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"Esse idiota tem a família que eu queria ter. Eu amo você. E o seu filho..."

– Olá, Marilia! Como está minha mulher? - A pergunta saiu cheia de sarcasmo, o que fez a loira apertar o telefone com força e respirar fundo para manter a calma.

– Bem. Obrigada! - Limitou-se a responder.

– Está aproveitando? - Conseguiu ser ainda mais sarcástico, o que fez Marilia fechar os olhos, tentando conter a vontade de manda-lo para o inferno. - Espero que esteja sendo uma boa diversão para Maraisa. - A loira bufou, pressionou a mandíbula e estreitou os olhos.

– Onde está o garoto? - Indagou entre dentes.

– No outro quarto, para não ouvir enquanto conversamos sobre a MINHA mulher. - A voz arrastada e um pouco confusa do homem, fez Marilia concluir que ele estava bêbado.

– Você está bêbado, seu desgraçado! - Esbravejou. - Se você fazer alguma coisa contra Léo, juro que quando você aparecer por aqui, vou esfolar a sua cara. Está entendendo?. - Ameaçou, arrancando uma gargalhada do homem. Ao perceber que Marilia já não falava mais com Léo, Maraisa tentou tirar o telefone da mão dela, mas a loira não deixou.

– O que está acontecendo? - Indagou com um semblante preocupado. - Danilo está bêbado? - Marilia fez sinal com a mão para que a mulher esperasse.

– Muito macho você, hein? É uma pena que lhe falte só uma coisa, uma coisa essencial, que por sinal Maraisa adora. Você não sabe o quanto eu a faço gemer. O quanto ela grita ensandecida pedindo por mais. - Se houvesse um jeito de atravessar o telefone, Marilia já o teria feito. Naquele momento tudo que mais desejava era apertar as mãos no pescoço daquele infeliz, até ele parar de respirar.

– Essa coisa da qual você se gaba, se encontra em um Sex Shop qualquer. Maior, mais grosso e com mais uma vantagem, não tem uma boca, ou seja, não fala merdas. Cuidado, caso Maraisa arrume um desses, tenho certeza que você já era. - Decidiu entrar no jogo do idiota, se era provocação o que ele queria, provocação iria ter.

– CALA A SUA BOCA, VADIA! - Berrou com Marilia, que não se afetou nem um pouquinho com aquilo, já Maraisa, estava uma pilha de nervos, e tentava a todo custo tirar o aparelho da mão da amiga. - Não importa o que aconteça, no final, é comigo que ela vai ficar, está me ouvindo? Ela é minha! Maraisa é minha! - Avisou.

– É sua, é? Sabe, eu ainda não fiz um checkup geral, mas até onde eu vi, não achei seu nome gravado nela não. - Voltou a provocar.

– Está fazendo piada? - Esbravejou. - Vou avisar só uma vez, não mexa com o que é meu, você não sabe do que eu sou capaz. - Falou em tom de ameaça. - ESTÁ ME OUVINDO? - Voltou a se descontrolar.

– Está me ameaçando, é isso mesmo? - Indagou indignada.

– Marilia, me da isso aqui! - A morena estava começando a ficar apavorada, pelo tom de voz de Marilia e pelos gritos que ela ouviu do marido, teve certeza que aquilo não acabaria bem.

– Ouça, Danilo, se você quer ter a sua mulher de volta, quando ela sair daqui, eu sugiro que você deixe de ser um cretino idiota e pare de gritar com o seu filho, pare também de encher a cara na frente dele. Respeite ele e respeite a sua mulher, senão, você vai ficar sem nenhum dos dois. - A voz de Marilia soou séria, sombria e ameaçadora. - Considere isso como um aviso, e que fique bem claro que eu não aviso duas vezes. - Houve alguns segundos de silêncio no outro lado da linha, Marilia aproveitou então para dar mais um aviso. - Eu espero, e quero acreditar, que você não tocou um dedo no seu filho, porque se eu souber que você fez isso, você está ferrado, cara. - Maraisa olhava assustada para a loira, seu coração batia a mil. Nunca, nunca tinha visto Marilia transtornada daquele jeito. Ela tinha um olhar sombrio, um semblante no mínimo ameaçador, parecia completamente fora de si.

ESCAPE | MALILAWhere stories live. Discover now