18 | infarto e sentimentos

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J I M I N

Jungkook foi ao banheiro.

Namjoon, ao meu lado, falava com alguns estilistas, empresários e acionistas de algumas empresas. Eu apenas permaneci em silêncio, nervoso demais para ter uma conversa produtiva com qualquer pessoa. Era meu primeiro desfile e isso estava pesando nas costas.

Já tinha participado de outros desfiles, óbvio. Mas sempre era uma colaboração com outro estilista, ou eu apenas doava minhas criações quando precisavam. Então, em termos técnicos, esse era o meu primeiro desfile. E isso, para quem tinha sete anos de carreira, era muito atrasado.

Essa seria a noite que me colocaria em um patamar mais alto do que já estava, ou me afundaria de vez.

Foi dado início ao desfile e eu olhei em direção para onde Jungkook desapareceu, ele estava demorando demais para alguém que foi apenas ao banheiro. Eu estava nervoso e daria tudo para ao menos segurar a mão do garoto agora.

Parecia que algo não estava certo aqui, aqui dentro de mim. Eu, um homem de 30 anos, me acalmava com apenas um mísero toque de um garoto de 22. Algo não batia. Mas o medo de descobrir o que me fazia não buscar as respostas.

— Meu Jin, lindo! — ouvi namjoon falar baixo ao meu lado.

Prestei atenção ao que acontecia ao meu redor, porque parecia que quando eu começava a pensar no garoto, ficava perdido nos meus próprios pensamentos.

Seokjin estava desfilando, abrindo a minha tão sonhada noite. A chuva de flashes não era estranha quando se tinha Park Seokjin na passarela, meu irmão arrasava e não era pouco, ainda mais quando se tinha uma carreira gigante, sendo o modelo mais conceituado do planeta. Não era por nada não, mas a minha empresa fazia modelos como ninguém. O cargo de melhor modelo do mundo era do meu irmão, sendo disputado de igual para igual com Kim Taehyung, seu marido. Duas máquinas quando envolvia o mundo da moda. Os maiores. Ninguém acima deles.

Seokjin sumiu da passarela e uma modelo subiu, depois foi a vez de Taehyung e Namjoon teceu elogios ao seu garoto. A cada vez que um dos homens aparecia, ele faltava babar.

Muito bobão pelos maridos.

Meu nervosismo estava passando com os segundos enquanto eu notava as reações positivas dos meus convidados. Não precisava ficar nervoso, tudo iria dar certo, sei que vai. Mas eu ainda queria que Jungkook estivesse aqui comigo, ao meu lado, ele estava demorando demais. Será que aconteceu alguma coisa? Talvez se assustou por ter muita gente aqui, ou deve ter esbarrado em algum gay?

Porra, se o garoto surtar por ver um viado esse desfile acaba no mesmo momento.

— Acho bom você aproveitar o desfile que passou anos organizando — Namjoon sussurrou em repreensão, apontando com a cabeça para a passarela.

Olhei para o modelo da vez e respirei fundo, precisava prestar atenção ao meu trabalho. Era o meu trabalho. Talvez Jungkook estivesse com dor de barriga, ou estivesse preso no banheiro pela vergonha. Irei esperar algum tempo, e se no final ele ainda não tiver aparecido, irei buscá-lo pela orelha.

Comecei a prestar atenção em tudo: estava perfeito, do jeitinho que sempre quis e imaginei. Até mesmo a iluminação do salão estava do jeito que eu queria. Muita coisa aqui tinha referência ao meu pai, o maior estilista de todos os tempos. E mesmo que ele já não estivesse mais entre nós, ainda assim continuava sendo o Park J., o estilista dos suéters.

O museu, o conceito, o país, e até mesmo os convidados tinham referência ao meu pai. Ele amava arte, e amou Tóquio como se fosse a sua casa. Amou tanto a cidade que escolheu que eu nascesse aqui, pois é, sou naturalmente japonês, mas cresci e fui criado na República.

ele é como arco-íris, jikookWhere stories live. Discover now