Darkness

4. Capítulo

Me sigam no instagram autora_blue

Volto a consciência apenas para encontrar outro homem ao meu lado, na cadeira que antes era ocupada por Ames.

─ Bem vinda ao mundo dos vivos! ─ ele me saúda.

Todo o ambiente está escuro, o que me impede de ver seu rosto, mas pela sua voz eu percebo uma diversão, a marca de um sorriso. Era o mesmo tom com o qual Yvonne falava comigo nos dias bons.

─ Eu não estava morta. ─ sussurro.

O homem sorri.

─ Eu queria estar aqui quando você acordou pela primeira vez. ─ ele fala enquanto anda ─ Gostaria de saber quem você tomaria pelo Pai, Nyx ou eu.

Ele acende a luz e eu pisco, tentando me acostumar com a claridade.

Depois de alguns instantes sua forma se torna nítida em minha frente e eu tenho absoluta certeza que eu nunca o tomaria pelo Pai. Enquanto Nyx tem aquela aura dourada ao seu redor, rosto perfeito e esculpido, os uma beleza tão estupenda que só poderia ser digna dos Deuses o homem a minha frente tem uma beleza bruta.

Ele ainda é bonito, porém é mais baixo e muito mais forte. Sua composição física me lembra as arvores do meu pesadelo. Ele é como um tronco, musculoso, sua pele negra, como Yvonne, seu rosto com um cicatriz enorme que vai desde sua sobrancelha direita até o canto superior esquerdo da sua boca, seu nariz torto como se ele tivesse sofrido muitas e muitas contusões. Mas nenhuma dessas "imperfeições" são o suficiente para retirarem sua beleza. Ele é belíssimo.

E mesmo quando sua feição se assemelha com os outros internos do Sanatório Nortem, o que deveria fazer com que eu estivesse aterrorizada por estar sozinha em sua presença, eu não tenho medo dele. Ele traz um sorriso tão apaziguador consigo que eu me sinto relaxar, o que talvez seja burro da minha parte. Eu não o conheço, não conheço nenhum deles.

Você está segura, eles são seus amigos. ─ uma voz soa em minha cabeça, fazendo com que eu reprima o pânico.

─ Eu sou Kol, a propósito. É um prazer conhece-la, Asiye.

Ele está de volta ao meu lado, carregando uma tigela que cheira tão bem.

─ Deixamos alguma comida para você, na esperança que você acordasse. É importante para sua recuperação que você coma tudo.

Confirmo com a cabeça.

Ele me olha por uns segundos, antes de abandonar a tigela na mesa ao lado da cama em que estou.

─ Irei ajudar você a sentar, ok? Apenas para tornar a refeição mais fácil.

Confirmo com a cabeça.

Kol vem ao meu lado e com uma delicadeza que me surpreende ele me levanta, arruma alguns travesseiros em minhas costas com sua outra mão e me solta lentamente sobre eles, me deixando em uma posição meio sentada e meio deitada.

Me sinto desconfortável.

─ Está tudo bem? ─ ele pergunta.

─ Sim, apenas dói um pouco na região abdominal. ─ sussurro.

─ Você recebeu quatro golpes, um em cada perna e dois no abdômen, nenhum atingiu nenhum órgão, artéria ou veia vital, então tivemos sorte. Com os cuidados de Ames e algumas das poções de Vixen você estará nova em folha em mais alguns dias. Você gostaria de ajuda para comer?

Meu corpo grita para que sim, eu preciso de ajuda, por favor. Mas me sinto envergonhada, essas pessoas já fizeram tanto por mim, não quero que me alimentar seja mais um empecilho.