𝐂𝐚𝐩𝐢𝐭𝐮𝐥𝐨 𝐈𝐕: 𝐀 𝐃𝐨𝐛𝐫𝐚 𝐝𝐚𝐬 𝐒𝐨𝐦𝐛𝐫𝐚𝐬

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OS INSTINTOS DE YELENA gritavam perigo.

Ela sabia que, a última vez que esteve tão perto de morrer foi quando atravessou a Dobra, anos antes.

E, no momento, ela iria fazê-lo de novo.

Estava em Novokribirsk, em Ravka Oeste, em uma carruagem, espermida entre Jesper e o Condutor. O grupo de cinco pessoas se preparava para atravessar a dobra novamente.

Talvez fosse sua imaginação, mas podia jurar que ouvia os ruídos horríveis que vinham da Dobra que, naquele momento, estava mais perto que nunca. Podia sentir, em seus ossos, o ruído dos volcras gritando por ela. Eles sabiam que ela estava perto. Perto demais. E eles a queriam tanto... mais do que queriam qualquer um dos outros que estavam naquela carruagem.

Kaz a olhou, tentando ler o que se passava em sua mente.

Yelena sabia que o que Brekker mais queria era esvaziar a sua conta de segredos. Ele sabia sobre ela. Bem mais que qualquer um que ela julgava como amigo, mas a jovem sabia que isso não era nem dez por cento do que ela era de verdade.

Ela percebeu que Kaz decidiu se calar e se virou para Arken.

- Eu não te contratei só para atravessar a Dobra. Está conosco porque tira grishas do Pequeno Palácio. Então, suponho que conhece o local muito bem. Irá nos ajudar a tirar o nosso alvo do local.

- A Conjuradora do Sol. - Inej se intrometeu.

- Suponhe-se que seja. - Yelena retrucou. Ela não acreditaria que alguém assim apareceria do nada.

- Não a colocariam em um lugar tão protegido se ela não fosse.

- Inej - Yelena suspirou. -, literalmente todos os grishas são jogados naquele local. Então faz muito sentido ela ter ido para lá. Vai ver só conjura um fogo mais claro que o normal.

- Jamais confundiriam fogo com luz. - Inej se endireitou, irritada. - Yelena, pare de ser tão cética. Ravka tem os seus santos, você sabe disso.

- Grishas! Todos os seus santos são grishas, Inej.

- Vocês não vão discutir sobre isso agora. - Kaz se interpôs. - Não vão começar com isso novamente.

Ele focou a sua atenção no condutor.

- Disse que tem alguém que pode nos colocar lá. Uma sangradora.

Arken assentiu.

- Como sei que posso confiar nela?

- A Nina cresceu lá. - o condutor informou.

- Ela e mais centenas de grishas que são leais ao Kirigan. - Yelena disse.

- Duvido que tenha algum que o trairia e ajudaria estrangeiros sequestrarem um grisha extremamente valioso. - Kaz concordou.

- A Nina é uma radical. Para ela, os grishas deveriam ter a liberdade de escolher se são leais ou não a coroa.

- Errada ela não está. - a ravkana cruzou os braços, olhando para o teto da carruagem, emburrada.

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O grupo chegou a uma hospedagem simples.

Segundo Arken, Nina estava lá e ajudaria eles com o seu plano.

Yelena se perguntou se isso daria certo. E, é claro, o ponto de interrogação só aumentou em seu cérebro quando viu que a sangradora não estava no local.

O quarto não estava bagunçado, mas era bastante visível que alguém o ocupará momentos antes.

- Ela sabia que viriamos.

night shadow [kaz brekker x oc]Onde histórias criam vida. Descubra agora