17 - Silêncio

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Hello galeraaaaa! Eu ia demorar mais pra att, mas eu não resisto aos surtos de vocês e pensando no entretenimento que os comentários me rendem, resolvi postar mais esse cap!

Então bom surto galera!🙃

Era um prédio chique, para dizer o mínimo. Gizelly conhecia o porteiro, pois tinha alguns clientes que moravam ali e volta e meia a morena passa por ali para conversar com eles ou resolver alguma pendência. Foi por esse motivo que o Senhor Carlos a deixou entrar sem nenhuma pergunta além de cumprimentos simpáticos. Fez uma breve piada sobre trabalhar num sábado e a mulher não desmentiu, apenas falando que eram ossos do oficio. 

O prédio era imenso, e tinham apenas dois apartamentos por andar. Gizelly sabia onde ir, pois estava na documentação de Rafa nos arquivos do escritório. Informação essa que parecia marcada em brasa na sua mente inquieta. 

O trajeto dentro do elevador pareceu uma eternidade excruciante, com aquela lata de metal inútil se arrastando entre os andares. Pelo menos não havia aquelas musiquinhas irritantes de elevadores, mas o silêncio parecia quase opressor depois de um tempo. Quando a sineta tocou avisando que Gizelly chegou no andar desejado, as portas se abriram para um corredor escuro, mas a mulher não se mexeu. Apenas quando as portas ameaçaram se fechar novamente que a mulher resolveu sair, acendendo as luzes automáticas do corredor. Procurou pelo apartamento da mineira e caminhou a passos vacilantes até a porta. Encarou a madeira clara da porta e o número elegante nela, mas não fez mais nada. Quase involuntariamente, seu punho subiu até o botão da campainha, mas continuava fechado com tanto força que os nós dos dedos estavam brancos. 

Isso era ridículo, pensou Gizelly deixando seu punho cair ao lado do corpo enquanto passava a outra mão pelos cabelos presos, fazendo uma mecha se soltar do rabo de cavalo frouxo que tinha feito mais cedo. 

Respirou fundo uma vez mais e apertou a campainha, escutando um latido do lado de dentro do apartamento. 

Nos poucos segundos que ficou esperando entre a campainha ser tocada e a porta ser aberta, mil perguntar se passaram por sua cabeça. Será que foi um erro ela ter vindo? Qual seria a reação de Rafaela ao vê-la? E se ambas descobrirem que ainda sentem o mesmo? O que Gizelly faria? E se Rafaela confirmasse que não sentia mais o mesmo? O que ela faria? 

Então a porta se abriu por uma Rafa sorridente e divertida. 

- Já tá tão íntima que o porteiro te deixa subir sem me avisar? - Rafa brincou, mas seu sorriso morreu ao ver Gizelly parada a sua frente.

Um silêncio pesado e sufocante tomou conta do corredor enquanto as duas mulheres se encaravam. Realmente, Rafa não parecia exatamente feliz em ver Gizelly ali, o que fez capixaba pensar que realmente cometerá um erro ao vir sem avisar. Com um pigarro, a menor quebrou esse silêncio, dando as costas. 

- Desculpe, não imaginei que estaria esperando outra pessoa... - Gizelly disse nervosamente, evitando os olhos verdes. - Eu deveria ter avisado... Melhor eu ir...

- Não! - Rafa exclamou, parando Gizelly ao pegar seu pulso. - Eu pensei que era a Bia, só isso.

Gizelly olhou para a mineira com os olhos receosos, mas ainda surpresos. Não esperava o aperto em seu pulso ou a forma quase desesperada de Kalimann ao impedir que fosse embora, então fez uma pergunta idiota qualquer.

- A Bia? Diz a Bianca? Andrade? - a capixaba perguntou, fingindo confusão, pois ela sabia muito bem que as amigas voltaram a se falar. 

- Sim... Nós... Bom... - Rafa soltou o pulso de Gizelly, e a capixaba sentiu falta do calor em seu pulso no mesmo instante. - A gente se esbarrou por aí e voltamos a nos falar - explicou passando a mão na nuca, do mesmo jeito que fazia quando jovem e estava nervosa.

A Sombra de CopasWhere stories live. Discover now