Outra maneira de gostar

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"No topo do mundo
Meus sonhos vindo
Ao meu encontro
Terei asas pra voar
No topo do mundo"

A música de Barbie e a escola de princesa tocava altamente enquanto Isabel tentava imitar a cena posta no pequeno clipe na TV que rodava no dvd velho, equilibrado vários livros na cabeça ela acabou caindo, fazendo Levi rapidamente dizer;

— Talvez a Barbie consiga ser uma princesa, mas você com certeza não. — Ele falou, rindo soprado enquanto sua prima se levantava do chão, pegava os livros escolares, e saia do quarto após mostrar o dedo do meio para si.

Desde os seus doze anos era assim, Isabel chegava ali, e passava o dia assistindo com si ou jogando no seu Playstation, isso ocupava o vazio que sentia. Já que a cerca de quase três anos a velha mocoronga da sua vizinha tinha levado seu melhor amigo, para uma escola evangélica só de garotos. Ele sentia falta de brincar com ele, ou jogar durante a tarde inteira, mesmo que perdesse.

Claro que gostava da companhia da prima, não admitiria em voz alta nunca, muito menos que amava maratonar os filmes da Barbie com ela e que escola de princesas era seu favorito. Já tinha quatorze anos, era no mínimo estranho.

Mas não era a mesma coisa que com Erwin, assim que se despediram quando ambos tinham doze anos, o Smith prometeu que a amizade não iria acabar, mas poxa, com o tempo ele não ligava mais com tanta frequência, e acabaram perdendo o número um do outro.

Eles viviam grudados, desde o dia em que construíram seu primeiro castelo de areia juntos, o Ackerman sempre mais reservado, ao contrário do outro, totalmente otimista, extrovertido e fácil de fazer amizades com as outras crianças, era engraçado, de primeira o moreno sentia muito ciúmes disso.
Por que ele queria tanto brincar com mais crianças? Poderiam ser apenas eles para sempre.

Com o tempo ele aceitou isso mais facilmente, contudo, mesmo sendo melhores amigos algo era muito estranho, ele nunca visitava o loiro na casa dele, sempre havia algum impecilho e uma desculpa diferente, a avó do garotinho não apoiava tanto a amizade de ambos, e o menor tinha certeza que ele era o motivo.

— Isabel já foi. — O marido do seu tio entrou no quarto, os cabelos grisalhos e baixa estatura, Uri era calmo, era um pai gentil, Kenny era mais severo. — Como você tá? — Ele se sentou na cama que o adolescente estava, Levi o encarou por alguns segundos, inerte no que iria responder, e então ele ditou sobre seus pensamentos.

— Bem, essas férias tem sido monótonas, mas é só o início, espero que melhore. — O Reiss fitou o mais novo, sorrindo gentilmente e mais empolgado do que geralmente demonstrava ser, algo que indagou a curiosidade do moreno.

— Mas eu tenho certeza que ela irá melhorar.

— Duvido muito. — O Ackerman rapidamente respondeu, mas mesmo sua ignorância não impediu que a empolgação do seu pai ficasse maior.

— Sério? Achei que estivesse com saudades do Erwin.

As palavras foram mágicas, embora mantém-se ao Arckerman a pouca expressividade, Uri sorriu ao notar o mesmo se levantar, provavelmente pronto para perguntar sobre o de olhos azuis, e ele acertou facilmente, pois em seguida as seguintes palavras saíram os lábios de Levi;

— Onde ele está?

— Lá fora. Sentando na sala.

Sequer ouviu o adolescente dizer algo, pois o mesmo apenas se levantou do pequeno tapete, provavelmente com a pretensão de jogar videogame, e saiu dali, tão rápido e não dando chance alguma de continuar sua conversa. O jovem descia as escadas e podia sentir a adrenalina percorrer seu corpo, estava tão ansioso.

Meu Namorado É O Diabo - EruriOnde histórias criam vida. Descubra agora