Epílogo

527 61 11
                                    

Faith Brooke.

Uns anos depois...

Saio da varanda, indo em direção a areia, sentindo-a entrar entre meus dedos, me sento ali observando o mar a frente.

Os deixei dentro de casa porque precisava de um tempinho sozinha para respirar, ninguém nunca questionou esse hábito e aposto que não saberia responder o porque de fazer isso, mas é tão comum quanto respirar.

Depois de inspirar e aproveitar da brisa fresca em meu rosto, prendo meu cabelo com uma piranha que estava presa na barra dos shorts. Logo sentindo um corpo atrás de mim e cheirando profundamente no meu pescoço.

— Como consegue ser tão cheirosa? — Sorrio e mordo meu lábio, ao sentir beijos molhados no mesmo lugar, ele sabe que é meu ponto fraco.

— Perfume. — Respondo o óbvio e quase posso o ver revirando os olhos.

Viro minha cabeça na sua direção e tenho o dislumbre das irises mais claras que já vi, tanto quanto o oceano. Toco seu rosto e o beijo, não consigo para de fazer isso.

Muitas vezes quando simplesmente o olho, na minha mente alguns momentos se destacam, todos eles estando nós como personagens principais, quando nossas vidas finalmente seguiram o caminho para frente e não para trás.

Quando Jason cozinhou para mim pela primeira vez, hoje sendo muito e muito comum no nosso cotidiano. Ele estava sem camisa, as tatuagens que tanto passo os dedos decorando cada traço a mostra para apenas eu ver. Conversamos, tomamos vinhos, brincamos com nossas mãos em um carinho gostoso de sentir.

Quando sem perceber Jason apenas... é ele, mas mais ainda quando está comigo, sinto isso com tanta força. Seus beijos inesperados na ponta do meu nariz ou na testa, as vezes quando estamos em uma roda e ele sai para fazer alguma coisa ou simplesmente quando tem vontade.

Quando ele entende muito bem que não sou de ficar de abraços, mas mesmo assim preciso do seu toque, seja sua mão na minha coxa, ou um carinho no meu braço. Jason é exatamente a pessoa que imaginava, até melhor.

Ainda mais quando não precisamos nos comunicar em voz alta para nos entender, é um simples olhar ou gesto e já sabemos o que o outro está pensando. É como se nossas almas estivessem ligadas uma a outra por um longo fio, onde quer que ele ou eu esteja esteremos conectados.

— Como está as coisas lá dentro? — questiono. — E Neit?

— Briga, risadas e mais um pouco de briga. O de sempre. Neit está brincando com o Lee. — Dá de ombros.  — Já te disse o quanto gosto do seu cabelo assim? — Indaga, se refirindo ao ruivo não tão forte quanto a primeira vez que o pintei, está maior e em um vermelho claro.

Provavelmente vou voltar para o morena, mesmo sendo contra sua vontade.

— Já. — Dou um selinho. — Mas vou voltar a ser morena.

Escutou sua arfada e quase rio, mas me seguro.

Não tenho tempo de o impedir, ele foi mais rápido me pegando de supresa e me impulsionando contra a areia de costas e Jason fica sobre mim. Gosto quando isso acontece, mas prefiro quando sou eu quem estou em cima, ele também.

— Sabe que não importa a cor do seu cabelo, eu sempre vou te achar a mulher mais gostosa é incrível do mundo, né? — Reviro os olhos, sorrindo e assentindo.

Claro que sei.

Ele me beija com voracidade, com nossa mania de segurar o rosto um do outro, Jason desce suas mãos e me impulsiona para cima pela bunda e eu aproveito para apoiar os cotovelos em seus largos ombros para puxar e bagunçar seu cabelo que demora tanto para arrumar se nem necessidade tem.

— Você está feliz? — Murmura, contra meus lábios.

Assinto.

— Quero em palavras.

O olho desacreditada e aproveito o bico da sua boca para morder o lábio inferior e passar a lingua em seguida.

— Você não manda em mim.— Ele sorri.

— Eu sei, mas você está? — Insiste.

A pergunta que sempre me faz e que sempre precisa de uma resposta.

— Você sabe que sim.

— Quero que saiba que sou seu pra sempre, e se não algum dia, arranjamos um jeito. — Concordo, eu também pertenço a ele.

Por mais que soe possessivo, não acho que falamos com total seriedade, umas das coisas que sabia poder acontecer, quando comecei a fazer terapia fora da clinica, foi que a dependencia emocional teria que ser evitada.

Poderia dizer que brincamos em falar coisas assim, mas sei quem tem um pingo de verdade toda vez que proferimos tais palavras.

Jason é meu e eu sou dele.

— Eu nunca te odeiei. — Revela.

— Eu também não. —Fito seu lindo rosto.

— Você... Você se casaria comigo? — Pergunta de repente, me pegando de surpresa.
Percebo um toque de medo em sua voz, talvez pela minha reação.

Isso vem se tornando quase normal, o medo de reações por minha parte, não só dele como eu também. É um processo. Coisas que eu não espero ou tenho um "preparamento mental" comigo mesmo, tendem a me assustar ou me fazer afastar, e estou lutando contra isso. Por isso que não falamos palavras tão frequentes em outros relacionamentos no nosso. O importante é que sabemos o que sentimos um pelo outro e palavras ditas em momentos não são suficiente.

— Ahm,.... Agora? — Ele sorri.

— Não, mas algum dia. — Aperta minha bunda.

— Sim. Eu me casaria com você um dia, Jason Massini.

— Eu também me casaria com você, Faith Beaufort. Seria louco se não casasse.

— Tem certeza?

— Claro que sim!

Acaricio seu rosto, acho que na verdade eu sou a sortuda da relação, ele aguenta tudo, e isso me faz acreditar que não seja por obrigação. Tem vez que não consigo olhá-lo na cara, apesar de morarmos no mesmo apartamento, às vezes não qeuro conversa, quero ficar no meu canto e ele sempre respeitou isso, nunca discutiu pela forma que ajo ou deixo de agir. Ele se casaria comigo mesmo assim. Mesmo depois de tudo, de tantas dores de cabeças e recaídas.

— Então vamos casar, Jason.



Fim.

🫀

continua com outro casal no segundo livro da série.

cold heartOnde histórias criam vida. Descubra agora