta e vai se aproximando do Krys, que está ao lado da porta- tchau Krys, até mais

—Krys e eu: tchau Any -ela sai e ele me encara sério.

— oque foi? -ele se aproxima.

—Krys: oque tá rolando com a Any?

— nada ué, estamos virando amigos, oque mais seria!? -fico sem jeito.

—Krys: te conheço bem Josh, a mim você não engana, você não é de muito papo, é mais na sua, ainda mais com alguém que você mal conhece, manda a real cara, você tá afim dela?

— oque? Não, nada a ver -viro de costas pra ele e fico meio envergonhado.

—Krys: uhum, tá bom, vou fingir que acredito -volto a olhar pra ele- podemos falar de trabalho agora!?

— claro, vamos lá -fomos pra minha sala e ficamos trabalhando por um tempo.

O resto do dia fiquei pensando na Any, não sei porquê, mas ela não saiu da minha cabeça, fiquei pensando na nossa conversa, no seu abraço tão gostoso, seu carinho que me acalmou, ela é perfeita em tudo oque faz e fala.

Agora tô indo buscar o Ravi na escola, assim que chego vejo a Any dando um beijo na testa do Ravi e acabo sorrindo vendo isso.

—Ravi: papai -ele corre até mim. Any e a Luna se aproximam- que bom que você chegou, tava dando tchau a tia Any e a Luna

— entendi -sorri- oi Luna, Any -elas sorriem.

—Luna: oi tio Josh

—Any: oi Josh, desculpa não poder conversar mais, só que a Luna e eu temos compromisso, precisamos ir -assenti- tchau pra vocês -elas vão e nós também vamos embora.

◇ ◆ ◇ ◆ ◇ ◆ ◇ ◆ ◇ ◆ ◇ ◆ ◇ ◆ ◇

Espero que tenha gostado, por favor se gostou, dar um voto😁

E me desculpe qualquer erro.