Despedida

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1981

O restante do mês de julho fez Georgia questionar se havia morrido durante a armadilha na floresta, e se tudo que estava vivendo era apenas o purgatório. Não havia outra explicação para tantas coisas ruins, que não paravam de acontecer.

No dia 22, recebeu uma coruja de Moody. Marlene estava morta. Ela e toda sua família haviam sido assassinados por Comensais, e, mais uma vez, o grupo compareceu ao funeral.

James, é claro, compareceu também, fazendo bom uso da sua Capa da Invisibilidade. Sabia que Dorcas precisaria de todo o apoio possível, para enterrar a sua amada.

Sua dor não durou por muito tempo, no entanto, pois, três semanas depois, estavam comparecendo ao funeral dela. Havia sido assassinada pessoalmente por Voldemort; sem Comensais, sem suditos... o próprio. Em carne e osso.

De repente, os óbitos anunciados no Profeta Diário, e os convites para funerais, não paravam de chegar para Georgia e Remus. A Ordem da Fênix estava perdendo a batalha, de forma humilhante, enquanto Voldemort apenas ganhava mais e mais poder.

Depois do funeral de Dorcas, James não apareceu mais: haviam sido oficialmente colocados sob a proteção do feitiço Fidelius, e Georgia e Remus não precisaram nem perguntar para saberem que Sirius era o fiel do segredo. Era o que mais fazia sentido.

O grupo se distanciava cada vez mais; muito mal trocavam cartas, e até mesmo Georgia e Remus mal se falavam, mesmo que morassem na mesma casa. Grande parte disso era devido aos desencontros; quando ela estava trabalhando, ele estava em casa, com Helena, e, quando ela chegava, ele saía, para cumprir alguma missão para a Ordem.

Para o terceiro aniversário de Helena, no entanto, os dois se organizaram por semanas, para conseguirem estar em casa no mesmo dia. Quando se reuniram na cozinha, para prepararem o bolo, puderam reparar o quanto a Guerra, e o fato de estarem perdendo, estava os afetando.

A barba de Remus estava por fazer, e seu cabelo nunca esteve tão grande. Enquanto Georgia tinha olheiras escuras e profundas, com as bochechas cada vez mais secas, parecendo muito pálida e doente.

– Vai convidar os outros? – Remus perguntou, depois de colocar a forma de bolo no forno.

– Não acho que seja o momento certo para uma festa. – Ela negou com a cabeça, enquanto lavava a louça. – Além do mais... quem iria aparecer? Lily, James, Frank e Alice estão escondidos, Sirius também se escondeu, e o Peter some por dias... só se convidarmos o Moody e o Dumbledore.

– É... – Ele riu pelo nariz, mas sem parecer genuíno. – Escute... a lua cheia é daqui á alguns dias...

– Sim. – Assentiu. – Você está tomando a Poção de Acônito que eu comprei, não é?

– Claro que estou... – Confirmou. – Mas, só por prevenção, eu quero que você me tranque no porão... não podemos arriscar nenhuma chance de eu machucar você, ou a Elle...

– Eu não vou te trancar em um porão! – Fez careta, se virando para ele. – Eu achei que a poção fosse o suficiente para você ter controle!

– E é... geralmente! – Deu de ombros. – Mas, com tudo que está acontecendo, eu não acho que vá ser tão fácil! Está tudo uma merda! Isso influencia nas transformações...

– Eu não vou trancar meu amigo em um porão. – Negou com a cabeça.

– Você precisa! Se não por você, pela nossa afilhada, pelo menos! – Disse, com firmeza. – Eu me culparia pelo resto da minha vida, se machucasse uma criança, da mesma forma que me machucaram!

𝐀 𝐓𝐑𝐀𝐆É𝐃𝐈𝐀 𝐃𝐎𝐒 𝐁𝐋𝐘𝐓𝐇𝐄Where stories live. Discover now