30 - Corpo, Alma e Coração

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Laura

Já em casa, afasto da cabeça qualquer pensamento sobre aquela mulher que colocou a mim e minha irmã no mundo. Acho que já esgotei minha reserva de lágrimas ao longo desses vinte anos em que ela nunca voltou pra saber se tínhamos sobrevivido ao seu abandono. Chega disso.

Acabei de ser pedida em casamento pelo cara mais legal do mundo, não quero gastar minha noite com qualquer outro assunto que não  nós e nossa futura vida juntos.

Vitor está feliz como nunca, sorrindo o tempo inteiro enquanto se arrisca em preparar algo para o nosso jantar.

- Quer ajuda? - me ofereço, curiosa, abraçando-o por trás, enquanto inspiro seu perfume.

- Não. - diz, enquanto tempera o peixe que eu nem sabia que estava comprado desde ontem - Mas pode ficar assim, grudadinha, que estou achando ótimo!

Ele está bem mais soltinho e confortável agora que fez o pedido e eu aceitei. Acho que estava com medo que eu recusasse, já que o notei muito tenso nesses dias.

- Hum, então você gosta de uma namorada grudando, é?

- Noiva... - me corrige - Sim. Tem sido muito bom dividir esses dias com você. Já estou imaginando como vai ser estranho dormir sozinho amanhã.

É, concordo em tudo. Também acho que esses dias juntos, me acostumaram muito mal. Tem sido incrível passarmos esse tempo juntos, compartilhando tudo. Mas sei que ele não pode abandonar a mãe e a avó, tampouco pode abandonar seu trabalho. Droga, já vi que amanhã vou rolar na minha cama, entediada, sozinha e morrendo de saudades do meu ogrinho favorito.

Não digo nada, mas sei que precisamos organizar nossas agendas urgente. Não vamos conseguir passar muitos dias separados.

Pego uma garrafa de vinho e lhe ofereço uma taça. Ele aceita meio inseguro, me observando pegar uma segunda taça no armário.

- Sabe que não pode beber álcool, não sabe?

- Sei. Confie em mim! - pego um suco de uva na geladeira e me sirvo - Só quero te fazer companhia. Posso?

Ele sorri, me puxando para um abraço longo.

- Claro que pode. Te amo, sabia?

- É, acho que está quase me convencendo disso... - respondo, beijando-o.

E demonstrando muita intimidade com a cozinha, Vitor prepara o nosso jantar. Concentrado e dedicado demais. Vez ou outra se aproxima para me dar um beijo e avisar que está quase terminando. Lindo em todos os sentidos dessa palavra.

Que vontade de quebrar todas as regras!

Quando ele coloca a travessa no forno, pergunto, me aproximando:

- Quanto tempo para ficar pronto, hein?

- Uns quarenta minutos... Está com fome? - pergunta, lavando as mãos e tirando o avental.

Aliás, danem-se as regras.

Beijo-o, louca de desejo e saudade de estar nos braços dele.

- Muita!

- Ei... - me repele por um segundo, buscando algum tipo de explicação em meu olhar - Acho que ainda não nos conhecemos o suficiente. - brinca, mas aperta seu corpo contra o meu, mostrando os indícios óbvios do quanto estamos sintonizados até na vontade de nos entregar ao outro novamente.

- Acho que já passamos do terceiro encontro... - respondo, desabotoando a sua camisa e beijando seu peito forte e quente.

Ele me suspende de repente, ativando aquele modo meio selvagem que eu gosto tanto e me beija com urgência enquanto me leva para a cama e em meio minuto me livra de cada peça de roupa.

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