Não fale com os Vizinhos

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— Erwin meu filho

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— Erwin meu filho. — A avó do garotinho o chamou, o loiro possuía oito anos, suas bochechas eram rechonchudas e coradas, esboçando sua saúde, os cabelos estavam entupidos de gel, e em plena sete da manhã ele já estava arrumado para a igreja, mesmo que quisesse assistir algum desenho e vinhesse a preferir ficar em casa. — Vamos logo.

A criança saiu correndo de seu quarto, em direção a onde a mais velha o chamava, essa que não tardou em fechar a porta assim que ambos estavam lá fora.

— Eu posso ficar com as outras crianças hoje? — O menino pediu, geralmente em igrejas evangélicas havia uma sala especialmente para crianças aprenderem, no entanto era raro que sua avó o permitisse participar da mesma.

— Claro que não querido, você deve aprender sobre a palavra, e não brincar. — A de cabelos grisalhos respondeu, seu neto notou seu rosto retorcer em uma careta assim que observou o pequeno filho dos vizinhos no balanço, ele tinha um rosto inexpressivo, enquanto encarava o nada e o balanço fazia aquele som estridente provocado pela ferrugem dos ferros. — Misericórdia. — A mais velha disse assim que o menino moreno os encarou, os fios escuros por cima dos olhos, era um pouco esquisito para si, no entanto seu neto não achou o mesmo.

— Mike me disse que ele tem a mesma idade que eu vovó. — Começou, se recordando da pequena fofoca que seu primo dois anos mais velho que si contou na semana anterior, quando os vizinhos se mudaram. — Mas ele é tão pequeno e...Fofo. — Deixou escapar, recebendo uma expressão incrédula de sua cuidadora.

— Nada disso, e não ande com esse menino. — Ela deu início ao seu sermão. — Quem cuida dessa criança são dois homens. — O loiro não entendeu qual era o problema naquilo, no entanto, para sua avó, parecia o fim dos tempos. — Não fale com os vizinhos, entendeu?

O garotinho apenas concordou diversas vezes, visto que a mais velha parecia impaciente.

Eles seguiram até a igreja, que era bem próxima da casa, e era a mesma coisa de sempre, um pastor ensinando algo, sua avó orando alto, e ele apenas vagando por seus próprios pensamentos, o menino loiro encarava as paredes e suspirava de tédio, implorou impaciente à mais velha, para que a mesma permitisse que ele fosse pra casa mais cedo, ela deixou, desde que Mike fosse com ele, e seu primo aceitou, já que ele também não queria permanecer ali, e ficava mais tempo na casa da avó do que dos próprios pais, Erwin entendia, já que os pais do mesmo eram um saco.

Ambos os garotinhos iam bem empolgados, talvez porque provavelmente passariam duas horas seguidas assistindo desenho sem ter que se preocupar com outra coisa, no entanto, assim que o menino mais velho entrou na casa, o Smith parou e encarou o menino de cabelos pretos brincando na frente da casa dos vizinhos.

— Esse menino é esquisito. — As voz de Mike o assustou, resultando em um pequeno pulo pro lado. — Ele nunca fala nada e sempre tá brincando sozinho.

— Talvez ninguém nunca chamou ele pra brincar. — Erwin respondeu.

— Vai lá então.

— Mas a vovó não deixa...— O mais novo respondeu de maneira receosa.

— Eu vou te chamar antes dela chegar.

Bastou isso para que o Smith saísse correndo dali e seu primo fosse para dentro de casa, seu rosto estava vermelho de puro nervoso, ele se aproximou o mais devagar possível, os olhos estreitos e escuros se direcionaram a si assim que o menor levantou o rosto para o encarar. As mãos pequenas sujas de terra, sério, como sempre costumava demostrar.

— O que você quer? — O Ackerman perguntou, se levantado do chão e encarando o loiro a sua frente.

— É que eu queria brincar então eu-

— Vai brincar então. — Respondeu o moreno, retornando ao chão e ignorando completamente o menino parado ali, no entanto se surpreendeu quando a mão gordinha do outro começou a pegar a terra do chão e ajuda-lo a colocar no balde que estava sobre seu colo. — O que você tá fazendo!?

— Brincando. — O mais alto respondeu. — Eu quero brincar com você.

— Por que? — Levi não estava acostumado a nenhum tipo de afeto vindo de outras crianças, elas sempre diziam que sua aparência era assustadora ou que parecia uma aberração, por isso preferiu começar a evitar contato.

— Você parece ser legal. — Erwin disse, começando o pequeno castelo que o de olhos escuros queria dar início. — E somos vizinhos, vizinhos são sempre amigos.

— Qual seu nome? — O baixinho perguntou, fitando os olhos azuis, eram bonitos, ele achou.

— Erwin. — Sorriu de maneira carismática. — Qual o seu?

— Levi. — Respondeu, olhando o menino segurar seu pulso, mesmo que não gostasse muito de contanto, ele deixou. — O que você está fazendo?

— Vendo se você tem veias. — O mais alto relatou enquanto encarava o braço fino, as orbes azuis estavam curiosas.

— É claro que tenho!

— Mas você tá tão pálido...— O loirinho continou. — Você não come muito?

— Eu sou assim mesmo. — O menino menor respondeu, seguido de um suspiro, já estava acostumado a aquele tipo de pergunta. — Meus pais eram pequenos.

— Mas um deles era alto.

— Aquele é meu tio. Eu moro aqui com ele, meus pais morreram. — Erwin fez uma expressão triste e encarou o outro.

— Sinto muito...O meus também. Por isso moro com a vovó. — Eles ficaram em silêncio por um tempo, e então o loiro falou. — Terminei!

Exclamou, e o mais baixo saiu da sua frente e se sentou ao seu lado, observando o "castelo" que ele havia construído com a areia.

— Ficou muito bom. — Levi disse, levando o dedo até a areia. — Vou colocar um "E", aqui, já que o castelo é seu. — Falou, fazendo o que citou.

Seus olhos escuros acompanharam a criança loira colocar um "L" ao lado, sorrindo para si.

— É nosso, somos amigos agora. — O Smith ditou, e então Levi sorriu minimamente em resposta, deixando-o muito animado.

— Que bom. — O Ackerman falou, segurando a mão do outro, que estranhou o ato, visto que o pequeno era muito reservado. — Você é meu primeiro amigo, Erwin.

O loirinho tentaria o abraçar, contudo a voz do seu primo fez com que se levantasse nervoso e explicasse rapidamente ao novo amiguinho que sua avó chegaria logo e que não tinha o  deixado brincar, um último sorriso e um beijo desajeitado e inocente na bochecha de Levi foi dado antes de sair correndo dali.

— Erwin é um nome legal. — O Ackerman disse a si mesmo, quando estava sozinho novamente, voltando sua atenção a brincadeira.

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Opa, essa fanfic só vai ter quatro capítulos, é bem curtinha, só pra descontrair mesmo, espero que gostem dela.

Desculpa pelos erros de escrita.

Obrigada a quem leu até aqui, até o próximo♡

Meu Namorado É O Diabo - EruriWhere stories live. Discover now