Capítulo Onze - Nimue

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Mayim, Therasia

No dia seguinte, fui confrontada por Hideki em relação ao que ele viu na casa dos espelhos. Juro que tentei mentir, mas não consegui.

"Eu sabia que vocês moravam juntos, mas isso? Nimue Shimizu, esclareça o que eu vi antes que eu conte pro Kaio!" Eu me espantei e entrei em pânico nesse momento, afinal Kaio era o nosso inocente bebezão. Ele entraria em pânico porque as regras, apesar de não ditas, eram claras feito água: estritamente proibido relacionamento amoroso entre aluno e professor, ao menos que o aluno não fosse mais aluno. Então sentamos embaixo de uma cerejeira e eu contei tudo nos mínimos detalhes para o meu melhor amigo, incluindo a carta e nossa briga sobre casar consigo. Segundo o moreno, talvez fosse suportável me ver com um desconhecido ao invés de um mais que conhecido, mas não contaria o nosso segredo. Agradeci por ter um amigo compreensível.

Ele pode ter sido compreensível, mas, hora ou outra, jogava um verde no grupo para implicar comigo e eu sabendo que Hideki jamais abriria a boca, lhe dava uma surra. Kaio era o único sem entender, pobre coitado.

De fato, eu havia pensado que aquele beijo fora um impulso de ambos, que estavam reprimindo o amor há anos, mas me surpreendi quando, ao andar pelo castelo, fui puxada para uma das salas e recebida por um beijo de Terios. Combinamos que seríamos discretos, não andaríamos de mãos dadas e não demonstraríamos afeto em público. Hesitante, concordei e apertamos as mãos. Então foi assim que o nosso romance escondido começou.

Por ironia do destino, começamos bem quando o meu time foi convidado a participar de missões mais perigosas e com outros shinobi, para que fôssemos testados por alguém que não fosse Terios. Em contrapartida, ele começou a receber novas missões, umas mais longas que as outras e estávamos com uma pequena dificuldade em nos ver. "Você ficaria do meu lado se eu dissesse que estou apaixonada por Terios Akari, Amy Rose?" Foi o que perguntei uma vez à minha ouriço, após mais um dia de missão cansativa. Ela sempre fazia a mesma expressão: nariz arrebitado e virava a cabeça para o lado. Eu rezava para que fosse boa coisa.

Mas, quando nos encontrávamos, éramos apenas um do outro. Chegou a um ponto que eu ouvia as domésticas do castelo sussurrando com os guardas sobre nós dois, mas eu fingia que isso não estava acontecendo. Os sussurros eram de pessoas confiáveis que nos viram crescer, não de fofoqueiros que espalhariam pela nação. Ao menos era o que eu esperava. Mas em uma volta para casa, após Terios ter impedido que uma briga feia começasse entre Karine, uma colega de classe, e eu sobre futilidades, demos um passo maior que a perna.

"Nimue, podemos evitar um escândalo se eu apenas deixá-la na porta do quarto. E se nos descobrirem?" Foi o que disse assim que eu o convidei para entrar.

"Só vão descobrir se contarmos, querido Terios. E eu juro que esse segredo permanecerá somente entre nós dois."

"E Hideki." Arqueou uma sobrancelha.

Ele sabia que o mais novo, para mim, era feito um irmão e melhor amigo.

"Sim. Entre nós dois e Hideki." Corrigi, pondo as mãos por trás das costas.

"Eu fico... um pouco."

"Vem cá. Vamos nos divertir um pouco sozinhos." Sorri, o cutucando com o cotovelo.

"Meia hora."

"Tudo bem... mas..."

"Princesa... menos."

"Certo! Entendi. Meia hora é perfeito."

Conversamos sobre assuntos relacionados à economia e prosperidade de Mayim por horas, apresentando argumentos perfeitos sobre como é possível melhorar sem depender de outros países e conquistá-los aos poucos. Até que... paramos de falar. Quando dei por mim estávamos nus em minha cama, mas, confesso, não me arrependi do ato. E nem ele.

A dama do lago - ShadamyWhere stories live. Discover now