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Capítulo 3

(Ana). Chega... Chega! Venha Lucas... Vem,meu filho.
(L). Minha mãe me tira do meio daquele monte de lobos e me leva para sua casa eu me deito no seu sofá e choro por cada palavra dita por aqueles que diziam me amar.
Como pode ontem eu era o orgulho da família e hoje eu era o maldito uma aberração. Olho no relógio e já são 12:30 tomo um banho me sento na mesa e almoçamos em silêncio.
(Ana). O que você vai fazer agora?
(L). Eu não sei.
(Ana). Você sabe que eu não posso te colocar aqui dentro da minha casa, por causa do seu padrasto. Eu tenho ...
(L). Não precisa continuar, eu já entendi.
O telefone toque minha Mãe coloca no viva voz.
(Zé Alfredo). Diga a esse serzinho insignificante que eu não o quero nem mais um minuto na minha casa e eu dou no máximo o prazo de amanhã para esse vagabundo pegar as coisas dele ou eu coloco na rua, taco fogo, faço qualquer coisa.
Eu não quero as coisas dele dentro da minha casa, desse viado sem escrúpulos, mentiroso, Melhor  diga a ele que não tem nada dele aqui,foi tudo com meu dinheiro.
(L). Me levanto rápido e vou em direção à porta.
(Ana). O que você vai fazer?
(L). Não se preocupe,eu não vou te incomodar mais. Saio batendo a porta.
(Ana).Lucas espere... Lucas...
(L). Caminho sem ter força nas pernas em direção à casa do meu pai, as pessoas da nossa rua me olhavam outras me apontavam mas eu seguia de cabeça erguida.
Paro em frente à nossa porta e ele surge furioso.
(Zé Alfredo). Já veio buscar teus trapos, seu vagabundo sem vergonha.
(L). Não... Eu só quero os meus livros e as minhas roupas de trabalho.
(Zé Alfredo). Espere aqui. Na minha casa que é de gente decente você não entra mais seu cachorro imundo.
(L). Aquelas palavras me doeram  na alma mas eu me mantive firme.
Meu pai jogou meus livros no chão e minhas roupas em uma poça de água, jogou minha mochila,arrancou meu celular da minha mão e o quebrou, meus cartões de crédito picotado na minha cara e cuspiu no chão e me renegou mais uma vez entrou em casa fechando a porta na minha cara.
Me abaixo chorando e  pego somente meus livros, coloco na mochila e vou em direção a clínica que eu trabalho para me explicar sobre a confusão dessa manhã.

(L)Cheguei na clínica sequei minhas lágrimas e me impus como medico que sou.
Fui encaminhado até a direção, o diretor já me aguardava e disse que não poderia permitir um escândalo daquela proporção que a clínica era familiar e por causa disso estavam restringindo meu contrato.
Eu estava perdido o que eu vou fazer agora não tenho para onde ir nem com quem contar?O que eu vou fazer da minha vida.
Saio com os papéis da minha rescisão e me mandaram voltar em 15 dias para receber o meu dinheiro.
Caminhei sem rumo pelas ruas de João pessoa sem casa,sem trabalho, sem dinheiro, sem família, me sento no banco da rodoviária e fico olhando os ônibus que chegam e vão.
Talvez se eu me jogasse,acabaria com tudo.
Não posso!
A noite chega eu já não tenho mais lágrimas,o que mais poderia acontecer.
Começa a chover uma chuva de vento, uma chuva forte que me molha inteiro,me refugio embaixo de uma proteção abraçando minhas pernas para me esquentar do frio.
(Benjamin)Lucas,Lucas.
(L)Abro os meus olhos devagar e vejo meus amigos que me chamavam.
(Alex)Graças a Deus, nós te achamos.
Te procuramos por todos os lados menino. O que você veio fazer aqui?
(L)Eu não sei.Eu só vim...Tá tudo...
(Benjamin)Nós já soubemos. Ele não poderia fazer isso.
(L)Eu não quero...
(Alex)Tudo bem,vem.Vamos para casa.Agora tudo vai ficar bem.
(L)Meus amigos me levaram para casa deles e me acolheram quando mais ninguém me acolheu, eu não sei quantos dias e quantas noites eu passei deitado em baixo das cobertas sem ter força nem para comer ou tomar banho.
Eu me sentia um nada.Eu era um nada.As palavras daquele homem equação na minha mente e daquela que teria que me dar amor por ter me posto no mundo martelava um a cada segundo.
Eu não quero você na minha casa.Eu não posso te deixar dentro da minha casa...
Você é uma aberração,um maldito...
Aquele homem descobriu o endereço dos meus amigos e todos os dias ele ia na nossa porta fazer escândalo,dizia coisas terríveis até que ele conseguiu que os dois perdessem um emprego.
(Benjamin)Lucas chega.Você precisa reagir.
(Alex)A vida não acabou. Você precisa tomar um banho,se alimentar, senão você vai ficar doente.
(L)Eu quero ficar doente, eu quero morrer.