𝐄𝐍𝐈𝐆𝐌𝐀𝐓𝐈𝐂 - 𝖨𝗓𝖺𝗇𝖺 𝖪𝗎𝗋𝗈𝗄𝖺𝗐𝖺

𝐓𝐰𝐞𝐧𝐭𝐲-𝐬𝐞𝐯𝐞𝐧

Assim como prometido, Izana fez seu café da manhã. Você se sentou em uma das duas banquetas que ele tinha contra o outro lado da bancada de granito, apoiando os cotovelos para baixo enquanto o observava cortar legumes em uma tábua de madeira com o cabo da faca do chef firmemente colocado em suas mãos. Ele sorriu para você enquanto suas mãos eram rápidas com a faca, sem esforço cortando cebolas verdes com facilidade.

O café que ele fez para você mais cedo estava parado no balcão com o vapor subindo na pequena xícara de cappuccino. Você o pegou e colocou a borda do copo entre os lábios, tomando um pequeno gole. Era surpreendentemente indulgente demais para um café escuro, mas Enigmatic disse que sempre preferia seu café extra adocicado de qualquer maneira. Ele disse que a refeição que estava cozinhando para você era uma de suas favoritas para comer quando era mais jovem, mencionando que era a única coisa que ele comia nos dias em que não havia dinheiro no bolso.

Recém-banhada e sentada confortável em uma das camisetas brancas e calça de moletom cinza de Izana, você entrelaçou os dedos e descansou o queixo em cima deles. Embora o estilo de vida acelerado que Enigmatic viveu nas corridas de rua fosse atraente, você não podia deixar de se apaixonar pelas atividades simples e mundanas que ele também fazia. Isso o fazia parecer normal, o mesmo escapismo imaginativo com que sempre sonhou.

Talvez essa tenha sido a razão pela qual ele se sentiu atraído por você; o carinho simples e reconfortante que você deu a ele deixou Izana querendo algo que ele nunca pensou que iria querer em sua vida; algo que ele nunca pensou que precisaria em sua vida.

- Zana? Posso te perguntar uma coisa? - Você questionou enquanto ele mexia uma panela de sopa de missô, jogando as cebolas verdes e o tofu que ele cortou antes.

Ele virou a cabeça e ergueu a sobrancelha, misturando a sopa com uma colher. - O que seria isso ?

- Por que você deixou as filipinas?

Izana hesitou no início, virando a cabeça para longe de você para se concentrar em preparar o resto do café da manhã. Ele quebrou alguns ovos em uma tigela, misturou-os rapidamente e colocou as mãos no balcão, inclinando-se sobre a frigideira esquentando no fogão a gás. Ele ponderou sobre sua pergunta, tentando encontrar as palavras certas para dizer a você.

- Você disse que esteve lá por seis anos. - Você continuou, observando-o olhar para o backsplash. Suas duas mãos se fecharam em um punho antes de ele se virar lentamente, olhando para você com uma expressão sombria no rosto.

- Na verdade, eu estive nas Filipinas por mais tempo do que isso. Eu nasci e fui criado lá. - Izana se virou e acenou com a mão sobre a panela, verificando a temperatura antes de colocar os ovos na superfície quente. - Lembro-me de Kakucho me dizendo que sua mãe também é da Filipinas. Você já morou lá?

- Não, mas eu costumava visitar alguns parentes da minha mãe de vez em quando durante o verão. Eu vivi em Shizuoka minha vida inteira, até completar dezessete anos e me mudar para Tóquio. - Você olhou para o café em suas mãos e empurrou a colher de um lado para o outro.