sobre começos

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esse imagine, é como uma continuação do "sementes de limão". é isso, lê ai.

  três semanas

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  três semanas.

  já faz três semanas que você o pegou chorando na grama por… aquele motivo. aquele motivo que você deduziu com quase certeza, já que ele não admitiu e provavelmente nunca o fará. 

  e é isso que ele é irritante, frustrante, um teimoso cabeça quente que não admite o que sente. às vezes você até se questiona "sério, de todos os caras do mundo, porque ele??”, mas não dá pra evitar, não é mesmo?

  ah, são lembranças recentes.

  sentada na cama depois de um longo dia de estágios, você respirou fundo e só caiu pra trás, feito morta. aquele ponto, você já conseguia dormir toda suja e cheia de machucados, esse negócio de heroísmo realmente não é fácil. porém, desde que aquilo aconteceu a algumas semanas, você trocou os cochilos prolongados por pensamentos que vagam distantemente. e hoje, eles acabaram voltando ao início, bem no início mesmo, na tentativa de descobrir como você acabou ali, se martirizando pelo pior garoto que alguém poderia escolher. 

  fazia alguns meses apenas.

  Bakugou sempre foi algo a ser observado de longe. pra alguns (pra maioria na verdade)  ele sempre foi um arrogante insuportável, o que não era bem mentira, mas havia algo a mais. na verdade, você sempre o viu como algo bom demais pra ser verdade. não fazia sentido aos seus olhos alguém como ele se aproximar de alguém como você, tantos a volta dele ofuscaram a visão dele de você. 

  então a melhor saída foi ignorá-lo, não faria diferença, afinal observar de longe algo que você gostaria de ter por perto é sua especialidade. você não é do tipo que se lamenta ou que transparece, mas que sente escondida, então ninguém perceberia. e o sentimento uma vez escondido, sumiria com o tempo, sempre foi assim. 

  foi o que você achou. 

  ele chegou de repente e destruiu tudo, como uma bomba, lógico. ele apenas foi se aproximando, não de você, mas da sua bolhinha. ser amiga dos amigos dele inevitavelmente o traria mais perto, claro, mas e daí?

  quando você olhou ao redor, ele não estava lá longe e isolado, ele estava bem ali, do seu lado, observando todos e não ligando pra ninguém ao mesmo tempo. 

  “ que bonito”, você pensou por alguns segundos. 

- o que está olhando idiota? - tcharam, você foi vista. sua oportunidade… de dar de ombros é claro. “ uma idiota mesmo”, você pensou. 

- NÃO ME IGNORE ! - ele gritou na sua orelha, e você só o olhou com os olhos arregalados e soltou uma risada frouxa.

  é disso que você se recorda como a primeira vez que se falaram. depois daquele dia, parece que você sofreu um apagão e é como se ele sempre estivesse ali, fazendo parte do seu dia a dia. ouvindo seus problemas bobos, te ajudando até mesmo a pentear o cabelo. em que momento ele se tornou tão próximo?

  aquele acúmulo de defeitos ambulante e barulhento, simplesmente é seu último pensamento antes de dormir.  no que a sua admiração se transformou?

  acho que por isso, você tem tido insônia pelo acontecimento de algumas semanas atrás. a quase certeza de algo que você sempre considerou impossível, bem ali, na frente de seus olhos. como ele pode ser tudo ao mesmo tempo, tão decidido e confuso… se ele ao menos admitisse o que sente ao invés de fingir que nada aconteceu, talvez você não fosse tão idiota por considerar que a fera, gosta… de outra fera?

-  o  que está fazendo idiota, pensando
na morte da bezerra? seu jantar vai esfriar - ele apareceu na porta e te tirou do transe, que já estava te levando a lugares malucos.

- to indo mãe.
- cala boca idiota, eu to te dando a comida posso muito bem tirar. 

- ta, mãe. - em um ato brusco, ele veio pra cima de você, que saiu correndo desesperada.

  de costas pra ele (correndo), seu sorriso era sincero. 

  não importa como, ele está lá, e isso por si só, é maravilhoso. espero que você tenha coragem de dizer pelo menos isso a ele um dia. 

a propósito, o jantar estava incrível, como sempre. já fazia um tempinho, mas você dormiu bem naquela noite.

🄱🄰🄺🅄🄶🄾🅄 🄷🄴🄰🄳🄲🄰🄽🄾🄽🅂Where stories live. Discover now