Capítulo VINTE E TRÊS

570 71 3
                                    

FAYE

--Eu estou fugindo de um homem chamado Cane.--comece, e não me atrevi a olhar mais para ele, engolindo o medo substancial que subiu pela minha garganta.--Ele é o marido da minha mãe e é policial. Ele queria que eu casasse com seu irmão Roy, alguém nojento e pior que ele.--eu podia sentir Kor endurecendo ao meu lado a casa palavra que eu dizia. Mas eu não podia parar. Tinha que tirar tudo do peito como um band-aid.--Ele me fez sair do emprego que eu tinha e começou a me isolar de tudo e todos. Charlie havia me ligado alguns dias antes, sugerindo que eu viesse para Mayce, algo que me parecia impossível, mas então, Cane disse que me casaria com Roy e eu só não podia... não queria acabar naquela vida.

–O que aconteceu?

–Eu resolvi fugir, aceitar a oferta de Charlie. Acordei, me arrumei e estava prestes a sair.--falei, minha voz se quebrando.--Mais um pouco e eu teria conseguido sair e ninguém teria se machucado.

–Faye?

–Roy apareceu na hora. Todos haviam saído, só havia eu e ele.--engasguei, lembrando do dia.--Ele disse que sabia que eu faria besteira. Ele me atacou e eu pensei que iria morrer...–olhei em seus olhos em busca de segurança, de compreensão. Kor me olhava assustado e ansioso.--Eu me defendi, não tive outra escolha. Eu o matei, Kor. Matei o irmão de Cane e agora ele está atrás de mim.

–Faye, você estava se defendendo.

–Mas Cane não se importa.--insisti.--Ele é policial e eu cometi um erro, acho. Eu liguei para minha mãe, queria saber se ela estava bem, se minhas ações não a machucaram. Ele disse que me acharia, e eu acredito nele.

–Ele não vai tocar em você!--ele rosnou, seus olhos faiscaram e seu corpo tremeu, sacudindo o sofá.

–Eu não queria envolver você nisso, nem Charlie ou Roan.

–Anjo, ele não é uma ameaça para nós.

–Por que vocês são lobos.--completei. Kor suspirou, surpresa e receio o sacudindo. Ele engoliu em seco e concordou.

–Sim. Sou um shifter lobo.--disse. Ouvir isso de seus lábios de certa forma foi ainda mais chocante do que ouvir de Hanna e Charlie.--Presumo que Charlie lhe contou.

–Hanna na verdade. Ela deixou escapulir sobre Kate não se transformar.--falei. Ele revirou os olhos.

–Claro que deixou.

–O que?

–Hanna nunca deixaria algo assim "escapulir''.--ele disse.--Ela é uma manipuladora experiente. Ela empurrou Charlie e Roan inventando um aniversário, na verdade. Ela fez de propósito.

–Não.--neguei, chocada.

–Era seu aniversário, mas ela não comemorava há anos.--ele falou exasperado. Comecei a rir imaginando a cena.

–Eu não posso acreditar que ela faria isso. Ela foi muito convincente.

–Ela não seria direta, não é seu estilo.--ele coçou o queixo.--Bem, suponho que devo agradecer a ela.

–Acho que eu também.--o fitei com curiosidade.--Então, o que acontece agora? O que significa sermos companheiros?

–Ela te contou isso também?

–Charlie.--sorri. Ele pegou minha mão e a acariciou.

–Companheiros são... você é algo que nunca achei que fosse possível.--ele começou.--Alguém que eu merecesse. Ainda não acho que a mereço, porque tenho muito sangue em minhas mãos e não quero trazer esse peso em sua vida. Mas sei que sempre acabaria voltando para você, como tenho feito desde que a vi. Sou muito fraco para ficar longe e muito egoísta.

O Coração de KorOnde histórias criam vida. Descubra agora