Capitulo 03

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Caio Coimbra (Deco)

Sábado, 17:30pm.


Tentei falar com a Letícia durante um mês inteiro, todos os dias mandava mensagem e tentava contato mas sempre caia na caixa postal ou ela nem fazia questão de responder as várias mensagens lidas e ignoradas. Depois de um mês eu desisti, desisti de tentar entender o que aconteceu e me conformei que dessa vez realmente o que a gente ainda tinha, acabou.

Já completou três meses que ela meteu o pé e nunca mais deu sinal de vida, pelo menos não pra mim. E se ela não quer falar comigo que se foda, eu não vou ficar correndo atrás de mulher, o que eu podia fazer eu fiz e o que não falta pra mim é buceta.

Depois que resolvi que aquela loira maldita não era mais ninguém pra mim fodi tanta mulher que até perdi as contas, mas sem deixar nenhuma delas se emocionar mulherada quer sentar pra bandido e no outro dia quer ser dada como fiel, Deus me livre dessas sanguessugas.

A morte do Silva me fez ter uma puta dor de cabeça, cara me ensinou demais e era foda pra caralho mas era uma bagunça com esses extratos das mercadorias e contabilidade do ganhos com as vendas, demorei algum tempo pra conseguir me organizar mas finalmente as coisas estão sob controle, tive que mandar dar um tempo até nos bailes por respeito e também por cautela, mas hoje tudo voltaria ao normal afinal muitos moradores trabalham lá e são esse o único meio de sustento deles.

Saí da boca, subi na XRE e desci as ruas da favela, passei em alguns lugares e deixei algumas mercadorias, passei em frente ao campinho e vi os muleque jogando uma pelada, como já tinha resolvido praticamente tudo resolvi ir lá dá show e mostrar como que faz.

Não teve outra, toda vez que o pai pegava na bola era olé, gol e os carai, os mano até inventaram de jogar apostado, quem perdesse pagava a rodada da gelada lá no bar do Luiz, e eu nem preciso falar que o pai metralhou o time adversário.

Passei os olhos pelo invicta no pulso e percebi que já iria dar sete da noite, caminhamos pro barzinho e fui logo cobrando a rodada que eles deviam, os mano foi logo pagando o que eles deviam, a regra é clara, perdeu, pagou!

— Vai colar no baile Decão? — Santos me pergunta logo após tomar um gole da long neck de corona.

— Vou passar lá pra dá uma moral — ele apenas assente com a cabeça.

— Vai continuar com essa cara amarrada aí até que horas TH? — Santos alfineta.

— Irmão, cuida da tua vida.

— Qual foi desse b.o ai? — perguntei e notei que ele olhava pra alguma coisa atrás de mim.

— Tem b.o nenhum não — ele me responde, mas não desviou os olhos do ponto fixo atrás de mim com a cara fechada.

— Problema dele tá la ó — aponta pro comércio atrás de mim e eu me viro a tempo de ver Steffany entrando acompanhada de uma moreninha gata.

— Ih, quero nem saber desse papo aí, tu sabe o que eu acho desse teu envolvimento com a Steffany mano.

— A preta é maluca, fiz nada pra ela vim com esses surtos pra cima de mim — ele nega com a cabeça e bebe um gole da cerveja sem desgrudar os olhos da garota.

— Mas aí, moreninha gostosa a amiga da Teff hein — Lelo que até então só ouvia o papo resolve abrir a boca — Se me der condição eu traço — ele continua.

— Tu não tá pegando nem a tua mulher direito, vai pegar um avião daquele — Santos comenta

— Tá me tirando porra? — ele fala puto

Válvula de escape - [M].Where stories live. Discover now