𝕮𝖍𝖆𝖕𝖙𝖊𝖗 14: 𝖓𝖔𝖙𝖍𝖎𝖓𝖌 𝖙𝖔 𝖑𝖔𝖘𝖊

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Nada a perder.

✰✰✰𝖘𝖙𝖊𝖛𝖊 𝖍𝖆𝖗𝖗𝖎𝖓𝖌𝖙𝖔𝖓✰✰✰

Iɴᴅɪᴀɴᴀ, Hᴀᴡᴋɪɴs
10 ᴅɪᴀs ᴀᴘᴏ́s ᴀ ʙᴀᴛᴀʟʜᴀ ғɪɴᴀʟ

— Onde vamos? — pergunto seguindo Mackenzie. 

— Para um lugar que para mim, é mágico. 

— Um lugar mágico?

— Sim — ela diz sorrindo. 

Estamos correndo no meio da floresta. E é claro que eu já passei por coisas o suficiente para saber que passear pela floresta de noite com uma garota que acabei de conhecer pode resultar em um problema. 

Mas, eu não ligo, minha irmã está morta e o mundo acabando e pode até ser que eu morra amanhã, então... Eu vivo o hoje. Além do mais, há algo dentro de mim que me mostra que a Mackenzie é confiável. 

Eu estava tão perdido em meus devaneios que nem reparei que chegamos á um lugar. 

— Então... — ela sorri — esse aqui é meu pedaço de paraíso.  

Olho ao redor, mas eu apenas vejo arvores. 

Ela ri. 

— Não, tem que olhar para cima. — ela levanta meu queixo com o indicador. 

E assim que olho para cima, vejo uma casa na arvore, as luzes de dentro iluminam um pouco as arvores ao redor. 

— Vem — ela diz subindo uma escadinha.

Vou atrás e quando chego lá em cima, encontro um lugar simplesmente fantástico. 

— Uau... — balbucio sem palavras — foi... Você que... Fez tudo isso? — pergunto e ela sorri. 

— Eu e o meu irmão... — ela diz em tom de reprimenda. — eu e ele fizemos... Quando éramos pequenos e aos poucos que fomos crescendo, evoluímos a construção. 

— É incrível... 

É uma estrutura de madeira, até que bem grande para uma casa na arvore. Tem vários posters de banda e filmes, alguns estão até bem gastos, meio desbotados, provavelmente pelo tempo. E tem, também, vários pisca-piscas espalhados pela estrutura, alguns são coloridos e outros brancos. 

Tem uma prateleira com vários discos, ao lado de uma vitrola. E tem um armário onde ela acabou de pegar um chocolate e pelo que vi tem muito mais de onde veio esse. Há almofadas e puffs espalhados pelo espaço e algumas prateleiras com bugigangas e livros. Tem uma mesa, no centro do espaço com flores chapadas e alguns jogos de tabuleiros, tem alguns cadernos abertos e flores dentro de uma garrafa de vinho.

— Passei a maior parte dos últimos dias aqui não conseguindo superar a morte do meu irmão. 

— Eu te entendo, a diferença, é que eu passei no bar, ou na casa onde meus pais me abandonaram. 

— Caramba... — ela murmura. — sinto... Sinto muito. 

— Não sinta, eles nunca se importaram, só estavam esperando a desculpa ideal.

— Uau, que horrível... — ela fala triste. 

— Minha irmã era tudo o que eu tinha... E agora... — respiro fundo, mas a minha respiração treme. 

— Eu entendi... — ela vem até mim. — meu irmão era tudo para mim também. 

Nos encaramos por alguns instantes. Ela se afasta logo em seguida e coloca a vitrola para tocar e depois joga um chocolate para mim.

— Nada de deprê hoje, lembra? — ela sorri e começa a dançar enquanto eu encaro o chocolate. — Não dá para apagar a morte deles, eu sei, mas eu também sei que eles não iriam querer que sofrêssemos então... Hoje a gente dança, ri, bebe e amanhã a gente chora. Combinado? 

Sorrio e como o chocolate enquanto ela pega duas garrafas de cerveja.

— Combinado. — falo. 

Ela sorri e vem me puxar para dançar, ela me entrega a garrafa e depois nós dançamos como se não houvesse amanhã. Como se nada tivesse acontecido. Como se fossemos apenas jovens normais se embebedando e aproveitando suas vidas. 

Mackenzie ri enquanto eu a giro, a risada dela ecoa pelo espaço, eu rio junto. O álcool já bateu e ambos estamos cantando enrolado e dançamos cambaleantes. Nem parece que acabamos de nos conhecer. Na verdade eu sinto que a conheço há muito tempo. A letra da musica já se embaralhou na minha cabeça, meu coração bate muito rápido e os pisca-piscas já se tornaram só um borrão. 

Mas ambos continuamos dançando. Não temos nada a perder. 

✦✧✦✧✦𝖊𝖉𝖉𝖎𝖊✦✧✦✧✦

Assim que estaciono a van, Max me olha em pânico quando vê o carro da Robin e a vê sentada na varanda da cabana. 

Saio do carro já me preparando para a bronca quando reparo que Robin está chorando. 

Max só abre a porta e observa a situação. 

Corro até Robin. 

— O que houve? Robin, o que houve? — eu pergunto e ela me encara soluçando. 

—  O Steve sumiu... Ele não está em lugar nenhum, e quando eu fui procurar no bar onde ele sempre vai... O carro dele tava... Abandonado lá... 

— Ah Robin... — eu a abraço. 

— E se... E se ele está morto em alguma vala por ai... Por que teve uma overdose... E... —  ela pondera chorando. 

— Não, não, não... — murmuro — não, a gente vai encontrar ele. 

— E se algum bicho do mundo invertido pegou ele? 

— Robin... Vai ficar tudo bem, vamos encontra-lo. 

— Não posso perde-lo também Eddie... Não posso.  

☹︎☺︎︎☹︎☺︎︎☹︎☺︎︎☹︎
ᴀᴍᴏʀᴇs ᴅᴀ ᴍɪɴʜᴀ
ᴠɪᴅᴀ, ᴍɪʟ ᴘᴇʀᴅᴏ̃ᴇs ᴘᴏʀ
ɴᴀ̃ᴏ ᴇsᴛᴀʀ ᴘᴏsᴛᴀɴᴅᴏ ᴛᴀɴᴛᴏ...
ᴇ́ ǫᴜᴇ ᴇᴜ ᴛᴇɴʜᴏ ᴛɪᴅᴏ ᴄʀɪsᴇs
ᴅᴇ ᴀɴsɪᴇᴅᴀᴅᴇ🥺 ᴇ ɪssᴏ ᴀᴄᴀʙᴀ
ǫᴜᴇ ᴍᴇ ᴅᴀ́ ʙʟᴏǫᴜᴇɪᴏ ᴄʀɪᴀᴛɪᴠᴏ,
ᴇɴᴛᴀ̃ᴏ ᴇ́ ᴘᴏʀ ɪssᴏ ǫᴜᴇ ᴛᴇɴʜᴏ ᴇsᴛᴀᴅᴏ

ᴍᴇɪᴏ ᴏғғ🤧

Tales From The Upside DownOnde histórias criam vida. Descubra agora