Capítulo 1

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P.O.V Ramona

Ótimo é segunda feira...
Eu simplesmente odeio o fato do final de semana passar rápido, ele bem que poderia durar mais, iria me ajudar bastante.
Vamos combinar que não só a mim, várias pessoas.

Baita injustiça.

Bem vou falar um pouco sobre mim, afinal vocês provavelmente não sabem de muita coisa além daquilo que fala no prólogo.

Eu me chamo Ramona Gresco, tenho 17 anos e por mais estranho que seja, eu ainda moro com meus pais, eu sempre fui bem mimada desde sempre, e cara eu me arrependo profundamente disso.
Meus pais me usam como fantoche, tenho certeza que eles esperam que eu seja aquele tipo de filha perfeita, que usa vestidos, salto alto e mais outros mil frufrus.

Por meus pais são super protetores, eles sempre colocaram alguém me vigiando, isso acontece desde o ensino fundamental.
Eles confiam muito no meu primo Daniel, então a partir do ensino médio, ele se mudou para minha escola e começou a me perseguir e contar tudo que eu faço para meus pais.
É como se ele fosse meu diário pessoal, tenho a impressão que ele sabe mais de mim do que eu mesma.

A questão é que quanto mais eu amadureço, mais a minha vontade de ir embora de casa fala mais alto, eu estou bem casada de ser, ou pelo menos tentar ser a filha ideal.

O que salva minha vida é o meu o Seu Ramon, ele é meu avô paterno.
E ao contrário do que a maioria das pessoas pensam, ele é super diferente e muito mais mente aberta do que meus pais.
Ele sempre me acolhe na casa dele quando eu preciso de ajuda, está sempre informado e tentando se adequar aos avanços da tecnologia.
O que é algo maravilhoso, quem não gostaria de ter um avô como o meu?

Meu sonho sempre foi ser uma garota alternativa, com tatuagens, cabelo tingido e alguns piercings, porém meus pais nunca aceitariam.
Mas graças ao meu avô eu ganhei duas tatuagens de presente de aniversário no ano passado.
Uma das tatuagens está desbotando, preciso me lembrar de ir retocar ela algum dia desses.
Como elas são? Bom...
Vamos supor que eu não tenha muita maturidade para escolher um tema pra tatuagem, mas pra falar a verdade eu gosto bastante delas, e é isso que importa.
No caso eu tenho uma frase nas costelas "They Don't Need To Understand" e um escudo no topo do meu braço, essas tatuagens representam força e o fato de que apenas eu posso fazer a minha própria felicidade.

Eu estudo durante maior parte do meu dia, numa das escolas mais premiadas daqui da Califórnia, não tenho muitos amigos nem nada, oque não faz tanta diferença pra mim pois assim é mais fácil de me concentrar nos estudos.
Por causa dos meus pais eu tento manter minhas notas entre as mais altas da turma, assim é menos uma reclamação para escutar durante o tempo que estou em casa e dou de cara com minha mãe.
Minha mãe trabalha durante a manhã e tarde, volta para casa as 6h da tarde e meu pai dorme até as 10h da manhã, depois disso ele vai trabalhar e volta só de madrugada. Nunca num horário exato, por isso é bem difícil de ver meu pai perambulando pela casa.

Mas sinto que as coisas vão mudar.
Na verdade tenho certeza disso, se elas não mudarem por si próprias, eu vou correr atrás e mostrar para meus pais que quem manda na minha vida sou eu.

E agora aqui estou eu dentro de minha sala de aula em pleno intervalo.

Vendo o povo se divertir do outro lado da janela.

– Monah, aqui está seu lanche, desculpe a demora. - Falou Daniel me entregando um saco de sanduiche "saudável" que minha mãe fazia toda a manhã pra mim, porém eu havia esquecido de pegar hoje antes de sair.

– Brigada, mas estou sem fome...

– Você precisa se alimentar melhor Ramona, sabe que vai adoecer se continuar se recusando a comer desse jeito. - Falou Daniel que se mostrava um pouco preocupado.

– Não sinto mais tanta vontade de comer ultimamente. - Respondi deitando a cabeça em meus braço esquerdo.

– Como assim? - Perguntou ele.

– Sei lá, as vezes as pessoas se sentem desanimadas, e isso não as deixa comer.

– Ramona você tem de tudo, sua vida é praticamente perfeita...

Antes que ele pudesse terminar de falar eu apenas levantei da minha mesa e sai andando, estava determinada a mudar.

– Ei! Onde está indo? Me deixe terminar!

Ao chegar na porta que dava ao corredor eu parei, olhei para trás e respondi o mesmo.

– Vou resolver o meu problema.

Então continuei a andar em direção ao banheiro, desta vez eu não iria voltar atrás.
É horrível ser um fantoche e viver para fazer seus pais felizes, mas isso não vai mais acontecer.
Ao chegar ao banheiro eu tirei meu moletom e amarrei na cintura, desamarrei meu rabo de cavalo soltando meu cabelo negro e comprido que cobria a maior parte das minhas costas.
Eu sempre levava um rimel no bolso, mas nunca o usei, então abri o mesmo passando lentamente nos meus cílios, para não borrar, afinal a mancha seria grande caso acontecesse.

Após a "mudança" de estilo, eu sai do banheiro mais confiante, confesso que na realidade não fazia muita diferença de minutos antes, mas já era algo.
Eu ainda estava usando o uniforme, então continuava sendo algo regrado.
Mas a partir de hoje as coisas não seriam mais desse jeito.
Agora eu irei andar como a banda toca e não nos trilhos da vida dos meus pais.

They Don't Need To Understand [Reescrevendo] Where stories live. Discover now