Capítulo 3

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Annabeth Collins

Eu estava atrasada novamente, Charlie não tinha culpa dessa vez porque eu simplesmente não acordei quando o despertador tocou, e eu realmente não sei o que aconteceu porque eu nunca perco o despertador.

Agora estou literalmente correndo pelo corredor da empresa para ao menos tentar chegar antes de Jackson — o que eu acho quase impossível —. Entrei no elevador rezando para que ele não estivesse na sala dele para pelo menos conseguir disfarçar.

— você está atrasada senhorita Collins! — Jackson disse assim que as portas do elevador se abriram, me assustando.

— Eu sei, me desculpe, tive um pequeno imprevisto e me atrasei um pouco. — disse passando por ele, não vou nem dizer que não vai acontecer de novo porque isso é rotina.

— eu disse que não tolerava atrasos Annabeth! — disse caminhando ao meu lado e eu o olhei surpresa por ver que ele estava me chamando pelo primeiro nome e não por " senhorita Collins ".

— você aprendeu que não precisa de tanta formalidade. — falei entrando na minha sala e tentando mudar de assunto.

— espero que você não se atrase amanhã. — disse sem entrar na sala.

— Eu não vou me atrasar, mais você vai se continuar parado aí. — falei e ele arqueou uma sobrancelha.

— está me dando ordens? — pergunta.

— talvez eu esteje.— digo me aproximando aos poucos.

Ele apenas deu um sorriso de canto e virou as costas saindo.

— chego em sua sala em menos de dois minutos para te passar sua agenda! — falo um pouco mais alto por ele já está longe.

— vou estar te esperando!

Não é de todo ruim, Jackson parece ter o mesmo humor que Samuel, porém, parece não suportar mesmo atrasos, o jeito vai ser sempre ter uma desculpa pronta.

— pensei que você demoraria mais. — ele disse sem ao menos me olhar quando entrei em sua sala.

— até demoraria, mas sua agenda está um pouco atrasada, então não vamos perder tempo. Hoje seu dia está preenchido de reuniões e visitas a obras, e uma em especial é a que eu te disse ontem. Os engenheiros estão cogitando desistir da obra por falta de tempo.

— pra quem é o edifício que estão fazendo? — pergunta e minha vontade é de socar ele, primeiro por parecer que ele não está prestando atenção no que estou falando e segundo por a merda do edifício ser dele.

— não me diga que não viu os papéis da obra. — digo.

— de qual obra estamos falando? — seguro a vontade de xinga-ló.

— você pode por favor me dar cinco minutos da sua atenção? Quando eu estiver falando sobre sua agenda ou problemas recomendo que fique mais atento ou se não passaremos o dia todo nisso! — digo um pouco irritada, Jackson parece não estar afim de ouvir o que eu falo.

— quando você for ouvir o que eu estiver falando me ligue ou se não vá até minha sala!

— me desculpe, eu estou ouvindo você agora. — disse finalmente levantando seu olhar para mim.

— pras coisas funcionarem o primeiro de tudo é sempre estar atento ao que eu digo porque eu nunca venho até aqui para conversar sobre como foi seu dia, então imagine como seria se fosse um contrato ou uma coisa importante neste nível. Se alguém te entregasse um contrato de posse da empresa agora você assinaria! — falei seria e ele se levantou.

— tudo bem Annabeth, eu entendi que errei, não vai voltar a acontecer, sempre que você vier aqui minha atenção será somente sua. — pude sentir um pouco de ironia na sua voz porém resolvi ignorar.

— então sente na sua cadeira e vamos começar de novo! — falei e ele se sentou novamente.

Voltei a dizer tudo o que já tinha dito a Jackson de novo com a diferença de que ele estava atento ao que eu dizia e até mesmo questionou alguns pontos.

O resto do dia se resumiu a estresse e xingamentos, Jackson parecia não entender que aqui ele tinha que se comunicar comigo pra tudo funcionar direito. Ou ele me ignorava ou fazia tudo sem me avisar.

Trabalhar com ele seria um grande desafio e eu só pesso paciência porque não posso ser demitida.

Jackson Tate

Eu estava me divertindo as custas de Annabeth, vi o quão irritada ela fica se não recebe atenção quando está dizendo algo ou fazendo e isso foi o estopim de tudo.

Faria de tudo para a deixar irritada, aquele é um lado dela que gostei muito.

— você está ouvindo o que estou dizendo? — ela pergunta e eu concordo, me encosto na cadeira e a observo. — o que foi que eu disse agora? — pergunta parecendo irritada.

— você estava falando sobre o meu edifício e tentando achar uma solução para a falta de tempo! — falei e um sorriso cresceu em seus lábios.

— ótimo! Agora me diz o porquê de você complicar tanto as coisas? — pergunta e eu arqueio a sobrancelha, Annabeth é bem atrevida.

— é o presente de aniversário de alguém especial e tem que ser entregue no dia. — falei e ela suspirou.

— quanto tempo falta para o aniversário?

— não sei ao certo acho que três ou quatro meses. — falei.

— tem certeza que é aniversário de alguém especial? — perguntou irônica.

— tenho, eu só não consigo me lembrar a data certa agora. — e isso só me faz descer no conceito de pai.

— tudo bem, mais ainda temos quatro meses Jackson, qual a necessidade de tanta pressa? — perguntou se sentando na cadeira a minha frente e cruzando as pernas.

— porque o edifício é enorme e minha arquiteta pediu mais tempo para colocar tudo no lugar. — disse e ela se levantou de novo.

— você ouviu o que acabou de dizer? Raciocine um pouco. Dobre a equipe de montagem e organização e de mais um mês para os meninos, ninguém sai perdendo! — ela disse apoiada na mesa.

Meu tio tem total razão quando proferiu milhares de elogios para Annabeth, a mulher sabe mesmo o que está fazendo.









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