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Lans e Philip empurram ambas as portas, me mantenho de costas para certificar de que nenhum dos soldados iria tentar nos esfaquear pelas costas. Assim que tenho certeza, me viro dando de cara com Clive Norton que está voltando para as escadarias congeladas, seus olhos estão arregalados e meu coração pulsou forte dentro do peito me avisando para avançar contra esse imbecil. 

-Você?

-MAJESTADE! -Faço-o ser arremessado longe, entro olhando em volta para me certificar de que Glenda não veio averiguar os gritos desse traidor de merda que irá pagar com sua vida por tentar tirar a das pessoas que eu amo, aproximo-me de seu corpo estirado logo abaixo da escadaria principal

-Grite de novo e eu juro que enfio uma espada na sua garganta. Achou mesmo que podia pagar um vilarejo inteiro para me matar? Achou mesmo que poderia matar minha vó e meu povo com seu veneno de cedro roxo? Eu vou fazer você pagar por tudo que me causou, não pense que sairá ileso! -Um estralo no andar de cima me faz puxar Norton pela gola da armadura deslizando-o pelo chão até abaixo da escadaria onde me escondo, Lans e Philip correm para a outra sala ficando logo atrás da parede onde consigo ver, apoio meu pé direito sobre o peito de Clive puxando minha espada da bainha e apontando para sua testa 

Ergo a cabeça tentando ver se alguém iria descer as escadas, o barulho de salto batendo contra o gelo mostra que Glenda com certeza ouviu o grito e veio averiguar qual era o problema. Uma ventania forte bater as gigantes portas para que se fechassem, desvio minha atenção para Norton novamente pedindo silêncio.

-Abra a boca e eu corto fora a tua língua! -Ameaço praticamente sussurrando

-Norton? Arg... Idiota de merda! -A voz de Glenda parece acender um fogo quente dentro de mim que quer sair, ser expelido e queimar o que estiver no caminho, me contenho após Lans sair do cômodo fazendo sinal de que ela já se foi seguido por Philip que faz uma corda com seu poder enrolando em torno do pescoço de Clive

-Eu fico com ele, cuidem dos outros! 

-Cuidado, se ele abrir a boca para gritar ou dizer qualquer coisa que você não queira ouvir, mate ele. Não fará diferença! 

-Pode deixar, se essa aberraçãozinha suspirar alto demais, eu o degolo. -Diz chutando suas pernas, passo por Lans segurando no corrimão congelado sentindo algo debaixo do solado de minhas botas, são cacos de vidro das janelas que foram praticamente explodidas, tem um pouco de sangue como se fosse uma gota respingada no terceiro degrau ainda bem vermelha e molhada

-Algum deles se cortou por aqui. 

-Vamos encontra-los antes que Glenda os encontre! -Continuo subindo devagar para não escorregar, não é fácil fazer isso quando se está grávida e com os pés parecendo dois cogumelos de tão inchados e desajeitados, os corredores são silenciosos demais e parecem infinitos me dando um nó na cabeça tentando pensar onde Glenda poderia ter jogado Echo

-Por aqui. -Aponto com o dedo sussurrando, vamos seguindo o primeiro corredor evitando subir para a sala do trono de onde não tirei os olhos em momento algum, aponto a espada para frente de meu corpo com a outra mão preparada para atacar quem quer que fosse cruzar nosso caminho de frente, tapeçarias estão presas nas paredes tentando dar um pouco mais de vida para esse lugar mórbido e sem graça, ainda consigo ver os poucos desenhos que Fridah e a Rainha Catherine fizeram debaixo do gelo nos pilares imensos de sustentação

Sinto algo estranho a minha direita, viro-me bruscamente apontando a ponta da espada para a testa de Irina que aponta a sua para a reta de meu coração já preparada e ofegante. Sua respiração pesada atraiu minha atenção, abaixo a espada ao vê-la bem e acompanhada não só de Kendrick e Edmund, mas de Kristen e Meghan também.

Rainha LibertadaOnde histórias criam vida. Descubra agora