Capitulo 9 - Brisa De Verão

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"Eu tinha 8 anos e o meu pai disse que estava um ótimo dia para um voo.
Realmente estava, era um dia ensolarado de início de verão.
Sempre que a primavera contava os seus últimos dias o meu pai estava mais livre então gostava de nos levar a sair mais.
As minhas saídas preferidas eram quando ele dizia que ia me levar a voar, afinal, era aquilo que eu era apaixonada por fazer.

-Cintos, a postos. - ele diz

-Prontos para descolar! - repondo animada

Eu estava no acento de trás, como sempre. Era onde eu sempre ficava, uma vez que o meu pai conduzia, então desde sempre que senti uma fascinação extra pela parte de trás da cabine. Um mundo especial, muito para além daquilo que é o cliché de voar, a parte técnica, a parte mais escondida, para mim, a mais interessante.

-Papá, para que servem estes botões todos? - questiono - São bonitos.

-Não me digas que saiste-me uma co-piloto. - o meu pai ri

Foi aí que eu soube exatamente que eu "tinha saído uma co-piloto".

--//--

-Bom dia. - o almirante cumprimenta assim que chega ao recinto - A usina de urânio vai entrar em operação antes do esperado. O urânio bruto será entregue na usina em dez dias, como resultado a missão foi adiantada uma semana. Pra evitar a contaminação do vale com a radiação.

Passo o olhar rapidamente para Hangman, lembrando-me da nosso conversa sobre nenhum de nós estar preparado para o que aí vinha.
Phoenix olha igualmente preocupada para mim.

-Senhor, ninguém aqui fez um voo rasante com êxito. - Coyote afirma

-As ordens são para prosseguir. - responde - Capitão. - dá permissão para que Maverick assuma a aula

-Temos exatamente uma semana para nós concentrarmos na fase dois, o estágio mais difícil da missão. Um ataque rápido com mergulho que exige nada menos que dois milagres consecutivos.

Mudo a minha postura na cadeira de modo a ficar mais confortável, ao mesmo tempo, rodo o lápis que seguro pelos os meus dedos. Gosto sempre de fazer apontamentos, embora tudo seja maioritariamente prático.

-Dois pares de F-18 voaram numa formação colada, exijo de vocês trabalho em equipa, a coordenação exata das aeronaves é essencial para o sucesso da missão e da vossa sobrevivência. - aponta para o quadro - Como vocês sabem a usina fica entre duas montanhas. Na aproximação final vocês vai virar pelo dorso e mergulhar de maneira funda, isso vai permitir que vocês mantenham a altitude mais baixa possível e o único ângulo de ataque possível. O alvo é um ponto de impacto com menos de três metros de largura. O avião de dois lugares vai marcar o alvo com um laser, essa primeira dupla vai romper o reator lançando uma bomba guiada por laser e isso vai criar uma abertura para a segunda dupla. Este é o milagre um.

À medida que Maverick iam explicando a complexidade do plano eu percebia cada vez mais o porquê de o chamar de milagre.
Era realmente algo que parecia impossível.

-O segundo par vai realizar o abate e destruir o alvo. - assinala um dois com a mão - Aqui temos o milagre número dois. Porém! Se algum de vocês errar o alvo, a missão falha.

-Isto parece suicídio. - Phoenix comenta

-Parece ou é? - questiono sarcasticamente

-Vão efetuar a saída numa subida apertada e com uma particularidade fora daquilo a que estão habituados.

-Capitão, a essa velocidade dá tipo 8 Gs. - Hangman comenta

- 9 Gs, para ser preciso, no mínimo. Essa será a vossa peculiaridade.

TopGun - A Ascensão De AlaskaOnde histórias criam vida. Descubra agora