02.

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Athanasia Alger de Obelia.

Meu pai me deu uma ideia ótima, onde eu posso pegar dois coelhos com uma armadilha só. Porém, é ainda só uma ideia, é necessário um plano pra ela e envolver pessoas que eu preferia não envolver nessa bagunça. Afinal, quem criou esse problema todo sou eu, a responsabilidade deveria ser inteira minha. Só que nada na minha vida ocorre como eu quero.

— Precisamos organizar  sua partida imediatamente. Vou chamar um dos magos da Torre para fazer o seu teletransporte. — o imperador de Obelia é muito impaciente, o faz às vezes não perceber os problemas à vista.

— Não posso ir pra lá através do teletransporte.

— E por que não?

— Vai fazer parecer que eu não estava indo em uma viagem comercial. E sim, desesperada pra ter uma desculpa para fugir do meu próprio casamento. — o homem de cabelos loiros arqueou a sobrancelha pra mim. 

É no final de tudo, é que eu sou. Uma princesa herdeira fugitiva em um lindo vestido de noiva.

— Onde você quer chegar? — ele disse um pouco desconfiado.

— Não quero gerar fofoca desnecessária. Vai ser desconfortável, principalmente quando eu voltar.

— Não se preocupe, não haverá fofoca. Pois eu cortarei a língua de qualquer um que citar o seu nome durante sua ausência. — eu soltei uma risadinha. É reconfortante perceber que nada irá mudar durante a minha ausência, só que agora tudo que eu preciso é que nós resolvamos tudo logo. Meu tempo está acabando.

— Indo direto ao ponto, precisamos fazer parecer uma viagem comercial normal. Vou precisar de uma carruagem e um esquadrão de guardas me acompanhando, pelos menos. Só que, todos os guardas já estão ocupados no casamento. — todos os guardas estão ocupados, pois meu pai é um grande rei superprotetor que exigiu que para que esse casamento acontecesse, ele deveria ser o casamento mais seguro que já existiu.

— Então leve apenas o chefe da guarda real. Ele jamais recusaria um pedido seu.

— Felix? Oh não, eu não posso. A Lili está grávida já tem um tempo, ele não vai querer deixá-la aqui.

— Então leve ela junto.

Nem ferrando. A Lili precisa descansar. Por mais que ela recuse isso; tentei dispensar ela só durante o período da gravidez mas ela disse que eu havia lhe ofendido e que jamais me deixaria só quando eu estava prestes a me casar. Ela foi como minha segunda mãe por toda a minha vida, mas eu não posso levá-la.

— Eles não podem ir. Vou ter que encontrar outros acompanhantes para a viagem.

— Essa decisão cabe a eles, não? — ele começa a me encarar.

— O que você quer dizer com isso? — antes que eu mesma pudesse processar a minha própria frase, meu pai simplesmente sumiu da minha frente.

Eu odeio quando as pessoas fazem isso. Elas se teletransportam assim, sem mais nem menos. É rude simplesmente sumir da frente de alguém sem quaisquer explicações. Por mais que meu pai quase nunca use esse seu poder, ainda me sinto terrivelmente irritada, pois me faz lembrar que a pouca mana que eu tenho é quase inútil, pois ela só exerce o propósito de me manter viva.

Eu nunca vou poder fazer mágica. É um saco viver assim em um país repleto de mana, e sendo provavelmente a integrante da família real com menor quantidade de mana que já existiu.

Eu inspiro profundamente e fico encarando a ornamentação das paredes esperando o tempo passar e meu pai voltar, usando a mesma mágica que ele usou pra sumir. Eu me canso da parede e volta a me visualizar no espelho. Minha maquiagem está borrada, e eu ainda estou nesse vestido de noiva. Eu preciso trocá-lo.

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⏰ Last updated: Aug 15, 2022 ⏰

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