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— você sabe que eu te amo, né? — levantei a cabeça da sua barriga, perto do coração, quando ainda estava segurando sua cintura, para lhe olhar com os olhos entreabertos — o que você tem, Mag?

Senti quando sua cintura saiu dos meus braços, e dei um pasos para frente, tentando me firmar naquele grande corredor.

— Mag — as mãos grandes foram postas dos dois lados do meu rosto, enquanto eu ainda tentava abrir meus olhos e lhe ver com clareza — eu estou falando com você, Maggie Catarina. — a voz agora grossa me fez começar a sentir minha cabeça doer, quando o esforço que eu estava fazendo para me manter acordada estava sendo além do suportado.

Meu corpo foi carregado, passos firmes e apressados foram escutados quando uma porta foi aberta.

Meus olhos estavam fechados, mas isso não me impediu de sentir o cheiro doce de morango no ar, o que me fez perceber que aquele seria o último lugar onde eu gostaria de estar.

— aqui não — minha voz saiu fraca demais, enquanto eu via o teto marrom com vários desenhos — por favor, aqui não...

Eu comecei a chorar, mesmo que quisesse me mostrar ser forte e não quisesse ver o ruivo que me carregava para outro cômodo confuso, enquanto me olhava.

Comecei a chorar quando a vontade de vomitar novamente me veio, fazendo com que a dor de cabeça ficasse mais persistente, as lágrimas mal saíssem dos meus olhos e os mesmos não passassem de um borrão.

— Maggie Catarina! — fui colada em um lugar confortável e tentei sorrir, quando vi na penumbra cinzenta das lágrimas e o ruivo me olhando com preocupação.

Ele se preocupava comigo.

Ethan Whyne.

— Catarina... — minha voz estava saindo em tom de aviso enquanto eu tentava pensar em uma maneira de ajudá-la, ao mesmo tempo que tentava entender o que estava acontecendo — Maggie Catarina Nuevo, pare de brincadeira!

O rosto que agora estava mole tentava me encarar através das lágrimas, que eu logo as enxuguei.

O vermelho do rosto que antes me fazia sorrir por estarem corados estava me deixando preocupado, e eu tentei — embora fosse difícil — manter a calma e não pensar com o coração.

Maggie estava prestes a desfalecer na minha frente.

Eu não sabia fazer algo para com isso.

— Maggie? — a chamei novamente, vendo seus lábios fechados — Mag, querida, você quer algo?

Sem respostas.

O peito havia parado de subir e descer, mesmo que antes de forma lenta.

As lágrimas estavam começando a se secar no rosto molhado, fazendo com que o meu alarme interno fosse disparado.

A peguei com cuidado, colocando-a na cama que havia ali, começando a fazer uma massagem de reanimação.

Vamos, Maggie — pensei, enquanto colocava mais força no corpo para acordar a garota que tinha a pulsação fraca — você não pode morrer depois que eu passei seis anos sem tiver, e muito menos sem viver o que planejei.

Maggie começou a tossir de forma compulsiva, as lágrimas banharam os olhos castanhos, mas nada, nada no mundo, poderia me causar mais dor a de ver seus olhos se contorcerem em dor ao me encarar.

Passado vol.1 - El finWhere stories live. Discover now