Prólogo

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Amber

Estava doendo, como estava doendo, meu pai, minha única família, tinha acabado de me deixar. Como ele pode esconder de mim que estava doente? Como ele pode me deixar no escuro? Ele não podia me deixar, meu pai é tudo que tenho, minha mãe faleceu quando eu tinha cinco anos, ela foi atropelada por um motorista bêbado, que não teve nem a decência de parar para socorre-la, ela havia ido ao mercado, comprar macarrão para sopa, era um dia frio, e ela sempre preparava coisas gostosas e quentinhas. Depois de sua morte, meu pai se fechou para o mundo lá fora, era carinhoso apenas comigo, mesmo que eles foram pais cedo, eram os melhores do mundo, e agora aqui estou eu, com vinte e um anos e órfã, como dói o vazio que eles deixaram, porque eu não fui junto com eles?

- Amber, vamos entrar? Benjamin já chegou. – balanço a cabeça para o advogado, ele me procurou uma semana após o enterro do meu pai, me avisando sobre o seu testamento. Sim, meu pai era rico, tinha bastante dinheiro, era sócio de um amigo, trabalhavam no ramo de laticínios e bovino, não me lembro desse amigo dele, mas eles eram como unha e carne.

- Benjamin é o amigo do meu pai? – pergunto e Astolfo concorda. – Tudo bem, vamos lá.

Entramos em um corredor, que nos levou até uma sala, quando a porta se abriu, vi um homem sentado de costas para nós, ele era enorme, daquele jeito brutamontes.

- Benjamin, essa é a Amber, filha do Fernando. – quando o homem se vira para mim, franzo o celho, porque esse homem estava aqui?

Ele era bonito, não posso negar, a pele era bronzeada do sol, os cabelos escuros que iam até seu ombro e a barba que emoldurava seu rosto, davam um ar sexy nele, os olhos azuis parecem que enxergam sua alma, e para completar, ele é todo grandão, os braços então, um tapa voa longe, o homem era sexy e devia saber disso.

- Sinto muito pelo falecimento precoce do Fernando, nem acredito que meu melhor amigo se foi. – ele diz com uma voz grossa e rouca, balanço a cabeça e sento ao seu lado.

- Bom, vamos direto ao assunto, creio que ficar tocando no nome do Fernando, só fará Amber sofrer mais. – Astolfo diz e concordamos. – Seu pai deixou tudo em seu nome Amber, porém você só poderá tomar posse de tudo, daqui a alguns meses, por enquanto, quem é tutor da sua herança, é Benjamin.

- Como? – pergunto olhando para ele e depois para o tal Benjamin. – Eu nem conheço ele, como posso confiar?

- Seu pai confiava em mim, deve ser por isso que deixou sua herança em minha responsabilidade, pode ficar tranquila que não preciso mexer no que é seu. – diz todo petulante.

- Tem mais uma coisa Benjamin, Fernando deixou um pedido especial para você. – diz entregando uma carta para ele. Benjamin começa a ler e logo faz uma careta.

- Ótimo, Fernando perdeu a cabeça de vez.  – diz aparentemente bravo.

- Deixe-me ler. – começo a ler a carta, e meu pai só pode ter bebido quando escreveu isso.

- Não vou virar babá de adolescente. – o homem diz levantando.

- E eu não vou morar com esse brutamontes, Astolfo, eu sou maior de idade, posso morar sozinha. – olho para ele em suplica.

- E vai se bancar com o que Amber? Está tudo bloqueado até seus vinte e dois anos. – olho para carta novamente.

- Eu trabalho e me banco, já estava trabalhando na clínica veterinária do meu pai, depois que saia da faculdade, eu posso me virar sozinha. – digo olhando para ele mais uma vez. – Por favor.

- E quando você der suas crises de ansiedade? Amber, não posso correr o risco de algo acontecer com você. – Astolfo diz e o Benjamin se vira para ele.

- Ela é doente? – pergunta olhando de Astolfo para mim. – Ah que beleza, muito obrigado Fernando, continuo te amando filho da mãe. – sussurra mas todo mundo ouviu. – Tudo bem, eu cuido da garota até os vinte e dois anos dela, afinal, o que são alguns meses, não é mesmo?

Ah não pai, que presepada o senhor foi me arrumar?

Espero que tenham gostado ❤️📖

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