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[ S/N Passos ]


Eu já estava começando a me arrepender de ter vindo até aqui. Até gosto de sair, mas aqui não está tão bom quanto imaginei.

Eu respirei fundo, enquanto observava ao meu redor. Os coordenadores da escola já haviam dito algumas palavras no microfone, palavras nas quais não fiz questão alguma de me atentar.

Eu olhava fixamente para alguns garotos do terceiro ano, que me chamaram atenção. Eles estavam rindo de algo. Senti a mão de Arthur um pouco acima de meu joelho, sua pulseira gelada fez uma espécie de choque térmico em minha derme. Torci meu rosto em sua direção, sentindo seu perfume estonteante tirar minha sanidade por breves segundos.

Eu olhei fixamente em seus olhos brilhantes, que refletiam as luzes coloridas do local.

━━ Eu vou no banheiro, já volto. ━━━ Ele disse se levantando, e eu apenas concordei.

Não entendi muito bem a razão pela qual ele fez questão de me avisar, mas com certeza, foi por ter ficado sem jeito de "me deixar" aqui.

Ele foi legal comigo desde o primeiro dia que nos encontramos, sempre me deixando confortável em quaisquer situações que estivéssemos.

Eu fiquei feliz por ter alguém para partilhar certas coisas, sempre estou cercada de adultos ocupados que obviamente tem coisas mais importantes a fazer.

Não ter amigos ou pessoas com maior afinidade na escola era simplesmente horrível, ficar pelos cantos sozinha era sempre algo torturante.

Minha mente sempre foi de um a um milhão por minuto — e agora não estava sendo diferente. Eu já estava praticamente organizando toda minha agenda semanal apenas por pensamentos. Até que, para minha infelicidade, avistei Verônica e as duas “pau mandando” que sempre estão com ela vindo em direção a mim.

Parecia até o trailer do inferno, as três piriguetes servas do bicho ruim.

Eu já estava me preparando psicologicamente pra aguentar no mínimo, dois minutos de conversa com elas. Vesti em minha face o sorriso mais falso que poderia existir, assim que ela puxou uma cadeira e se sentou ao meu lado.

━━ Eai S/N. Como você tá? ━━━ Seu cinismo me imprecionava cada dia mais. Em seu tom de voz, era notável que ela queria algum favor — em que somente eu, poderia ajudar.

━━ Bem... ━━━ Pode parecer indelicado de minha parte não perguntar como ela estava, mas eu não consigo ser tão falsa assim. Tudo tem limites.

Foram em média uns cinquenta segundos em um silêncio extremamente desconfortável. Um ar pesado havia se instalado entre nós, eu ficava observando meu redor enquanto torcia para que ela se levantasse o mais rápido possível.

Ela era o tipo de garota que era impossível estabelecer dez minutos de conversa saudável, ela é uma pessoa extremamente superficial e rasa. Para ela, tudo que importa é status e beleza exterior.

Ela pigarreou, me fazendo torcer o rosto na direção dela novamente.

━━ Aquele menino, que sempre está com você... vocês... hm... namoram? ━━━ Ela questionou receosa.

Garota descarada. Agora eu a detesto mais ainda.

━━ Não. ━━━ Ela abriu um sorriso de imediato. Com certeza era tudo que ela mais esperava ouvir.

acabou, agora pode ir embora. — Era tudo que eu mais queria dizer.

━━ Muito obrigada S/nzinha. Era só isso que eu queria saber mesmo... Ele é bem gatinho, cuidado para não perdê-lo pra mim. ━━━ Enviei a ela o sorriso mais falso da face da terra, e agradeci mentalmente por ela ter ido embora, levando junto suas amiguinhas.

"Insuportável do caralho", eu murmurei.

━━ Quem é insuportável pra caralho? ━━━ Senti as mãos de Arthur sobre meu ombro, me virei de lado na cadeira, o vendo sorrir enquanto aguardava minha resposta. Ele retirou as mãos, e cruzou os braços.

━━ Hm? Ninguém.

Naquela situação a melhor coisa a se fazer era ignorar completamente o que havia acontecido a cinco minutos atrás, eu nunca avisaria a Arthur que aquele projeto de gente havia o procurado pra demonstrar interesse.

━━ Urrum. Sei. ━━━ Ele disse um pouco desconfiado, enquanto estreitava o olhar. Eu deixei um riso escapar. ━━ Enfim, isso não importa agora. Vamos ali? Tem uns amigos meus, gostaria que você os conhecesse.

Eu me levantei ajeitando a saia, ele pegou a jaqueta que a via deixado sob a mesa quando chegamos.

Íamos andando em passos lentos na direção do palco, ele colocou a jaqueta sob meus ombros me fazendo o olhar confusa. Eu frazi o cenho, com um certo sorriso no rosto.

━━ Tô deixando com você pra que  carregue.

━━ Deixa de ser folgado! ━━━ retruquei rindo, fazendo-o sorrir. ━━ Achei que você seria mais cavalheiro, tipo, Oh, use-a, está frio. ━━━ Falei ironicamente, enquanto nos aproximavamos do palco.

━━ Você que deve ser gentil comigo. Eu sou o Loud Thurzin, outras garotas morreriam pra estarem em seu lugar. ━━━ Respondeu convencido.

É realmente sério isso?

Parece que Arthur está acostumado com garotas aos seus pés, que imploram por quaisquer atitudes da parte dele.

Isso não combina comigo.

━━ Você poderia ser até o filho do Cristiano Ronaldo. Eu te trataria assim como trato qualquer outra pessoa, dinheiro e fama não farão que eu seja mais ou menos simpática com alguém.

Ele se silenciou, com certeza não esperava essa resposta. Mas tenho a certeza que algumas situações nos ajudam a refletir e entender sobre algumas coisas...

 Mas tenho a certeza que algumas situações nos ajudam a refletir e entender sobre algumas coisas

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 𝐀𝐏𝐏𝐄𝐀𝐑𝐀𝐍𝐂𝐄𝐒Where stories live. Discover now