stay

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É engraçado, você é quem está destruído
Mas eu sou a única que precisava ser salva
Porque quando você nunca vê a luz
É difícil saber qual de nós está desabando
( stay - rihanna )

GIOVANNA RUFINO

Três dias se passaram desde a minha discussão com o Bruno, eu estava me sentindo péssima, chorei o dia inteiro, tentei ligar pra ele, tentei de todas as formas conversar. Ele tinha todo o direito de estar chateado, decepcionado, mas porra, eu também estava, tudo fazia eu crer que ele realmente estava me traindo, e eu sofri com isso, sofri pra caramba, porque eu faria qualquer coisa por ele sem pensar duas vezes, ele era o amor da minha vida, eu não posso ter fodido com tudo.

– Ele não atendeu? – Vera pergunta para mim e eu balanço a cabeça negativamente, hoje ela estava sendo voluntaria comigo no médicos da rua, estávamos entregando algumas marmitas, era uma noite fria, perfeita para ajudar quem precisa. – Ele é teimoso, eu sei que vocês vão conversar e vão se acertar, nenhum dos dois erraram, infelizmente foi um mal entendido.

– Eu não estou com um pressentimento bom Vera, eu não sei, estou até com medo do que ele vai falar para mim quando resolver se abrir, eu acho que ele vai simplesmente dizer que não me quer mais, durante a nossa discussão ele falou que não tinha como ter um relacionamento se não havia confiança.

– Não se trata de confiança Gi, tudo que você viu, era difícil.

– Eu já não sei o que pensar. – Respiro fundo sentindo as lagrimas virem novamente, uma hora eu era a mulher mais feliz e amada do mundo, e momentos depois me vejo em uma corda bamba, com todos os meus gatilhos a tona, querendo fugir de tudo.

– Pense que tudo irá se resolver, fique calma...

Ela me abraça e eu sorrio, voltamos a entregar as quentinhas e foi uma longa noite, por incrível que pareça eu consegui esquecer um pouco da minha atual situação, talvez seja pela as conversas incríveis com a minha sogra, ou a historia de vida de um dos moradores de rua, que sempre me fazia querer ser uma pessoa melhor do que sou. Cheguei no meu apartamento já perto das 5 horas da manhã, entrei no whatsapp e vi que ele estava online, mais uma vez mandei um "Oi" ele visualizou, e como eu já esperava não me respondeu, eu bloqueei o celular e me joguei na cama nervosa, se ele queria assim eu não iria incomoda-lo, não queria ser a namorada louca, grudenta, pegajosa, se ele queria o espaço dele eu deveria respeitar, e iria, mesmo que doesse demais em mim.

Fiz um chá de camomila para tentar me acalmar e me esquentar daquela noite fria, me enfiei debaixo da coberta e perdida no meio dos meus pensamentos, eu consegui dormir.

Acordei muitas horas depois, já se passavam das duas da tarde, meu celular berrava loucamente e mesmo morrendo de sono eu atendi sem nem olhar quem era.

– Alô?

– Gi, é a Vera.

– Oi, eu estava dormindo até agora, acredita?

– Gi, o Bruno se machucou no treino de hoje, eu estou indo para o hospital, mas pelo o que me falaram, é serio. – Eu dou um pulo na cama vendo o quão nervosa ela estava pela a sua voz.

– Vera, você acha que eu deveria ir? Meu coração está na mao, mas eu tenho muito medo da reação dele. – Falo limpando as lagrimas que estavam em meu rosto.

– Os meninos me falaram, ele está te chamando, delirando um pouco, falaram que a dor foi tanta que ele sei lá... Eu estou nervosa demais Gi.

– Calma Verinha, me passa o endereço do hospital, eu estou indo pra lá.

Me despeço dela pelo o telefone e vejo que ela havia me mandado a localização, pego a chave do carro e só coloco um moletom saindo o mais rápido que eu posso, pego o endereço e coloco no GPS e dirigia igual uma louca, depois me importaria com a multa mas agora eu só conseguia pensar nele, 35 anos e nenhuma lesão grave, meu Deus isso só poderia ser um pesadelo.

be my daddy | bruno rezendeWhere stories live. Discover now