Capítulo Dezoito - Shadow

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Particularmente, esse é um dos meus capítulos favoritos! Boa leitura 💙

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Passado

Terra

Em uma das raras ocasiões, eu encontrei Amy Rose na rua. Ela estava indo em uma cafeteria no centro de Tóquio, afirmando que era a melhor de todas da região. Não que eu me importasse na época com o que fazia ou com quem andava, mas sua animação me pegou, eu confesso. Na mesma semana fui na cafeteria e aquele passou a ser um dos meus locais preferidos do Japão. Rose tinha apenas onze anos quando a merda começou a acontecer.

Eu não tinha rivalidades com a rosada, simplesmente mal nos falávamos. Ela costumava acenar e gritar o meu nome quando me via primeiro - ou quando achava que era a primeira. Comecei a vê-la em quase todos os lugares que eu frequentava, na maioria das vezes a mesma procurava Sonic ou uma diversão diferente do habitual - e ela sempre caia na primeira opção. Confesso, várias vezes me decepcionei com a sua escolha ruim, mas nada disse por não sermos próximos. No Festival de Soleanna, a salvei duas vezes de cair no chão: quando estava fazendo sabe-se lá o quê numa altura relativamente grande e quando simplesmente desmaiou ao me ver, no meio da multidão. Apesar de ficar intrigado, nunca perguntei o que havia acontecido naquela noite.

Não muito tempo depois, Rose se aproximou de Rouge e decidiram morar juntas. Por eu trabalhar com a morcego e ser amigo demais da mesma, acabava por vê-la muitas vezes - chegando a ser mais de uma vez na mesma semana. Geralmente eu a ajudava com um cesto de roupa pesado antes de ir me encontrar com Rouge, para conversarmos sobre assuntos aleatórios e trabalho. Confesso que depois de um certo tempo, comecei a ir na casa delas para me esbarrar com a mesma. O sorriso de Rose é contagiante, transbordando uma felicidade real, e era capaz de preencher o pequeno vazio que havia em meu peito desde que perdi Maria.

"Você a observa muito, Shad." Rouge dissera, ao me ver tomando café próximo a porta dos fundos, onde possuía uma vista privilegiada do jardim onde Rose passava maior parte do tempo. Eu percebi a malícia em sua voz.

"Ela é só uma garotinha." Retruquei, tomando um gole do café sem açúcar que eu mesmo me servi.

Rose tinha doze anos na época.

"E?"

"Me impressiona como consegue ser alegre o tempo todo, não me parece real." Confessei uma das minhas maiores aflições direcionadas a Amy Rose.

"Ela é muito simpática e amável, sabe esconder bem os sentimentos. Não significa que esteja bem o tempo todo, querido Shad." Rouge respirou fundo, balançando os ombros. "Querida! Venha tomar café da manhã conosco." A morcego gritou para a garotinha, que estava concentrada demais no seu belo jardim.

Rose se virou para nós e um sorriso brotou em seus lábios.

"Estou indo! Oi, Shadow!"

"Oi!" Gritei de volta, a cumprimentando.

Rouge deu risada, negando com a cabeça e pondo uma mão na cintura.

"Sabe, querido, vocês são os amores da minha vida." Eu sabia disso, ela insistia em demonstrar afeto demais mesmo quando ninguém queria que acontecesse. Rouge, desde que nos conhecemos, me acolheu como se fosse um filho - coisa que agradeço mentalmente porque eu me perdi quando assassinaram a minha única e melhor amiga.

Nosso café da manhã foi composto por sucos e panquecas feitas por Blaze, comemos mais do que falamos, exceto Rose, ela foi a última a sair da cozinha porque contava sobre seu dia e seus planos ao invés de comer. Foi nesse dia que conversamos no jardim e eu dei a ideia de vender suas flores em um local adequado. Meses depois, eu pude ver que a minha sugestão havia sido acatada de braços abertos. A rosada havia inaugurado a sua Floricultura Rose e me confidencializou, na inauguração, que ela colocou esse nome porque a ideia veio de mim e eu era o único que a chamava pelo segundo nome.

A dama do lago - ShadamyWhere stories live. Discover now