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J e n n i e

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J e n n i e

Por que a realidade tem que ser tão dolorosa?
Existem certos momentos onde parece que a vida não é real. Momentos em que tudo é tão perfeito que achamos que estamos em um sonho distante. Em um mundo distante. Em uma mentira.

Algo no meu peito está crescendo, está desabrochando um certo carinho por Taehyung. E eu não quero isso. Não quero que isso aconteça, eu sei que não vai acabar de uma forma boa. Por trás de tudo que Kim Taehyung faz, há um propósito. Eu sei que ele não enxerga o passeio de ontem na praia da mesma forma como eu enxergo, e é isso que me faz lembrar que não posso sentir nada por ele, nem mesmo a mínima afeição.

Quando ele me deixou em casa, e eu tive que voltar para a realidade, meu corpo começou a pesar. Eu me senti doente. Mais do que das outras vezes.

Me virei na cama e fechei os olhos, sentindo minha cabeça doer e um enjoo súbito me atingir. Não é a primeira vez que isso acontece, eu sei que vai passar daqui a pouco.

Alguém esmurrou a porta e a abriu de repente. Merda! Eu estava tão atônita com esses pensamentos idiotas que acabei esquecendo de trancar.
Jong-su mal atravessou a porta e eu já senti o cheiro forte álcool.

— Você está aí... —Murmurou com a língua enrolada. Desci da cama e fiquei em pé.

— O que foi? Eu já deixei o jantar pronto. —Murmurei, sentindo o medo que me irrita tanto. Eu odeio me sentir indefesa, e por mais que eu tente disfarçar, é assim que eu me sinto.

— Eu não quero aquilo! —Avançou até mim e segurou meu cabelo com força. Fechei os olhos e minha cabeça latejou.

— Porra! —Xinguei irada. Mordi o seu braço com força e ele me soltou, passando a mão na marca vermelha da mordida. Corri para o banheiro e me tranquei lá.

— Sai daí, Jennie! —O escutei esbravejar do lado de fora. — Eu vou matar você! —Encostei na porta e saí deslizando, até estar sentada no chão.
Abracei minha pernas e soltei o primeiro soluço, sentindo o choro próximo.
Eu não queria que fosse assim. — Abre essa porta!

— Me deixa em paz! —Comecei a gritar. — Me deixa em paz, por favor. Por que você é assim? O que fizeram com você? Para com isso, eu estou te implorando. Onde está o meu pai? —Despejei tudo, lágrimas escorrendo sem parar. Meu Deus... por que dói tanto?
Levei minha mão acima do meu peito e massageei forte. Eu não consigo respirar, está doendo demais. — Eu só queria... o meu pai. —Sussurrei, sentindo uma frustração insuportável por saber que não vou ter isso de volta. Não importa o quanto eu suplique.

Pequena Orquídea? —A voz abafada me fez erguer a cabeça incrédula. Ele realmente falou isso?
Um barulho estrondoso me assustou e eu levantei de uma vez. Abri a porta do banheiro e vi Jong-su caído no chão. Respirando.

Então eu desabei de vez.
Peguei meu celular em cima da cama e saí do meu quarto, correndo para fora de casa.

Cheguei na rua e olhei para os lados, apoiei minhas mãos nos joelhos e tentei controlar meus soluços, mas simplesmente não consigo parar.

— O que é isso? Para de chorar! —Exasperei, a voz trêmula. Me agachei perto da calçada e abracei minhas pernas. Eu não sou nada além de uma fodida inútil e fraca.

Duas mãos tocaram meus ombros e eu ergui meu rosto. Meus olhos encontrando os olhos castanhos e intensos dele. Meu choro só se intensificou. Por que as coisas precisam ser tão difíceis? E por que ele tem que estar aqui me vendo chorar agora?

Taehyung me levantou com ele e me abraçou forte, escondendo meu rosto no seu peito.
Cansada de tentar, eu apenas me deixei chorar e apertei o tecido da sua camisa entre meus dedos.

— Faz parar, por favor. —Implorei, meu corpo tremendo contra o dele.
Ele afagou minhas costas e meu cabelo.

— Vou fazer o máximo eu que posso.
...

Taehyung abriu a porta do apartamento e segurou minha mão, nos guiando para dentro.
Ele caminhou sem hesitar e entramos em um quarto.

O moreno me sentou na cama com cuidado e tirou meus sapatos, logo colocando meus pés em cima do colchão macio.

— Quer ficar sozinha? Ou prefere que eu fique aqui com você? —Perguntou cuidadoso, a voz baixinha e mansa. Nem parece realmente o Taehyung. Esse deve ser um daqueles momentos.

— Eu estou cansada de ficar sozinha. —Respondi sincera, sem forças para fingir.
Meu corpo está esgotado, e é como se meu cérebro tivesse sido desligado. Nada coerente consegue se formar na minha cabeça. Pareço apenas um corpo sem alma.

Taehyung deitou ao meu lado devagar e me abraçou, deitando minha cabeça no seu peito.
Fechei os olhos e respirei fundo. É a primeira vez em muito tempo que estou sendo consolada.

Eu nunca deixo ninguém ver ou saber o que acontece comigo, é como um mecanismo de defesa contra as perguntas e as conclusões em que as pessoas pensam em tudo, mas nunca entendem realmente como eu me sinto.
Então eu apenas minto. É mais fácil.

Sentindo a respiração dele em meu cabelo, eu parei para pensar.
Como eu vim parar aqui? De todas as pessoas que poderiam me ajudar, por que o Taehyung tinha que aparecer? Por que ele?

Por que está doendo? Por que meu coração está apertando tanto pelo fato de ele estar aqui comigo? Não é uma dor e muito menos um aperto ruim, mas está me sufocando. É diferente. Porque não estou sozinha.

— Eu te odeio, você sabe disso, não é? —O lembrei. Mas foi mais algo para mim do que para ele. Tentei me lembrar que eu não gosto dele.

— Eu sei, gatinha. Mas não precisa pensar nisso agora. —Apertei a camisa dele entre meus dedos e solucei. Eu só preciso desse tempo.

•••
CAPÍTULO
15

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⏰ Last updated: Sep 12, 2022 ⏰

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Playing With Fire - Taennie Where stories live. Discover now