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Christian

Sou Christian grey, tenho 25 anos, moro em Detroit na casa que um dia foi dos meus pais. Vou contar a minha estória em pequenos flashbacks,  um tanto frustrante e triste também. A gente faz tantos planos quando adolescente achando que vamos realizar todos aqueles grandes sonho, bem , a gente até realiza. Digo isso por que a minha namorada conseguiu  realizar quase todos dos seus sonhos que ambos confidenciamos nas nossas conversas até alta hora da madrugada.  Mas eu não consegui, primeiro, por um tempo eu não pude por que preferi cuidar do meu pai, mas depois eu tive a oportunidade, eu apenas não quis.. estava acomodado demais.

Quando eu tinha 18 anos, terminei meu colegial. Ana e eu tinhamos sonhos, os meus eram,  primeiro uma faculdade, depois eu iria tentar abrir uma empresa de telecomunicações, sou bom nisso, papai sempre dizia que eu deveria seguir nesse ramo. Que eu não deveria acabar ali em Detroit e virar um mero padeiro como ele, ele não gostava mais da vida  depois que minha querida mãe partiu para o andar de cima. (Céu) 8 anos atrás depois de dar luz a Mia e morrer no parto. Então sempre reclamava de tudo até mesmo do trabalho que antes era tudo para ele. Meu pai era tão bom nesse ramo quanto  eu sou. Puxei dele, mas ele não pode seguir seus sonhos, por que eu nasci. Fui um pequeno erro deles na adolescência. Mamãe engravidou aos 17 e meu pai teve que arca com as consequências depois que meus avós expulsaram minha mãe de casa. Então eles foram morar juntos com ajuda dos meus avos paterno, papai conseguiu uma casa e trabalhava.
Depois do colegial em vez de ir para faculdade, ele tentou abrir uma padaria aqui em Detroit e trabalhava o dia inteiro e a noite ajudava minha mãe a limpar minha fralda. Mesmo ela dizendo que não precisava.  Papai nunca se arrependeu, nem ele e nem mamãe, assim eles diziam. Mas, sei que no fundo, ele sentia um pouco por esse vacilo e imagina o que seria da vida dele se eu não tivesse acontecido. Não o culpo.

Eu estava para terminar o colegial, Ana e eu estávamos eufóricos, fomos aceitos na mesma faculdade, não alugamos casas por que todas as casas e apartamentos ao redor da faculdade em Seattle eram caros. Não tinhamos dinheiro, e tão entramos no acordo de que meses depois de chegar lá e de arrumar empregos. Iríamos atrás de algum lugar que desse para pagarmos. Eu olhava para Ana e sorria feito um bobo apaixonado com o lindo sorriso que ela dava e com aqueles olhos incrivelmente azuis brilhando de antecipação pelo que estava por vim.

Mas a vida é traiçoeira, tinhamos planejado tudo, tudo mesmo, em cada mínimo detalhe, foi então que descobri que meu pai estava doente, tinha câncer no pulmão, perdi meu chão. Naquele momento em não pensei em mais nada a não ser no meu pai. Que perderia meu pai, e ele me deixaria ir embora e não me falaria nada e quem cuidaria dele e quem cuidaria de Mia que era apenas uma criança. Foi aí que tomei a decisão mais difícil da minha vida. Até hoje lembro dos olhos azuis que antes estavam tão eufóricos com a nova vida, naquele dia estava cheio de lágrimas.

Lembranças on.

Estava na escadaria da casa de Ana um dia antes de viajarmos para Seattle

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Estava na escadaria da casa de Ana um dia antes de viajarmos para Seattle.  Teria que dar a notícia de que eu não poderia ir junto por meu pai está doente. Ele precisava de mim aqui.  Tinha mandado uma mensagem dizendo para ela descer que estava na frente da sua casa, ela visualizou e logo respondeu com uma carinha feliz e um :

" estou indo Bebê."

Eu estava nervoso, eu não queria deixar ela ir só, não queria ficar sem ela, o que seria de nós agora ? Iríamos terminar ? Não! Nunca! A gente daria um jeito. Mas ficar sem ela será tão difícil. Ana é o amor da minha vida, meu ar, a mulher que sempre sonhei. Sempre sonhei e planejei uma vida inteira com ela e agora, tudo não passa de um planejamento em aberto.
Ainda Sentado sinto quando Ana senta ao meu lado e me rouba um beijo rápido.

-  E aí bebê, nervoso para amanhã? Nossa, eu nem acredito no que está para acontecer! Isso é tão legal, estamos dando um novo passo para uma nova etapa da nossa vida. -Apenas escuto ela falar enquanto a mesma me abraça e descansar a cabeça no meu ombro. - Mas sabe, sentirei saudades daqui, sentirei falta dos meus pais. Dos meus amigos, do seu pai e de Mia então, nem se fale. Ainda bem que você vai comigo, seria tão difícil sem você.

Meu coração se parte por essa situação e por saber que Ana vai sentir muito. Solto um suspiro sôfrego e Ana então levanta a cabeça do meu ombro e me olha confusa. Eu não a olho ainda.

- O que houve Christian? Aconteceu alguma coisa não é? Me diz....

Eu ainda não consigo olha-lá. Ana começa a ficar nervosa, escondo meu rosto em minha mão e começo a chorar, ela levanta e se agacha e fica de frente para mim.

- Amor, por que está chorando? Por favor, você está me deixando preocupada.  Christian!

- meu pai está doente. E-ele ... passou mal e o médico disse que ele tem é câncer no pulmão. Um estado avançado, Ele tá morrendo Ana! Morrendo!

Ana solta um " ooh céus " e me abraça.  Ficamos um tempo ali. Apenas abraçados, o último abraço nosso.

- Por que não avisou amor ? Teria ido com você ao hospital.

- no momento eu não pensei em nada. Ana....

Desfazendo o abraço, sento ela ao meu lado e me viro para ela, arrumo uma mexa do seu cabelo e acaricio sua bochecha, Ana agarra minha mão e entrelaçados ambas. Ela me olha atentamente com aqueles olhos azuis cor do mar.

- Amor, eu vim aqui para te dizer que com tudo que aconteceu com meu pai, ele não poderá ficar sozinho com Mia. Ele precisar de repouso ... precisará fazer acompanhamento médico e você sabe que além de mim ele não tem mais ninguém para cuidar dele.

Vejo os olhos da Ana encherem de água e sua expressão que antes era alegre, depois de preocupada passar para triste. Ela nega com a cabeça, possivelmente já sabendo o que quero dizer. E tenta puxar a mão dela da minha.

- E-eu ... V-você ... C-Christian.... eu não vou conseguir ir sem você.

-Vai conseguir sim amor! Hey, Você é incrível, não tem por que não ir. Você precisa ir em buscar dos seus sonhos. Eu estarei aqui torcendo por você. Eu queria tanto ir com você, mas eu não... Eu não posso deixar meu pai.

Abraço ela e ela descansa a cabeça no meu peito enquanto chora. E tão dolorido tanto para ela como para mim. Mas eu não poderia deixar meu pai.

 Mas eu não poderia deixar meu pai

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Chuva de Novembro ( Mini fic )Where stories live. Discover now