Presto

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Do alto cipreste,

Um estrondo, um trovão:

É o homem vagando em meio à multidão.

Correndo da guerra, da fome, da peste;

Perdido para a sorte,

E mais perto da morte;

Pedindo sequer que vá ao mundo celeste


Meu filho, meu filho, vê lá o estribilho?

Caindo ao xibalba

E sumindo o seu brilho?


Do alto celeste

Escrevem o caminho

Na vida é luta e se anda sozinho.

Na vida é revolta,

É morte, é rebelião.

É ela quem te escolta

E dá fim a criação.


Há campos com flores

Cravos e cemitérios

Em que vemos horrores

E sentimos mistérios


Meu filho, meu filho vê lá o caminho?

Cegou-se nas vias?

Esqueceu-se aonde ia?

Das flores sente apenas espinhos?


Não adianta coragem

Raiva ou redenção

É neste livro montado

Que aprenderá tua lição:


Do alto celeste

Caíra no caos

Foi do teu amado cipreste

Que se  jogou nos degraus...


Anos depois

Chegaste ao cansaço

Está velho e acabado

- Os dados eu lanço!

Desiste, se entrega

É apenas a criação

Tua aresta enverga

Tua visão está cega

Está velho por fora

Por dentro passou-se da hora

Está morto então!

Sonata-PoemaTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang