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Antonella


Desperto-me com o celular tocando, pego vendo uma ligação de Fillipo e atendo, escuto a voz rouca de quem acaba de arcar e logo arrepio-me, lembrando daquela mesma voz rouca no meu ouvido sussurrando, volto a prestar atenção no que ele fala.

- Bom dia, Senhor Gambino.

- Bom dia, não pude desculpar-me por ontem, precisei resolver alguns problemas particulares.

- E esses problemas eram muito mais importantes que os nossos negócios pelo jeito. - Percebo ele mudar o seu tom de voz e ficar mais leve ao responder-me.

- Claro que não, mas era algo urgente e precisava ser resolvido, o que acha de um café da manhã? - Logo ele muda de assunto. - Estarei aí daqui a 30 minutos.

Não tive nem tempo de o responder e ele desligou, levanto-me e vou para o banheiro tomar um banho e arrumo-me, após alguns minutos após arrumar-me saio do quarto trancando a porta e deparo-me com Ramon no corredor, assusto-me e tento disfarçar o espanto. Fico encarando-o, enquanto ele vai se aproximando de mim com aquele sorriso lindo no seu rosto, aquele corpo volumoso e forte caminhando na minha direção, logo sinto o seu braço se envolver na minha cintura e o encaro.

- O que está fazendo aqui? Não tinha reuniões essa semana?

- A minha próxima Reunião é por aqui.

- Poderia ter-me avisado. - Sinto cada toque da sua mão e o seu lábio se aproximando do meu, fecho os olhos me arrepiando.

- Eu queria fazer-te uma surpresa, ou estou atrapalhando? - Ele encosta o lábio no meu me beijando com desejo, sinto cada um dos seus toques no meu corpo fazendo eu arrepiar-me por inteira.

Eu não sabia o que sentia por ele, não era amor, nunca foi, mas eu desejava tê-lo, desejava o seu corpo, seu cheiro, seu toque, sua voz doce e calma, algo que eu não encontrava nos homens com quem saia, Ramon era um homem que qualquer mulher queria ter, não que eu não o quisesse, sexualmente ele era maravilhoso e fazia-me perder todos os sentidos quando me dava prazer, mas não tinha amor, era apenas o desejo carnal que gritava dentro de mim, a minha mãe nunca me ensinou o que era amor, mas para mim o prazer estava-me satisfazendo.

Tento afastá-lo com delicadeza, dou um selinho de leve no seu lábio, fico olhando nos seus olhos, aqueles olhos cinzentos e cheios de desejo quando me via, o mesmo desejo que eu sentia por ele, mas também não sentia nos seus toques, o amor, ou seria porque eu nunca pude sentir isso, não sabia como diferenciar uma coisa de outra? Tentei tirar aqueles pensamentos da minha cabeça, pelo menos por hora e volto a prestar atenção nele, pego na sua mão delicadamente.

- Preciso ir, tenho uma reunião importante, você avisa onde vamos almoçar?

- Claro, também tenho uma reunião, eu desço com você.

Sorrindo, seguro na sua mão entrelaçando os nossos dedos e vou caminhando com ele, escuto o meu celular tocar quando mensagens chegam, ignoro ele caminhando com Ramon até a portaria do hotel, vejo o carro do Sr. Gambino ali parado esperando e afasto-me um pouco de Ramon soltando a sua mão e logo o sinto puxar-me e dar-me outro beijo com desejo, retribuo desejando que ninguém tenha visto. Sorrindo com um pouco de vergonha aceno com os dedos e caminho até o carro e entro nele quando o motorista abre a porta do passageiro para mim.

- Acreditei que a Senhora Rizzo era solteira.

- Bom dia para você também.

Ficamos em silêncio todo o trajeto, vejo que o carro passa do restaurante onde havíamos combinado e olho para ele sem entender, vejo ele mexendo no seu celular, mandando mensagens com tanta rapidez que fico impressionada, penso em perguntar mais deixo com que ele me surpreenda.

Amor por um fio. (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora