Capítulo VIII - "Bem-vindo"

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AVISO DE GATILHO:
Esse capítulo pode dar gatilho para algumas pessoas, por conter uma crise de ansiedade.

(O gatilho pode começar, pra quem tiver, quanto um asterístico(*) aparecer)
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Já fazia muito tempo que Kunikida havia dito que nos reportaria ao chefe dele e do Dazai.

Então, no dia seguinte, Dazai tinha que voltar e dar satisfações à Agência sobre... bem, tudo isso.
Nós voltamos pra casa e o Dazai ligou para o seu chefe e marcou uma reunião, nos preparamos e fomos.

Quando chegamos lá, todos receberam Dazai, novamente, e me olhavam com uma certa raiva ou... eu nem sei bem.
Ambos entramos na sala do chefe dele, que eu não sabia o nome até então, e sentamos nas cadeiras em frente à mesa dele. Eu estava nervoso, mas me segurando para não fazer o Dazai se sentir mal ou desconfortável.

Ficamos apenas nós três, sentados numa sala, se encarando em silêncio, eu comecei à ficar nervoso, quando ele começou à falar:
-Olá, você deve ser Nakahara Chuuya, eu sou Yukichi Fukuzawa.
-Oi... - Eu disse baixo, evitando contato visual.
-Bem... recentemente eu fui informado de uma relação amorosa entre vocês dois.
-Tem algum problema? - Dazai perguntou, assim que Fukuzawa parou de falar.
-Não.... não por parte da Agência, não. Aqui, nós daremos todo o apoio possível. Você... é diferente dos outros membros da Máfia, de alguma forma...
-Ahm... - Eu levantei o rosto e olhei diretamente pra ele. - Obrigado... - Eu disse com um tom um pouco confuso, eu estava, não achava que era diferente deles.
-Mérito seu. - Diz Fukuzawa, revelando um leve sorriso, o que me deixou mais tranquilo. Depois disso, ele nos dirigiu até o escritório, onde estava a maior parte das pessoas e começou à falar. - Bem, gente, sobre o boato recente de que Osamu Dazai, um de nossos detetives, e Nakahara Chuuya, um membro da Máfia do Porto estavam juntos, como um casal. E, não é uma surpresa nem um segredo que alguns de vocês não gostaram da notícia. - Eu permaneci em silêncio, apenas olhando para todas aquelas pessoas que, visivelmente, não me queriam ali. - Mas isso não lhes diz respeito, e eu decidi que daremos todo o apoio possível aos dois. Obrigado pela atenção de todos, e tchau. - Ele virou sem dizer mais nenhuma palavra e voltou para sua sala.

*
O silêncio permanecia no cômodo, e todos olhavam para nós dois. Depois, algumas pessoas começaram à se aproximar, me ofereceram um acento, água, comida... - Recusei tudo, exeto um lugar pra ficar sentado, enquanto Dazai resolvia coisas de trabalho, e fiquei lá parado, digo, na medida do possível. As pessoas iam falar comigo o tempo todo, como se eu quisesse aquilo, mas eu só fiquei mais desconfortável... nunca tive boas lembranças de tanta atenção, eu senti meu coração acelerar, minha respiração ficar ofegante, eu estava agitado e só queria desaparecer, minha perna começou à se mecher sem eu querer, eu coloquei minha mão na minha coxa, tebtando empedir de se mover, mas eu não consegui, estava agitado demais. Eu queria sair correndo, antes que eu explodisse, mas haviam muitas pessoas me encarando de todos os lados, se eu saísse seria rude. Eles estavam tentando me receber, mas eu não consigo aguentar a pressão de ser um convidado "bem-vindo", eu estava tão emerso em meus pensamentos de desespero que nem percebi que estava tremendo, da cabeça aos pés, por conta da ansiedade e, o pior, estava chorando.

Eu não consegui parar, mesmo depois de voltar, o Dazai surge de dentro da "multidão", desperado, e se atira aos meus pés, tentando me acalmar. Eu não consigo escutá-lo, meus ouvidos doem e eu só escuto um som de apito interminável, dentro da minha cabeça. Eu sinto suas mãos segurarem as minhas coxas, enquanto eu finalmente o escuto, chamando o meu nome, já gritando. "Chuuya?!", eu volto.
-Dazai... - Eu sinto minha respiração ir voltando ao normal aos poucos, assim como os batimentos do meu coração, eu estava completamente imóvel.

Eu permaneci como o centro das atenções das pessoas, mas, parou de doer. Era como se elas não me importassem mais. Só o Dazai, que já estava me abraçando.

-É nessas horas que eu fico feliz de ter te conhecido numa época sensível, - Ele começa à dizer. - eu consigo te ajudar...
-Ainda não sei como você consegue... - Eu digo, baixo o suficiente para apenas ele escutar - Eu tento fazer o que você faz, mas... não é eficiente...
-Não precisa se preocupar. Qualquer coisa eu estou sempre aqui.
-Eu te amo... - Eu digo, voltando à chorar e o abraçando forte.

Dear Enemy - SoukokuTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang