sophia
sexta-feira, 17:16— esperem crianças, deixa eu ver se eu entendi - a mãe de robin nos olhou furiosa — quer dizer então que o robin amarrou juntos os sapatos da soph na educação física, jogou suco na mochila e pisou na tarefa de espanhol dela???...
— e que a sophia quebrou o lápis do rob, estourou a caneta e jogou a bandeja de comida inteira na roupa dele???
nós dois assentimos tímidos, sem manter contato visual com nossas mães. elas se olharam decepcionadas e mamãe cruzou os braços
— e tudo isso em uma semana?- ela perguntou
— sim senhora, desculpe - robin afirmou com uma voz delicada. voz que não é dele
— isso não pode continuar assim crianças, vocês precisam ser amigos, assim como eu e a louise- a mãe de robin falou calmamente
— eu e martha não nos entendíamos no começo também, mas percebemos que tínhamos mais em comum do que esperávamos
eu e ele nos entreolhamos. com uma expressão de nojo óbvio. impossível eu ter algo haver com esse garoto
— não mãe, não vai rolar - robin falou se levantando, mas tia martha o fez sentar novamente sem se importar em encostar no machucado recém feito da última briga
— vocês precisam dar um jeito de ser amigos. ou ao menos pararem de se sabotar desse jeito - minha mãe murmurou
— como?- perguntei. eu não conseguiria imaginar uma vida onde eu e ele conseguimos conviver bem
— soph, você pode ajudar o robin em matemática. e rob, você pode levar a sophia pras festas que você vai.
— NÃO- ele e eu falamos em uníssono
— eu não quero ajuda da sophia em matemática. já tenho o finney- rob comentou
— não ligo, a partir de agora é a sophia, ou você vai repetir o 1º ano. você quem sabe - a tia martha disse
— ela é mais nova, o que ela sabe sobre matemática?
— bem mais que você, idiota- bati em sua testa, e minha mãe olhou para mim com o olhar mais mortal existente no universo
robin agia como se fosse 15 anos mais velho do que eu. é apenas alguns meses e mesmo assim eu faço aula de matemática avançada. sei mais que ele, literalmente
— e sophia, você precisa sair mais de casa. sua irmã de 12 anos sai mais que você. robin vai ficar feliz em levá-la para as festas com ele
minha mãe e a tia martha saíram na mesma hora. mal tive tempo de reclamar, já era. eu iria mesmo ter que ensinar matemática a ele, e ainda ir as mesmas festas
— olha o que você fez. tudo culpa sua- ele cruzou os braços, emburrou a cara e chutou minhas pernas para longe das dele
— voce me fez cair na frente de todos os garotos do 1º ano! eu nunca vou te perdoar por isso
— precisava me dedurar para as nossas mães? agora você e eu estamos de castigo
— realmente, passar mais tempo com você vai ser o maior castigo que já tive
— nem me fale
robin vai embora do meu apartamento pisando firme. eu ainda não estava acreditando na punição que levei
mamãe e a tia martha me chamaram na cozinha. ignorei. e me chamaram novamente. revirei os olhos e me levantei com preguiça até elas
— oi tia, oi mãe
— olha, soph. eu sei que toda essa situação é chata pra vocês dois. desde bebês, vocês já se bicavam- a tia martha da uma risadinha e depois suas mãos geladas seguram as minhas — e eu sei que você é menos geniosa que o rob, por isso eu preciso muito que você colabore pra isso dar certo, pode ser?
a tia martha olhou no fundo dos meus olhos. eu não queria desaponta-la, ela é tipo uma segunda mãe pra mim. e eu devo isso a ela
— tudo bem, eu posso tentar não ligar tanto pro jeito do robin
— obrigada querida- ela me abraçou com força. quase que me esmaga
me senti uma pessoa boa ao escutar a mãe de robin e prometer a ela que darei meu máximo. mas fui percebendo que seria uma droga ter que ser legal com robin arellano. ele não é legal com ninguém
ele voltou para o meu apartamento, se sentou do meu lado e pigarreou a garganta
— vai ter uma festa daqui umas duas horas
— legal
— e você não vai querer ir?- franziu o cenho
— acho que vou ne
— tá
— tá
um silêncio mortal se instalou. ele olhou para mim e eu olhei para ele
— foi mal por fazer um nó nos seus cadarços e ter feito você cair
ele segurou a risada. que ódio
— tranquilo. desculpa por derrubar a sua bandeja de comida em cima da sua roupa toda
desta vez fiz o mesmo. escondi um sorrisinho nada arrependido em meus lábios e ele pigarreou de novo
— e obrigada por ter cuidado do meu machucado na segunda
— e de que adiantou. você fez outros na quarta. só que eu estava zangada e queria ver você sangrar- falei rindo. ele me acompanhou e deu risada também
— eu fui expulso de uma aula porque começou a pingar sangue na mochila de uma menina e ela gritou
— robin!!! que dó
tentei controlar a risada quando me lembrei dessa porrada que ele levou na quarta, não o ajudei e ainda me diverti muito tirando sarro dele por ter ficado 50 minutos pra fora da sala
— vale a pena escutar o seu sermão se for pra ter um curativo bem limpo
— precisa aprender a fazer isso sozinho
— uma hora eu consigo
eu concordei e logo percebi que eu e robin não estávamos brigando e sim tendo uma conversa saudável e engraçada
nosso progresso foi rápido
— bom, vou me arrumar então, pra tal festa
— vai logo em, idiota- ele bocejou, se espreguiçou e deitou em meu sofá de pernas para o alto
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𝗱𝗲𝗶𝘅𝗲-𝗺𝗲 𝗶𝗿, 𝗋𝗈𝖻𝗂𝗇 𝖺𝗋𝖾𝗅𝗅𝖺𝗇𝗈
Fanfiction𝐒𝐎𝐏𝐇 e 𝐑𝐎𝐁𝐈𝐍 não possuem nada em comum a não ser a competitividade e a amizade das mães. entretanto, se preocupam um com o outro, mesmo não querendo... 𝐜𝐨𝐦𝐞𝐜̧𝐨: agosto,2022 𝐟𝐢𝐦:setembro, 2022 •𝖾𝗇𝖾𝗆𝗂𝖾𝗌 𝗍𝗈 𝗅𝗈𝗏𝖾𝗋𝗌 [sʜᴏ...