002- to work out

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sophia
sexta-feira, 17:16

— esperem crianças, deixa eu ver se eu entendi - a mãe de robin nos olhou furiosa — quer dizer então que o robin amarrou juntos os sapatos da soph na educação física, jogou suco na mochila e pisou na tarefa de espanhol dela???...

— e que a sophia quebrou o lápis do rob, estourou a caneta e jogou a bandeja de comida inteira na roupa dele???

nós dois assentimos tímidos, sem manter contato visual com nossas mães. elas se olharam decepcionadas e mamãe cruzou os braços

— e tudo isso em uma semana?- ela perguntou

— sim senhora, desculpe - robin afirmou com uma voz delicada. voz que não é dele

— isso não pode continuar assim crianças, vocês precisam ser amigos, assim como eu e a louise- a mãe de robin falou calmamente

— eu e martha não nos entendíamos no começo também, mas percebemos que tínhamos mais em comum do que esperávamos

eu e ele nos entreolhamos. com uma expressão de nojo óbvio. impossível eu ter algo haver com esse garoto

— não mãe, não vai rolar - robin falou se levantando, mas tia martha o fez sentar novamente sem se importar em encostar no machucado recém feito da última briga

— vocês precisam dar um jeito de ser amigos. ou ao menos pararem de se sabotar desse jeito - minha mãe murmurou

— como?- perguntei. eu não conseguiria imaginar uma vida onde eu e ele conseguimos conviver bem

— soph, você pode ajudar o robin em matemática. e rob, você pode levar a sophia pras festas que você vai.

— NÃO- ele e eu falamos em uníssono

— eu não quero ajuda da sophia em matemática. já tenho o finney- rob comentou

— não ligo, a partir de agora é a sophia, ou você vai repetir o 1º ano. você quem sabe - a tia martha disse

— ela é mais nova, o que ela sabe sobre matemática?

— bem mais que você, idiota- bati em sua testa, e minha mãe olhou para mim com o olhar mais mortal existente no universo

robin agia como se fosse 15 anos mais velho do que eu. é apenas alguns meses e mesmo assim eu faço aula de matemática avançada. sei mais que ele, literalmente

— e sophia, você precisa sair mais de casa. sua irmã de 12 anos sai mais que você. robin vai ficar feliz em levá-la para as festas com ele

minha mãe e a tia martha saíram na mesma hora. mal tive tempo de reclamar, já era. eu iria mesmo ter que ensinar matemática a ele, e ainda ir as mesmas festas

— olha o que você fez. tudo culpa sua- ele cruzou os braços, emburrou a cara e chutou minhas pernas para longe das dele

— voce me fez cair na frente de todos os garotos do 1º ano! eu nunca vou te perdoar por isso

— precisava me dedurar para as nossas mães? agora você e eu estamos de castigo

— realmente, passar mais tempo com você vai ser o maior castigo que já tive

— nem me fale

robin vai embora do meu apartamento pisando firme. eu ainda não estava acreditando na punição que levei

mamãe e a tia martha me chamaram na cozinha. ignorei. e me chamaram novamente. revirei os olhos e me levantei com preguiça até elas

— oi tia, oi mãe

— olha, soph. eu sei que toda essa situação é chata pra vocês dois. desde bebês, vocês já se bicavam- a tia martha da uma risadinha e depois suas mãos geladas seguram as minhas — e eu sei que você é menos geniosa que o rob, por isso eu preciso muito que você colabore pra isso dar certo, pode ser?

a tia martha olhou no fundo dos meus olhos. eu não queria desaponta-la, ela é tipo uma segunda mãe pra mim. e eu devo isso a ela

— tudo bem, eu posso tentar não ligar tanto pro jeito do robin

— obrigada querida- ela me abraçou com força. quase que me esmaga

me senti uma pessoa boa ao escutar a mãe de robin e prometer a ela que darei meu máximo. mas fui percebendo que seria uma droga ter que ser legal com robin arellano. ele não é legal com ninguém

ele voltou para o meu apartamento, se sentou do meu lado e pigarreou a garganta

— vai ter uma festa daqui umas duas horas

— legal

— e você não vai querer ir?- franziu o cenho

— acho que vou ne

— tá

— tá

um silêncio mortal se instalou. ele olhou para mim e eu olhei para ele

— foi mal por fazer um nó nos seus cadarços e ter feito você cair

ele segurou a risada. que ódio

— tranquilo. desculpa por derrubar a sua bandeja de comida em cima da sua roupa toda

desta vez fiz o mesmo. escondi um sorrisinho nada arrependido em meus lábios e ele pigarreou de novo

— e obrigada por ter cuidado do meu machucado na segunda

— e de que adiantou. você fez outros na quarta. só que eu estava zangada e queria ver você sangrar- falei rindo. ele me acompanhou e deu risada também

— eu fui expulso de uma aula porque começou a pingar sangue na mochila de uma menina e ela gritou

— robin!!! que dó

tentei controlar a risada quando me lembrei dessa porrada que ele levou na quarta, não o ajudei e ainda me diverti muito tirando sarro dele por ter ficado 50 minutos pra fora da sala

— vale a pena escutar o seu sermão se for pra ter um curativo bem limpo

— precisa aprender a fazer isso sozinho

— uma hora eu consigo

eu concordei e logo percebi que eu e robin não estávamos brigando e sim tendo uma conversa saudável e engraçada

nosso progresso foi rápido

— bom, vou me arrumar então, pra tal festa

— vai logo em, idiota- ele bocejou, se espreguiçou e deitou em meu sofá de pernas para o alto

𝗱𝗲𝗶𝘅𝗲-𝗺𝗲 𝗶𝗿, 𝗋𝗈𝖻𝗂𝗇 𝖺𝗋𝖾𝗅𝗅𝖺𝗇𝗈Where stories live. Discover now