Capítulo 8

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Zyfek Cooper

Acordei pela tarde naquele dia já que fiquei na madrugada preso aos pensamentos conflituosos sobre a conspiração que aquela mulher havia me contado. E embora eu achasse possível e todas as peças se encaixassem, ainda assim, não havia provas concretas que indicassem aquilo tudo ser verdade, apenas a palavra dela. Além disso, talvez, no fundo, eu não quisesse acreditar. Sempre que eu começava a concluir que o que ela me dito como verdade, minha mente indicava que acreditar era apenas uma desculpa pessoal minha por ainda não ter superado o caso. Não era um raciocínio infundado, afinal, havia muitos sentimentos envolvidos nessa história. E se aquilo tudo não fosse uma jogada dela para fazer alguma falcatrua com o caso? Ela era advogada, e podia apenas estar tramando algo para criar dúvidas sobre a veracidade da acusação, não só para mim, mas como para todos. E talvez assim, criando uma reviravolta e mudando o rumo de tudo. Então, eu devia mesmo confiar nela?

Já era noite e eu não havia me posicionado sobre o que fazer e isso estava me remoendo, então, decidir sair para caminhar no Central Park, e prometi para mim que na volta para casa antes de entrar na porta do meu apartamento eu já devia ter escolhido o que fazer. No meio da caminhada ainda indeciso por volta das 21h alguém me chamou, olhei para trás e a vi, uma mulher loira, que corria um pouco atrás, eu a reconheci, era Nice Riegler, uma amiga do ensino médio e também a ex: namorada do Oliver Cresswell.

— E então o que anda fazendo? — Perguntou ela animosamente enquanto recebia o seu café expresso com o atendente de uma lanchonete e ia comigo ao lado para uma mesa.

— Trabalho como detetive para a polícia de Nova York. — Respondi ao me sentar na mesa.

— Verdade!? Se eu me lembro bem era esse o trabalho do seu pai não era?

— Sim. — Após um instante de silêncio disse: — E você hein!? Ouvi falar de você em todo lugar, te vi muitas vezes em outdoors e pôsteres pela cidade, virou uma modelo internacionalmente famosa e tal, bem com sua beleza não fiquei muito surpreso.

Ela sorriu um pouco.

— Bajulador como sempre né? — Ela parou para beber e pouco em silêncio

— Ouvir dizer que você estava morando em Londres, o que faz aqui?

— Bem é complicado. No momento estou de férias, mas participarei de uma campanha publicitaria em algumas semanas, então aproveitei logo e vim antes para visitar minha família.

— Entendi...

Então aquele reencontro e a conversa mudou totalmente o foco porque a televisão do estabelecimento começou abordar novamente o tema que já era destaque da mídia local.

— Em meio ao segundo dia seguindo sem nenhum incidente envolvendo desde que os ataques as autoridades jurídicas envolvidas no caso Waltman, temos agora informações do andamento do caso e as investigações que a polícia de Nova York...

Após isso o clima da conversa havia se alterado, Nice que estava até então bem humorada ficou com semblante triste.

— Zyfek. — Após uma pausa — Você acha que o Oliver é mesmo culpado?

Hesitei em responder, por anos eu pensava que fosse, mas baseado no que tinha ouvido da Hannah Watson no dia anterior, já não tinha certeza de mais nada.

— Não sei. — Respondi.

Ela me olhou atentamente e depois com um olhar melancólico para baixo disse:

— As pessoas que sabem sobre o meu passado com ele, sempre dizem que eu deveria tentar esquecer ele, e foi o que eu fiz, segui a minha vida e tentei esquecer tudo isso, mas ainda assim... Não sei, às vezes me vejo pensando sobre isso tudo. Talvez seja apenas por conhecê-lo e ter compartilhado boa parte da minha vida com ele, mas mesmo com todas as provas lhe condenando, no fundo, eu ainda acredito, e tenho esperança que ele seja inocente.

O Efeito InevitávelOnde histórias criam vida. Descubra agora