Capítulo 31.

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Olá, meus amores.

Ele estava procurando uma forma de passar por ali sem chamar a atenção, ele não queria chamar o foco indesejado de alguém em si. Certamente se alguém o visse o atacaria por "ser perigoso", bem, ele não representava perigo nenhum á ninguém. Ele não sabia se aquela alcateia próxima á floresta era agressiva e assassina, e também não pretendia descobrir tão cedo, então estava tentando ao máximo ficar longe deles, ele não tinha um faro bom. Seu sangue tão diluído o aproximava mais de um humano do que um lobisomem, triste, mas era a vida.

O pior é que mesmo seguindo as trilhas pouco utilizadas, parecia que ele estava se aproximando da velha mansão, como se um pressentimento estranho estivesse o levando até lá. Toda vez que ele se pegava pensando nisso, ele voltava para o caminho, se escondendo, tentando diminuir de tamanho. Ok, ele não estava tão perto assim, ele ainda estava longe o suficiente, o garoto não sabia se eles iriam conseguir farejá-lo.

Ele respirou fundo quando suas costas doeram mais, se ajoelhando na grama macia debaixo de um velho carvalho. Ele sorriu docemente para o pacotinho em seus braços, seus dedos acariciando o rostinho delicado com amor. Ele se encostou ali, olhando para o rostinho sonolento do bebê em seus braços, ele queria encontrar um lar amoroso e educativo para Charlie, queria vê-lo crescendo bem e mais forte do que ele, um lugar onde pudesse criá-lo e educá-lo com todo o seu amor, como o criaria? Ele estava fugindo há tanto tempo e já estava cansado, suas pernas doíam e pareciam pesar chumbo, ele precisava caçar algum animal, mas como o faria com um bebê de seis meses? Onde ele o deixaria? Ambos iriam morrer de fome se continuasse assim.

Gael suspirou, ok, se ele fosse pego certamente o matariam, mas o que fariam com Charlie? O seu bebê viveria e cresceria para odiar a própria raça? Gael olhou para o seu menino com tristeza, cansado demais para continuar andando, porém se ele não voltasse á andar iriam morrer. De fome ou espancados pelo o grupo sedento de sangue. Gael não queria morrer e não queria ver o seu filho sendo espancado até a morte na sua frente, era isso que lobisomens faziam com invasores, para fazerem os pais se sentirem inúteis por não proteger os seus filhotes. Gael não queria isso.

Ele suspirou, o sol do meio dia o fazia suar muito, colocou o seu filho nas coxas e se despiu rapidamente da blusa suja de lama e de seu sangue, choramingando baixinho quando a peça de roupa abriu as feridas sangrentas em suas costas. Ele sentia o sangue quente escorrendo. Uma dor ardente, ruim e incômoda o fazendo estremecer e gemer.

Ok, Gael não era o lobisomem mais forte da terra, mas suas costas doíam tanto como se ele tivesse sido queimado por um ferro quente, ele apenas queria deitar e dormir, e só acordar quando a dor passasse. Ele já não aguentava mais. Gael suspirou, gemendo quando o ar frio fez as suas feridas arderem e esfriarem, ele tremeu um pouco com a dor quente o percorrendo, dando uma olhada na blusa suja de sangue e terra, amarrando-a na cintura, ele poderia usá-la mais tarde. Charlie o encarava, os olhos claroz inocentes e chorosos, o que havia com o seu bebê? O que devia ser? Fome?

Não chore, ok? Eu estou aqui, eu prometo que está tudo bem, meu filhote... — Gael prometeu, acariciando os cabelos loiros de seu filho com carinho, Deus, ele estava morto de cansaço e com tanta fome, era difícil estar em uma floresta com uma criança de seis meses, como ele iria caçar?

Charlie abriu a boquinha, bocejando sonolento, Gael continuou ali por alguns minutos, sentado na grama macia, acariciando o pequeno bebê, falando em uma voz suave para o menino se acalmar e não chorar. O maior se ergueu com rapidez quando ouviu passos, suas pernas tremendo muito agora, o seu bebê nos braços, o coração á mil no peito, ele segurou Charlie com firmeza para não deixá-lo cair. Gael lançou um olhar amedrontado ao redor, quem estava ali? Iriam matá-los? Gael estava apavorado.

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