Meu Namorado É O Diabo - Eruri

Se entender é difícil

Depois daquela noite tudo se fez novo, havia se passado alguns meses desde que Erwin e Levi haviam se beijado pela primeira, os sentimentos estavam tão juntos um ao outro, como se já soubessem tudo sobre ambos os corações. Eles se sentavam sobre o tecido em cima da grama, onde havia uma árvore, essa que sempre de alguma maneira guardava todos seus segredos, era em um local vazia, perto da casa do pais de Levi, o jovem casal fez dali seu ponto de encontro, momentos, brigas bobas, conversas idiotas...Tudo passou a ser ali.

Erwin se recordava que foram ali um dia após o parque, Levi o ajudou, praticamente o obrigou a deixar tudo limpo, principalmente embaixo da árvore, naquele dia em específico era lindo para o loiro ouvir as histórias engraçadas de Isabel e Farlan, que o mais baixo o repassava com um ar de paciência esgotada, tirando assim altas risadas de si, embora o moreno não demonstrasse de cara, era nítido a maneira que se importava com os primos, como se fossem irmãos mais novos. Era esses pequenos detalhes que o faziam apaixona-se por ele.

Aquele rosto inexpressivo escondia um coração bondoso, o Ackerman se doava aos próximos, e principalmente aqueles com quem possuía laços, fossem eles românticos ou apenas de carinho. O Smith cansou de ser chamado de idiota por se machucar atoa ou em brigas na infância, mas não entedia o porquê as crianças que se envolviam em suas brigas sumiam e o ignoravam depois, de início, jurou que era super intimidador, porém a grande verdade era que Levi espantava todas elas, mas não o contava, gostava de vê-lo se sentir forte e feliz, ele gostava do loiro, e sempre quis ajudá-lo como poderia. Quando o abraçou novamente ao chegar do acampamento, seu corpo sentia tantas emoções que poderia explodir.

Naquele momento em específico, seu coração se acelerava e seus olhos focavam no de cabelos lisos e escuros ao seu lado, o vento batia em seu rosto bagunçando seus cabelos dourados, e ambos apenas sentiam o momento aconchegante, tão...Bom.

Como ficar em silêncio com outra pessoa fazia parecer ter a melhor sensação do mundo?Bem, para Erwin, não era qualquer pessoa, era Levi, e esse garoto poderia o fazer sentir que qualquer respirar ao seu lado traria o melhor momento, apenas por ser ele ali.

O Ackerman queria que o mundo soubesse do amor de ambos, que pudessem andar de mãos dadas na rua, desfrutar de todos os momentos que o primeiro amor pudesse os permitir ter, queria ver os olhos azuis brilhando em constante felicidade sempre, queria ser humano junto com Erwin. Viverem juntos e terem um final feliz como os de filmes.

— Já fazem uns oito meses. — O Ackerman se mexeu um pouco sobre o tecido quadriculado na grama. — Você vai contar a sua avó quando?

Tal pergunta fez o mundo do Smith desabar naquele momento exato. Suas orbes azuladas se tornaram maiores, e o espaço, antes calmo e convidativo se tornava sem luz e frio, um vento ameaçador para sua saúde, assim como aquela indagação fazia sua mente quebrar.

— Levi... Tudo bem. — Ele se rendeu, a conversa que mais temia iria acontecer e não havia para onde fugir.

***

Levi Ackerman estava sentando no sofá duro daquela casa, havia cheiro de naftalina em todo canto, seus olhos focaram nas decorações católicas cristãs em toda parte, admitia que a quantidade exagerada de imagens de santos ali o dava frio na barriga. Como Erwin conseguia morar ali?Bom, um dia ele tiraria seu amante daquele lugar horrível.

—  Ela já está chegando...—O loiro ditou, e então seu namorado se levantou, ficando de pé.

O Ackerman estava com o corpo gelado, ansioso demais, como se fosse explodir a qualquer momento. O som da porta sendo aberta vagarosamente, a iluminação escura do local, a maneira como ela o encarou ao entrar, tudo era digno de um filme de terror ruim.